Nesta quinta-feira (19), segundo dia de “O Admirável Futuro da Educação Superior”, realizado pelo Consórcio STHEM Brasil, Semesp e Universidade de Coimbra, o tema da 3ª sessão foi “Estratégias das Instituições de Ensino Superior na promoção da Sustentabilidade e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com as participações da Professora Associada, com Agregação, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Patrícia Pereira da Silva e do Diretor Administrativo-financeiro da Fundação Hermínio Ometto FHO, Francisco Elíseo Fernandes Sanches. A moderação do debate ficou a cargo do Diretor de Redes e Parcerias da UNIFEOB e Diretor de Relações Institucionais do SEMESP, João Otávio Bastos Junqueira.

Francisco Elíseo Fernandes Sanches, o Kiko, contou sobre a criação de uma Agenda, dividida em quatro partes, que a direção da FHO criou em seu planejamento estratégico para a produção de desenvolvimento sustentável e os ODS, segundo metas da Agenda 2030 da ONU no Campus. “Fazemos parte da Rede de Cooperação pioneira do Consórcio STHEM Brasil e do Semesp, somos 14 IES no Brasil dando início ao compartilhamento da produção de desenvolvimento sustentável. É perceptível que muitas instituições ainda confundem sustentabilidade com aspectos ambientais”, diz.

A FHO dividiu a agenda em:

  1. O papel do ensino superior para o Desenvolvimento Sustentável/ODS.
  2. A incorporação holística da sustentabilidade pelas IES
  3. Incorporação da sustentabilidade no planejamento estratégico das IES e
  4. Experiências da FHO

“Há um consenso que o ensino superior tem um papel crucial no desenvolvimento sustentável e nos 5Ps dos ODS: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias. Os líderes do mundo passam por nossos bancos, vários dos autores sobre o tema dizem que há uma obrigação moral das IES de liderar esse movimento e que as IES estão distribuídas em todo o mundo e são mais estáveis que os próprios Governos. No entanto, estamos longe de assumir esse papel como líderes. AS IES não estão cumprindo esse papel na Europa, mas as IES latino-americanas estão em um estágio mais atrás ainda”, afirma Kiko.

Segundo Kiko, “os desafios para a incorporação holística da sustentabilidade pelas instituições precisa ser sistêmica, e enfrenta hoje vários desafios e barreiras como o desconhecimento dos conceitos da sustentabilidade de uma forma geral; resistência à mudança; estrutura organizacional conservadora; falta de engajamento da liderança; falhas de comunicação e informação e falta de recursos humanos e financeiros. E todas as outras barreiras decorrem da primeira, ou seja, o desconhecimento dos conceitos, que são complexos e necessitam esclarecimentos”.

Para sanar essas barreiras, a FHO desenvolveu “arquétipos” de ações sustentáveis nas operações do Campus; no setor acadêmico; junto à comunidade e no sistema organizacional.

A instituição tem ações para o uso eficiente e o reaproveitamento da água utilizada no Campus; políticas internas de redução do consumo de papel e plástico; reciclagem de resíduos produzidos, inclusão da ”Sustentabilidade” como disciplina específica na matriz curricular de todos os cursos de graduação;  e atividades voltadas à Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS), tais como os projetos TransformAção Sustentável e Carbono Zero,  promovidos pelo Escritório de Sustentabilidade e com a participação da comunidade.

“Um aspecto de posicionamento da FHO é que transformamos nossa missão para promover a aprendizagem, a geração e a difusão do conhecimento, formando o profissional competente e o cidadão compromissado com a construção de um mundo social, ambiental e economicamente sustentável e criamos uma política e governança de sustentabilidade. Esse posicionamento gerou compromisso. Implantamos uma estrutura, criamos o escritório de sustentabilidade e um comitê, que agrega professores, setor administrativo, alunos e comunidade. O resultado é que já fizemos em 2022 162 mil atendimentos gratuitos para a comunidade, no Programa Carbono Zero, plantamos árvores em vários locais da cidade e temos parcerias para produzir as mudas, além de fornecemos bolsas aos alunos menos favorecidos”, contou.

Em seguida, Patrícia Pereira da Silva, contou o que a Universidade de Coimbra tem feito em prol do desenvolvimento sustentável. “Nos desafios e dificuldades com que me deparo, desde 2019, é que há um paradoxo da abundância. Temos muitos cursos, usamos diversas tecnologias, e as vezes não sabemos como utilizar esses recursos para resolver problemas de sustentabilidade”.

Foi então que a Universidade de Coimbra criou o Observatório para o Desenvolvimento Sutentável e Gabinete para o Desenvolvimento Sustentável. “Esses departamentos apoiam a concepção da estratégia e à sua implementação operacional, fazem a monitorização do desempenho, estudos e projetos, articulação interna e coerência de medidas, iniciativas e ações, coleta  e sistematização de indicadores e dados estatísticos, além da produção de relatórios”, explica.

Segundo a educadora, todas as ações que são multiplicadas pelos Grupos disciplinares estão detalhadas, de forma transparente, no website da instituição.

Para acompanhar o evento todo assista no canal You Tube aqui.