Nesta sexta-feira (20), terceiro e último dia de “O Admirável Futuro da Educação Superior”, realizado pelo Consórcio STHEM Brasil, Semesp e Universidade de Coimbra, o tema da 5ª sessão foi “Construindo pontes entre a sociedade, o setor produtivo e o conhecimento”, com as participações de José Carlos de Souza Jr., reitor do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia e Nuno Mendonça, gestor de ciência e investigador do Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra e moderação de Daniel Quintana Sperb, CEO da Be Formless Inovação Estratégica e vice-presidente de Inovação da Atitus Educação.

José Carlos de Souza Jr. explicou que o Instituto Mauá de Tecnologia – que tem 2.500 alunos na graduação e 500 na pós-graduação – tem duas unidades que funcionam de forma uníssona com objetivo de fazer a interface com o mercado, buscando parcerias com empresas e outras instituições. “O nosso grande mote, antes de construir pontes com a sociedade e as empresas, é construir pontes internas. Temos mais de 130 laboratórios que fazem as áreas de conhecimento se conversarem, e são avaliados no que entregam em recursos, integrando os cursos e trazendo as empresas para dentro do campus. O grande segredo de todo esse trabalho não é fazer o aluno se especializar em cada área, mas enxergar que a excelência está no equilíbrio e na entrega de uma solução viável, atendendo as demandas do usuário”, explica.

Segundo o reitor do Instituto Mauá, “o Centro de Pesquisa conversa com os laboratórios e as empresas, envolvendo professores e alunos. Os alunos levam soluções para os problemas de empresas na indústria 4.0. As ideias são prototipadas em um Fab Lab, que atende todos os cursos que funcionam como um ecossistema envolvendo as áreas Administração, Engenharias e Design. Criamos também um Fab Lab móvel que leva professores e alunos até a empresa para acompanhar as linhas de produção e criarem, juntos, as soluções para os problemas apresentados”.

A relação da instituição com o mercado acontece de duas formas: via Centro Universitário com o empresarial, onde é feito um contrato com a empresa e tem um custo ou por meio educacional, via Centro Universitário, que é quando a empresa aceita seguir o calendário da instituição para que seu problema seja apresentado em sala de aula e solucionado por alunos. “Temos ainda um Smart Campus onde são desenvolvidos produtos e soluções de problemas para empresas e quem cuida de toda a parte administrativa e faz a interface dos cursos extensionistas é o Centro de Pesquisa”.

Nuno Mendonça, gestor de ciência e investigador do Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra, contou que a instituição em que atua “tem uma Rede de tecnologia focada na valorização e na transferência do conhecimento. Dentro desse departamento, trabalhamos a valorização do conhecimento que é desenvolvida pelos investigadores e pelos alunos”. No entanto, Mendonça chamou a atenção na distância existente entre o mundo acadêmico e os setores econômico, industrial e empresarial.

“O nível de colaboração e desenvolvimento entre instituições e mercado se apresenta muito baixo em relação a consultoria, cerca de 5,9% das IES alguma vez fez consultoria para empresas. Há um trabalho da Universidade de Coimbra para diminuir essa realidade, mas os principais motivos de um índice tão baixo são: valorização e locação do tempo dos docentes para se dedicar ao conhecimento e do ponto de vista da IES é falta de incentivo e de fundos para realizar essas experiências de um modo mais eficiente”, declara Mendonça.

Embora muito trabalho ainda precisa ser feito, hoje a Universidade de Coimbra é uma das líderes nacionais em inovação entre as IES, tem mais de mil projetos em atividade, 2.126 investigadores em ação e 25 mil estudantes de mais de 100 nacionalidades em seu campus.

“Como agente de desenvolvimento econômico a Universidade de Coimbra possui hoje 42 centros de Investigação, 26 plataformas tecnológicas e de serviço, 89 Spin-Offs ativas, 7 laboratórios associados e 9 colaborativos, 14 clusters, 9 Centros de Interface Tecnológica, 4 polos de inovação digital e 6 Redes de Inovação e Transferência e está entre as 500 melhores universidades do mundo no Times Higher Education”, concluiu.

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