Na segunda sessão do primeiro dia de “O Admirável Futuro da Educação Superior”, nesta quarta-feira (18), a consultora de ensino superior da Reisberg & Associates e membro do Conselho Assessor  do Centro para a Educação Superior Internacional (CIHE) do Boston College, Liz Reisberg, abordou o tema: “O Ensino Superior e o seu valor: precisamos de uma educação que valorize a inclusão e a diversidade e que responda aos desafios da sociedade”. A educadora questionou se as instituições de ensino superior estão realmente formando alunos para o novo mundo. “Não estou convencida disso”, lamentou ela no início de sua fala.

“O tema da diversidade e inclusão na educação superior é amplo e complexo”, disparou ela, lembrando que há uma dissonância cada vez maior entre a realidade do mercado de trabalho e os conteúdos aprendidos nas universidades. “É preciso ter em mente que hoje existe uma diversidade maior dos alunos, e isso implica uma diferença prévia também em relação à própria tecnologia”, apontou. “As IES devem enfrentar a situação e entender como melhor incorporar a Inteligência Artificial e outras tecnologias nos processos de aprendizagem e ensino. Esse trem já saiu da plataforma e não pode ser ignorado”.

Diante de desafios mais complexos, com competências e habilidades defasadas em relação às demandas do mercado de trabalho, Liz Reisberg defendeu que as IES devem apostar no ensino de competências duráveis, como análise crítica, criatividade e comunicação. “A educação superior precisa oferecer mais para ter um impacto social real. Devemos desenvolver nos estudantes confiança em suas identidades, e propósito para que eles sejam capazes de se integrar em uma sociedade democrática aceitando e respeitando as diferenças e os outros. O que vemos hoje são alunos que não sabem escutar e trocar ideias”, pontuou.

De acordo com Liz, para além das trajetórias tradicionais, as IES precisam aceitar que existem novos paradigmas e que populações muito diversas significam trajetórias múltiplas. “O desafio é como combinar essas experiências em torno de um diploma universitário”, afirmou. “Diante da ideia de uma formação para toda a vida, as IES terão que oferecer mais flexibilidade”, concluiu.

Confira na íntegra o primeiro dia de O Admirável Futuro da Educação Superior aqui.