Nesta terça-feira (29) aconteceu a segunda parte do 2º Módulo do curso Formação em Inteligência Artificial (IA) para Professores do Ensino Superior: Novas Fronteiras na Educação, que teve como tema: “Integrar a IA nos processos de avaliação”, com a pesquisadora em Metodologias Ativas e Aprendizagem Ativa e Resultados de Aprendizagem, Ana Valéria Sampaio de Almeida Reis.

“A avaliação é um processo sistemático de busca de evidências para a formulação de juízos de valor que orientem a tomada de decisões. Em sua função formativa, a avaliação deve dar informação útil e necessária para assegurar o progresso na aquisição e compreensão de quem aprende e também de quem ensina”, disse Ana Valéria.

A especialista explicou que o uso da IA ajuda nos processos avaliativos, mas criar na IA envolve habilidades humanas e citou o artigo de Sofía García, especialista de tendências educativas do Observatório do Instituto para o Futuro da Educação, que descreveu sete habilidades humanas mais valiosas em 2023: alfabetização digital, criatividade, adaptabilidade, pensamento crítico, liderança, comunicação e inteligência emocional.

O questionamento feito por Ana Valéria para os presentes foi como lidar com essas habilidades, se estão sendo inseridas nos planos e atividades no contexto de aprendizagem e, consequentemente, acompanhadas para dar feedback aos alunos, mas principalmente como os docentes se veem diante dessas habilidades.

“Temos de dominar essas habilidades, estar preparados para usar os recursos tecnológicos e nos comportar como bons cidadãos digitais. Temos de desenvolver um bom comportamento digital, seguindo princípios, valores, ética, e precisamos de uma série de conhecimentos”, afirmou.

A especialista apresentou ainda uma série de rubricas de organização e coerência, perseverança, compreensão de valores humanos e sociais, entre outras, que o ChatGPT ajuda a criar, dialogar e interagir, não só de produtos para atividades em sala de aula, mas caminhos para melhor avaliar a cognição dos alunos. “Temos de prestar atenção no prompt (comando) que vamos usar com a ferramenta e como vamos interagir com ela. Quando você começa a se comunicar com uma IA, precisa estar ciente disso por vários motivos. Ela sabe muitas coisas, mas nem sempre sabe quando está errada”, alertou.

Ana Valéria também listou os verbos de ação que precisam ser usados pelos professores e que vão determinar o desenvolvimento cognitivo ativo dos estudantes: analisar e avaliar as informações; discernir entre fontes confiáveis e não confiáveis; identificar e resolver problemas técnicos; adaptar-se e ajustar-se às mudanças do ambiente; aprender a adaptar-se rapidamente a novas interfaces, aplicativos e ferramentas digitais; usar ferramentas digitais de forma criativa para gerar ideias, soluções e conteúdo original; pensar de maneira inovadora; criar e expressar ideias de maneiras únicas e gerenciar informações, ou seja, a capacidade de pesquisar, selecionar, organizar e sintetizar informações digitais de forma eficaz.

A educadora informou ainda que o ChatGPT pode ajudar na correção de avaliações dos alunos, na parte textual, e falou de uma série de ferramentas que detectam se o texto é humano ou feito por Inteligência Artificial, além de apresentar as falhas destas ferramentas sobre os processos de plágio.