A parceria entre o Consórcio STHEM Brasil, a Fundação Pan-Americana para o Desenvolvimento (PADF) e a Boeing, no âmbito do projeto “PADF nas Escolas”, capacitou em metodologias STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) 50 professores de 11 instituições de ensino superior consorciadas ao STHEM Brasil.

Graças à parceria firmada no final de 2022, com início de atividades neste ano, os docentes aplicaram as metodologias, desenvolvendo projetos com a  colaboração de 221 alunos de  extensão das IES envolvidas. Os conhecimentos em metodologias STEM foram replicados para 68 professores de escolas públicas, que replicaram os novos conhecimentos no desenvolvimento de projetos conjuntos entre escolas públicas e universidades, atingindo 626 alunos do Ensino Médio e Fundamental II.

Os alunos das IES participantes dos projetos são dos cursos de Agronomia, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Biológicas, Comunicação Social, Enfermagem,  Engenharias Ambiental, Civil, da Computação, de Processos, de Produção, de Sistema, de Software, Elétrica, Mecânica, Farmácia, Fisioterapia, Gastronomia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Pedagogia, Sistema de Informação, Mestrado e Doutorado e Biotecnologia Industrial, Mestrado em Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente (Unifoa), Programa Profissional de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Exatas (Univates) e Núcleo e Educação Ambiental.

As capacitações dos docentes ocorreram no primeiro semestre, na sede do Semesp, em período integral. A primeira, no dia 30 de março, foi realizada on-line e as seguintes, nos dias 24, 25 e 26 de abril, presencialmente. Após a aprendizagem foram definidos oito projetos para serem aplicados no segundo semestre em 11 escolas da rede pública, todas com um evento no formato “Feira de Ciências”, para apresentação dos projetos pelos alunos, com a participação de cerca de 3.750 pessoas entre alunos, docentes e pessoas das comunidades.

O projeto “Autoconhecimento para o Autocuidado”, da Unisalesiano, orientou alunos sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e HPV (Papilomavírus Humano) e foi desenvolvido por 25 alunos do 2º ano do Ensino Médio da E.E. Profa. Maria Aparecida Balthazar Poço.

“Pudemos observar que o tema discutido era pouco abordado tanto na escola quanto nas comunidades, evidenciando a carência de atividades educativas sociais. Foi notável o interesse dos participantes em adquirir novos conhecimentos, bem como em aprender a utilizar plataformas que nunca haviam considerado anteriormente. Durante a aplicação do projeto, os alunos demonstraram grande dedicação, resultando em um feedback positivo, marcado por muito aprendizado e entusiasmo, incluindo a discussão sobre DSTs”, disse a coordenadora do projeto, Larissa Martins Melo.

“Automatização de um sistema de irrigação utilizando arduino”, projeto da Unifoa, teve como objetivo proporcionar diversas atividades didáticas por meio da implementação de uma horta na Escola Municipal Maria do Carmo Fadul Ferreira, e contou com a participação de 52 alunos do 8º ano do Ensino Fundamental II.

“Foi notório para as professoras da escola a mudança de comportamento de estudantes que apresentam problemas de engajamento nas aulas. Os chamados alunos ‘desinteressados’ passaram a ser alguns dos mais entusiasmados nas atividades práticas, e isso estimulou outros meninos e meninas. Essa constatação foi o principal impacto que percebemos ao final do projeto, sendo possível observar melhorias no comportamento coletivo e aumento no resultado quantitativo referente ao último bimestre nas aulas de Ciências”, contou o coordenador do projeto, Luciano de Azedias Maris.

“Desafio Cesupa STEM” buscou incentivar o ingresso em carreiras STEM de modo a promover o pensamento crítico e a resolução de problemas, estimular a criatividade e a inovação, fomentar a colaboração e o trabalho em equipe, além de incentivar a diversidade e a inclusão em sala de aula. O projeto contou com a participação de quatro escolas públicas: E.E.F.M José Alves Maia, E.E.E.F.M Rodrigues Pinagé,  E.E.E.M Magalhães Barata e  E.E.E.F.M Benjamin Constant e um total de 29 alunos do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio e 9ª série do Fundamental II.

