Nesta quarta-feira (10), o X Fórum Internacional de Inovação Acadêmica, realizado pelo Consórcio STHEM Brasil, com apoio do Semesp e do Santander Universidades, apresentou 244 trabalhos divididos em três sessões e envolvendo as seguintes áreas: Ciências Biológicas, Exatas e da Terra, Humanas, da Saúde, Sociais e de Engenharias.

No período da manhã, das 10h às 12h30, na 1ª sessão, na Sala 1, foram apresentados cinco trabalhos sob a coordenação da Profª. Simone Vianna, da UniFECAF.

“A relação entre o projeto político pedagógico das escolas médicas federais brasileiras e o conceito do Enade 2019” dos professores Leonam Costa Oliveira, Gabrielle Agostinho Roli Marques, Patrick Santos Bertolini e Luiz Ricardo Rufino da Silva, mostraram as escolas médicas com bom resultado no Enade, também uma discrepância de resultados por região, sendo a Norte com o pior resultado, e os melhores resultados de vagas ofertadas e na questão infraestrutura.

“Ensino do exame físico nas escolas médicas brasileiras”, apresentação também do Prof. Leonam Costa Oliveira e de seu grupo, revelou que em 95 Projetos Políticos Pedagógicos (PPCs) de escolas médicas brasileiras, para medir as habilidades dos estudantes, deficiências que levam a exames e testes desnecessários, são menosprezados, em 65% das IES, o ensino-aprendizagem da habilidade de exame físico nos currículos e na abordagem de certos sistemas, principalmente no quesito reprodutor masculino, o que pode ter impacto na formação de profissionais incompletos.

“Aplicabilidade da metodologia OSCE (que avalia as competências, especialmente na área da saúde)  no ensino da fisioterapia: uma revisão integrativa”, pelos professores Francisco Valmor Macedo Cunha, Adriana Cavalcanti Macedo, Nívea Maria Ribeiro Rocha da Cunha e Gilderlene Alves Fernandes Barros Araújo, avaliou os níveis de cortisol salivar e a ansiedade  antes da OSCE e as pontuações dos exames  e classificações de autoeficácia, correlacionando os níveis  de ansiedade e de cortisol salivar, e se chegou à conclusão de que muito embora os níveis de ansiedade autorreferida estivessem altos, os mesmos não apresentaram correção com cortisol salivar ou com o desempenho do teste, o que levou os alunos a relatarem  que a confiança teve um efeito calmante e levou a uma melhor percepção de desempenho.

“Avaliação do processo de ensino-aprendizagem de anatomia na graduação de Medicina”, pelos professores Alan Rodrigues Azevedo, Alfredo Teixeira Rocha Cardoso e Mara Rebouças Almeida de Azevedo trouxe percentagens mais altas em instituições privadas nos quesitos: ciclo acadêmico, metodologia de ensino, instituição de ensino e aulas.

“Campeonato Brasileiro de Anatomia: jogos podem contribuir no estudo de anatomia humana?”, dos professores Camila Araújo Barradas, Ana Cristina Silva Rebelo, Maria Eduarda Brito Gonçalves e Axel Rocha de Alencar da Costa, do Grupo Afya, ITPAC, provou que ao professor adotar abordagens interativas em sala de aula, desencadeia uma participação mais profunda e significativa por parte dos estudantes, e observa-se esforço conjunto em atividades dinâmicas, além de fortalecer o trabalho em equipe.

Na 2ª sessão, no período das 13h45 às 16 horas, foram apresentados oito trabalhos na sala 12, sob a coordenação do Prof. Everardo Pereira do Instituto Mauá de Tecnologia.

“Jogos de tabuleiro como estratégia de ensino e aprendizagem no Curso de Medicina”, dos professores Adalton Alves dos Santos e Leonardo de Araújo Lopes, do Grupo Afya – Faculdades de Ciências Médicas de Ipatinga, a metodologia conseguiu entrosar e engajar melhor os alunos, desenvolver habilidades, superar dificuldades, além de fixar melhor os temas discutidos em sala de aula.

