A gerente de projetos do Consórcio STHEM Brasil, Fátima Medeiros, acaba de divulgar os 17 professores que apresentaram  projetos de 11 instituições de ensino superior consorciadas contemplados no âmbito do projeto PADF nas Escolas, parceria com o STHEM, Fundação Pan-americana para o Desenvolvimento (PADF) e Boeing, e que envolve professores e alunos de escolas públicas do ensino médio e fundamental. A coordenação da apresentação dos trabalhos ficou a cargo da professora Simone Vianna, da UniFECAF.

A primeira apresentação foi da professora Larissa Martins Melo, da Unisalesiano, com o projeto “Autoconhecimento para o Autocuidado sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e HPV (Papilomavírus Humano)”, voltado para o 2º ano médio de uma escola pública de Araçatuba e que junta as áreas da Medicina e das Engenharias. “O objetivo é fazer os alunos terem conhecimento sobre doenças da sexualidade, com pensamento crítico, criativo e de responsabilidade e cidadania. O aluno deve desenvolver o que é o HPV e as DSTs, para levar o conhecimento de forma on-line e compartilhada com outros alunos. A ideia é que no final do aprendizado os alunos apresentem uma gincana, com quebra-cabeças sobre o corpo humano, uma brincadeira utilizando uma caixa em 3D para mostrar as estruturas da saúde e o entendimento das formas anatômicas do corpo humano, e ainda o desenvolvimento de jogos sobre DSTs que serão enviados por tablets”, disse Larissa, que teve a contribuição dos professores Rogério Adas Pereira Vitalli (Centro Universitário Fundação Santo André – FSA) e Edval Rodrigues de Oliveira (Unisalesiano).

O segundo projeto, “Automatização de um sistema de irrigação utilizando arduíno”, destinado a alunos e alunas do 8º ano fundamental de uma escola pública de Pinheiral, foi apresentado pelo professor Luciano de Azedas Marins, do Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA). “São quatro etapas: na primeira, ensinar os alunos a montar a horta, fazer compostagem dentro da escola com a parte orgânica; na segunda, montar o canteiro e fazer o plantio das mudas; em um terceiro momento é implantado o projeto de irrigação por meio do arduíno, e com isso conseguimos fazer o aluno aprender sobre tecnologia, saúde, educação alimentar e ambiental. Na última etapa, os alunos precisarão fazer uma exposição dos trabalhos em uma feira fora da escola, para a comunidade poder participar, e criar um e-book para apoiar o curso de mestrado e de capacitação dos professores do ensino fundamental”, explicou Luciano.

O terceiro projeto, apresentado pelos docentes Luciele Martins Gonçalves Descovi, Maria Claudete Schorr, Grasiela Kieling Bublitz e Audrei Pavanello, foi desenvolvido em conjunto por três IES do Sul do Brasil: FACATT, UNICESUMAR e UNIVATES, para alunos e alunas do 6º, 7º, 8º e 9º anos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Águas Claras (Três Coroas), Lar da Menina (Lajeado) e Instituto Nacional de Maringá (PR). “Nós trouxemos para as escolas uma questão motivadora: quais são as condições que afetam a saúde do sistema respiratório com o uso do cigarro eletrônico e como vincular essa proposta às competências da BNCC. Nós vamos atender, na área de Matemática, meninas vulneráveis dos 9 aos 15 anos do Lar das Meninas”, disse Maria Claudete Schorr. Já Audrei Pavanello acrescentou que “no Instituto Nacional de Maringá serão trabalhadas com os alunos questões relativas às áreas de Ciências da Natureza e Biológicas (Fisioterapia, Medicina e Biologia) com as áreas de Exatas (Matemática, Engenharias da Computação e de Software)”. Segundo Grasiela também “será desenvolvido um curso de extensão, on-line, para capacitação de professores”.

Na quarta apresentação, os professores Leonardo Araujo Neves e Eliane Oliveira, do CESUPA, propuseram um projeto com aulas, oficinas práticas e quatro desafios para o tema “vírus e antígeno” (jogo entre vírus, corrida de carro, torre/ponte e torre de Hanoi), e que contará com a participação de 10 escolas públicas parcerias do Centro Universitário. “A escola que se destacar vai receber kits, e os professores e a equipe de alunos, prêmios em dinheiro”, conta Leonardo. O evento acontecerá no CESUPA e o projeto tem como objetivo incentivar o ingresso em carreiras de STEM para promover o pensamento crítico e a resolução de problemas, estimular a criatividade e a inovação, fomentar a colaboração e o trabalho em equipe e incentivar a diversidade e a inclusão.