“Ficamos muito felizes com o engajamento das escolas durante o desafio e esperamos construir mais experiências memoráveis junto com eles. Esse é só o primeiro passo para todas as interações que pretendemos realizar em conjunto, uma vez que essa parceria com as escolas públicas se firmou agora. A expectativa para o futuro é que consigamos impactar ainda mais estudantes, para incentivá-los a ingressar em suas carreiras nas áreas STEM, sabendo que podem contar com o Cesupa como um grande parceiro e apoiador nessa caminhada dentro do ensino superior”, acrescentou a coordenadora do projeto, Suze dos Santos Oliveira.

“Sistema de Aquaponia Inteligente”, da UniEvangélica, foi desenvolvido por 100 alunos do Ensino Fundamental II da 9ª série A e B da Escola Dayse Fanstone, mas somente 75 alunos concluíram o projeto.

“A iniciativa inovadora não apenas transformou o ambiente educacional, mas também está causando um impacto significativo na comunidade. Desde a implementação do sistema de aquaponia, os alunos têm experimentado uma revolução no aprendizado prático e interdisciplinar. As aulas de STEM ganharam vida, proporcionando aos estudantes uma educação mais envolvente e aplicada, estimulando o pensamento crítico e a resolução de problemas. Eles estão aprendendo não apenas teoria, mas aplicando esse conhecimento na prática, o que os prepara para os desafios do mundo real. A inclusão de tecnologias inteligentes na aquaponia não só facilita a gestão do sistema, mas também inspira os alunos a explorar carreiras em ciência e tecnologia. Além disso, a interação entre a universidade, a escola e a comunidade têm crescido de maneira positiva”, afirmou a coordenadora do projeto, Pollyana dos Reis Pereira Fanstone.

O projeto “Horta Orgânica STHEM: Cultivando conhecimento e sustentabilidade com arduino”, da UNIT, foi aplicado na Escola Estadual 8 de Julho para 78 alunos do Ensino Fundamental II de três turmas da 6ª série.

“A iniciativa do STEM vem preencher uma importante lacuna frente aos desafios vivenciados pelas escolas públicas no Brasil. Pudemos partilhar conhecimentos e vislumbrar novas oportunidades com estudantes extremamente carentes e sedentos de apoio. Através de iniciativas como essa, é possível perceber o poder transformador da educação e o papel fundamental que a escola desempenha na vida de nossos jovens. Projetos sociais como esse não apenas enriquecem o currículo escolar, mas também proporcionam experiências significativas que ajudam a moldar cidadãos mais conscientes, empáticos e engajados”, disse a coordenadora do projeto, Ana Claudia de Ataíde Almeida Mota.

“Projeto de Extensão STEM no C.E. Dr. João Maia – um caminho para a inovação e a sustentabilidade”, da AEDB UniDomBosco, foi a atividade desenvolvida nas três séries do Ensino Médio da escola que dá nome ao projeto, totalizando 172 alunos (1º ano – 102;  2º ano – 59 e 3º ano – 11).

“Notamos que o projeto despertou o envolvimento tanto da escola quanto da comunidade escolar. A presença dos alunos extensionistas na instituição fez com que os estudantes percebessem que ingressar na universidade é uma possibilidade real. Que o ato de sonhar é possível! No que diz respeito aos alunos da UniDomBosco, eles acolheram calorosamente a escola pública, enquanto os alunos da escola pública ficaram encantados com os recursos e os projetos desenvolvidos. Além disso, passaram a reconhecer suas próprias capacidades de falar em público, conduzir oficinas e construir conhecimento. Para nós, professores, é gratificante observar o brilho nos olhos dos nossos alunos e dos estudantes da escola, desejando mais iniciativas como essa”, resumiu a coordenadora do projeto, Gisele Américo Soares, da AEDB Unidombosco.