“Ludo com o NDE: desvendando o Projeto Político e Pedagógico do Curso (PPC) com jogo de tabuleiro”, dos professores Fernanda de Abreu Silva, Kleber Alves Gomes e Michela Macedo Lima Costa, do Grupo Aya, das Faculdades Santo Agostinho (FASA), de Vitória da Conquista, na Bahia, mostrou que houve adesão e participação expressiva dos docentes e alto índice de envolvimento dos professores durante o jogo.

“Logbook como estratégia de ensino e aprendizagem na prescrição medicamentosa”, dos professores Tathiana Nascimento, Assis de Freitas Tavares e João Pedro Dias Queiroz, do Grupo Afya, ITPAC-Porto, mostrou que o Logbook tem impacto na formação médica, porque depois da aplicação da metodologia houve uma melhora nas prescrições dos remédios e houve na condução médica.

“Implantação do Laboratório de simulação clínica de uma universidade de educação médica no interior do Tocantins: sobre o processo”, dos professores Ana Patrícia da Silva Arruda Cavalcante, Aroldo Arruda Cavalcante Neto e Gustavo Antunes, do Grupo Afya, ITPAC-Porto, mostrou as etapas de implantação do laboratório que ajudou os médicos em formação a exercer a profissão com maior confiança e destreza.

“Integração teórico-prática na comunidade: ressignificando a aprendizagem”, dos professores Joara Cunha S.M.G. Val, Ayane Araújo Rodrigues, Ana Rachel Oliviera Andrade, do Grupo Afya, IEVASP, em Paranaíba, no Piauí, fez os alunos vivenciarem e observarem os cenários na APS, viabilizando um maior entendimento sobre a organização, princípios do SUS e favoreceu reflexões  sobre o conceito de saúde, além de um aprofundamento  das práticas da saúde coletiva, desde a epidemiologia à administração da saúde.

“Jogo da memória interativo: uma estratégia facilitadora do ensino-aprendizagem no ensino superior, das professoras Ana Lúcia Roselino Ribeiro, Aline Jesuíno de Oliveira, Bruna Matos Rocha Arrais Maia Dantas, Iangla Araújo de Melo Damasceno e Layanne Hellen da Cruz Brandão, do Grupo Afya, do UNITPAC, proporcionou atenção maior dos alunos no jogo das cartas, diálogo e divisão de tarefas das equipes, mesmo em competição, sensação de realização e bem-estar nos alunos, com diminuição da ansiedade para fazer a prova e possibilidades de erro, e o professor teve a chance de ver as fragilidades dos alunos em relação aos temas.

“Interdisciplinaridade, sistemas orgânicos integrados (SOI) complementando ações de habilidades médicas (HAM), dos professores Mário de Souza Lima, Alacid Alves Nunes, Nicolas Oliveira de Araújo e Carlos Cincinato Vieira Melo, do Grupo Afya, de Araguaína, Tocantins UNITPAC, teve como resultados o envolvimento maior dos alunos, despertar da  liderança e trabalho em equipe e maior dedicação ao conteúdo, além de na disciplina de HAM proporcionar mais segurança dos alunos no exame e possível diagnóstico.

“A importância da interação do discente com gestantes na atenção básica aplicando habilidades artísticas como pinturas e adquirindo vínculo para melhor desenvolvimento dos atendimentos como instrumento de metodologias ativas”,  dos professores Divina Gomes Costa Barbosa e Alaeste Rodrigues Negreiros, do Grupo Afya, UNITPAC, mostrou que a interação discentes, gestantes e alunos foi um aprender “juntos”, sendo que o professor assumiu um papel de mediador da interação o que criou vínculos entre todos.

Na 3ª sessão e última do dia, no período das 16h15 às 18h30, na sala 1, sob a coordenação Carolina Vilaça Santana de Araújo foram apresentados oito trabalhos.