O quinto projeto, “Proposta de Projeto de Extensão STEM nas Escolas: Sistema de Aquaponia e Horta Inteligente” foi detalhado pelas docentes Natasha,  Rúbia de Pina e Pollyana dos Reis Pereira Fanstone, da Universidade Evangélica de Goiás (Unievangélica). “A proposta é fazer os alunos montarem uma horta e um sistema de aquaponia, ambos inteligentes, e trabalhar com vários cursos de Engenharias (Civil, Elétrica, Mecânica e de Software), Agronomia, Administração, Gastronomia, Nutrição, Pedagogia e Medicina Veterinária, sempre objetivando ensinar como a tecnologia pode ser usada para promover a educação ambiental, de forma a conscientizar sobre a importância da sustentabilidade os 70 alunos do 9º ano da Escola Presbiteriana Dayse Fanstone, no município de Anápolis, considerada de vulnerabilidade social, e proporcionar aos alunos um aprendizado maker sobre agricultura sustentável, tecnologias avançadas e alimentação saudável”.

Ana Cláudia de Ataide Almeida Mota, da Universidade Tiradentes (UNIT), apresentou o sexto projeto, “Horta Orgânica STEM, cultivando conhecimento e sustentabilidade em arduíno” que envolve os cursos de Sistemas de Informação, Farmácia, Nutrição, Mestrado em Biotecnologia e Innovation Center, e que será aplicado para 79 alunos com alta vulnerabilidade do 6º ano do Fundamental 2 da Escola Estadual 8 de Julho, localizada na zona oeste de Aracaju (SE). “A ideia é trazer as crianças para o ambiente da instituição e conhecer o Innovation Center para aprender a programar no Centro Tecnológico. Além disso, durante todo o projeto, participar de atividades nas áreas de conhecimento selecionadas para as atividades de aprendizagem, incentivando habilidades e autonomia para autoavaliação”, diz a docente.

O sétimo projeto, “Feira de Ciências Expert – Inovação e Sustentabilidade” foi apresentado pelos professores Gisele Americo Soares e Cássio Faria, da Associação Educacional Dom Bosco (AEDB), do Rio de Janeiro. “O projeto já existe na universidade, mas pretende estender parcerias com as Coordenadorias Regionais de Educação do Sul Fluminense, visando à divulgação científica para estimular o interesse de alunos do ensino médio nas áreas de STEM (Ciências da Natureza, Matemática) e também capacitar os professores para criar projetos em várias áreas e trazer os estudantes para essa feira”, explica os educadores. “Os alunos serão avaliados durante a feira, onde vão apresentar seus projetos que serão premiados e farão um diário de aprendizagem para a extensão, além de se autoavaliarem”, finalizaram os docentes.

Os docentes Natália Tomich Paiva Miranda e Humberto, do Centro Universitário UNIFACIG, fizeram a 8ª apresentação, com o projeto “Sistemas de Geração de Energia”, no qual irão trabalhar com alunos do 8º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Ludovino Alves Filgueiras, localizada na região rural de Manhuaçu (MG), por meio da área de Exatas da UNIFACIG e dos cursos de Engenharia Civil e Análise e Desenvolvimento de Sistemas. “Os alunos vão ter como objetos de conhecimento fontes e tipos de energia, transformação da energia, circuitos elétricos e uso consciente da energia elétrica e o problema que terão de resolver é: qual o sistema de energia ideal para o local onde moro? Para responder a essa questão os alunos vão construir miniusinas de geração de energia eólica, hidrelétrica, termoelétrica e solar e ainda calcular os impactos que esses tipos de energia podem causar”, detalha a educadora.

O último projeto foi apresentado pelo professor Rogério Adas Pereira Vitalli, do Centro Universitário Fundação Santo André (FSA), instituição que tem desenvolvido diversas ações de responsabilidade social em seu entorno. “Eu fui na Escola Estadual Dr. Américo Brasiliense para conhecer a realidade. É uma escola de alta vulnerabilidade. Ouvi todas as dores e qual o problema: eles estão fazendo todas as coisas, menos estudar. Percebi que os alunos não sabem como aprender e absorver a Matemática. Estamos com problemas de hard skill de Matemática e Física, mas também a escola não tem um trabalho em equipe, os alunos estão sem ideal, não têm perspectivas de entrar na faculdade. Então pensamos em propor uma cultura maker, os alunos criarem robôs com suas próprias mãos para participar de competições, e aprenderem a trabalhar em equipe e planejar tarefas, até chegar na programação, envolvendo pesquisa e muita disciplina”, esclarece Rogério Vitalli. Por fim, o educador disse que os alunos serão avaliados e que o projeto pode ser estendido para outras escolas.