“Sustentabilidade em ação: explorando os processos de geração de energia”, da Unifacig, foi o projeto aplicado na Escola Estadual Ludovino Alves Filgueiras para 73 alunos do Ensino Fundamental II, das 7ª e 8ª séries.

“O projeto de educação STEM na escola foi inspirador. Por meio desse projeto, pudemos explorar novos ambientes, compartilhar experiências com professores e alunos, e ver que usando a criatividade e o pensamento crítico podemos solucionar problemas reais. As atividades de construção de projetos, experimentação e trabalho em equipe, proporcionaram uma experiência rica de aprendizado multidisciplinar e estimulante para professores, alunos da escola e alunos da IES. O aprendizado foi para todos!  Estamos muito gratos por ter tido essa oportunidade na escola, pois sabemos que o projeto deixou um impacto duradouro e ajudou a desenvolver habilidades essenciais para o mundo moderno”, contou o coordenador do projeto, Humberto Vinício Altino Filho.

“Pulmão em Ação” foi o projeto implantado por alunos de três instituições: FACCAT, Univates e Unicesumar.  Na FACCAT foi desenvolvido por 30 alunos da 9ª série do Ensino Fundamental II da Escola Municipal de Ensino Fundamental Águas Brancas com o objetivo de criar um protótipo robótico de pulmão artificial e explicar como o funcionamento do sistema nervoso pode ser afetado por substâncias psicoativas; interpretar as condições de saúde da comunidade, cidade ou estado, com base na análise e comparação de indicadores de saúde (como taxa de mortalidade infantil, cobertura de saneamento básico e incidência de doenças de veiculação hídrica, atmosférica entre outras) e dos resultados de políticas públicas destinadas à saúde.

“A implementação de metodologias que estimulam o aluno, como as empregadas em STEM, desempenha um papel fundamental ao incentivar a busca ativa pelo conhecimento. Ao adotar abordagens centradas na pesquisa e experimentação, os estudantes são naturalmente impulsionados a explorar e compreender conceitos de maneira prática e envolvente. Essa abordagem não apenas promove a compreensão profunda dos temas, mas também nutre a curiosidade intrínseca dos alunos, transformando o aprendizado em uma experiência dinâmica e motivadora”, disse a coordenadora do projeto na FACCAT, Luciele Martins Gonçalves Descovi.

Na Univates, o “Pulmão em Ação” foi desenvolvido por 17 alunas do Ensino Fundamental II das 6ª, 7ª, 8ª e 9ª séries do Lar da Menina – Centro Nora Oderich de Atendimento à Menina.

“Considerando o tema e o envolvimento de todos no projeto e, principalmente, a motivação e a disseminação das atividades e conteúdos aprendidos no projeto pelas meninas participantes, considero que o projeto teve um ótimo impacto na comunidade escolar de cada uma das participantes e nas famílias envolvidas. Como as meninas eram de escolas diferentes, várias escolas foram impactadas com este projeto. Quanto aos resultados, os considero satisfatórios e muito superior ao que era esperado e, como expectativa, esperamos poder levar esse conhecimento para outras comunidades de nossa região”, acrescentou a coordenadora do projeto na Univates, Maria Claudete Schorr.

Na Unicesumar o “Pulmão em Ação” foi desenvolvido por 40 alunos da 7ª série do Ensino Fundamental II, do Colégio Estadual Alberto J. Byington Jr.

“O projeto foi além das expectativas propostas. Em princípio, eu esperava que os alunos da escola que atendemos teriam muitas dificuldades para montar o kit e relacioná-lo com os efeitos do cigarro eletrônico. Essa expectativa foi completamente quebrada no dia da montagem, sendo que os alunos tiveram muita maestria para a montagem. Integrar a Biologia, com toda sua parte descritiva, junto com a Física e Matemática, com seus princípios rígidos, é um grande desafio, especialmente para um público jovem, acostumado a manter a atenção por poucos segundos. Poder realizar uma ação que mude, nem que seja um pouco, a vida desses alunos, é muito recompensador”, finalizou o coordenador da Unicecumar, Audrei Pavanello.