A professora Ana Paula Barancelli Hamud apresentou o trabalho “Teatro no ensino médico: teatralização como ferramenta de aprendizado para alunos nos períodos iniciais”, que utiliza a simulação de situações reais da prática médica como forma de preparar os alunos para a atuação profissional. “A prática traz um preparo para que os profissionais enfrentem situações desafiadoras e mais complexas. Quando ele chega no atendimento direto ao paciente, o aluno se sente mais seguro do que se não tivesse passado por essa experiência de simulação”, explica. A teatralização também se mostrou eficiente para o desenvolvimento das habilidades de comunicação e empatia.

Em seguida, o trabalho “O conhecimento aprendido na disciplina de comunidades do curso de Medicina: relato de experiência”, que teve como objetivo relatar e discutir o aprendizado sobre o SUS, na disciplina que compõe o eixo IESC (Integração Ensino Comunidade) ofertada na UNIGRANRIO, foi apresentado pela docente Leila Chevitarese. O estudo descritivo solicitou que os alunos expressassem o que foi ensinado e o que aprenderam na disciplina. “Alguns dos resultados alcançados foram o desenvolvimento de senso crítico dos alunos, a saída deles da zona de conforto e a melhora na capacidade de olhar o paciente como um todo, com dificuldades e necessidades individuais, e não apenas como uma doença”.

“O Impacto da Inteligência Artificial na profissão médica: uma abordagem em pequenos grupos de aprendizagem”, apresentado pela professora Sofia Kelly Cavalcante Rodrigues Grimberg resultou em uma série de impactos positivos e desafios, entre eles uma maior conscientização dos estudantes sobre o papel crescente da IA na prática médica, uma compreensão mais profunda dos conceitos básicos e aplicações da IA na medicina e uma confirmação da necessidade e importância da inserção do tema no currículo da formação médica.

“Monitoria como introdução à docência” foi o trabalho relatado pelo professor Diego Mânica, e objetivou proporcionar aos acadêmicos de odontologia a possibilidade de aproximação com a realidade docente. Como resultado o Programa de Monitoria permitiu estimular no aluno o interesse pela docência, criando oportunidades para melhorar e aprofundar conhecimentos, mas também amplificar relações entre aluno e professor nas atividades de ensino e aprendizagem. “Também utilizamos o Google Forms para mensurar e entender a procura dos alunos pelas monitorias e metade deles buscaram a atividade pelo interesse na disciplina.”

A docente Tatiana Vasques Camelo dos Santos enriqueceu a sessão com “Nutriação: uma abordagem interativa para educação em saúde da hipertensão e diabetes a partir de um jogo de tabuleiro”. Além do engajamento dos participantes, a disseminação de informações sobre a prevenção e o manejo de condições crônicas como a hipertensão arterial e a diabetes mellitus foram alguns dos resultados. “Existem fragilidades ainda, o jogo requer uma análise criteriosa por especialistas e um teste in loco com o público alvo, mas podemos garantir que houve uma contribuição para a formação da tecnologia em saúde para a formação dos futuros enfermeiros”, afirmou Tatiana.

A Profª. Carolina Vilaça Santana de Araújo expôs um relato de caso sobre o uso da educação continuada para superar desafios educacionais e gaps de aprendizagem, intitulado “Educação continuada como estratégia de aprendizado: um estudo em radiologia”.  Segundo Carolina, a iniciativa impulsionou o engajamento acadêmico, pois “os alunos começaram a ser mais protagonistas dessa metodologia de educação continuada, trazendo conteúdos para serem abordados em sala de aula”. Outro resultado foi a melhoria nas avaliações institucionais periódicas.

Para encerrar a sessão o professor Nícolas Oliveira de Araújo apresentou o trabalho “Maquetizando a vida microscópica: explorando a microbiologia de forma criativa”, desenvolvido após a percepção de que “o conteúdo teórico, por vezes, acaba sendo cansativo aos alunos”. Como resultado os alunos destacaram a vantagem da ferramenta em facilitar o processo de ensino-aprendizagem, a abordagem prática e visualmente envolvente, que enriqueceu a compreensão dos conceitos apresentados, e a interatividade.