Nesta segunda-feira (27) o Consórcio STHEM Brasil realizou o primeiro dia do II Encontro de Boas Práticas. “O principal pilar do STHEM Brasil é a formação de professores, com o objetivo de atingir um maior engajamento dos estudantes. Somos 64 IES públicas e privadas e nesse ano 1.100 professores passaram pelos nossos programas de formação, que foram realizados em maio e agosto. Esse número impacta mais de 10 mil professores, porque os docentes que passam pela nossa formação provocam um efeito multiplicador”, afirmou o presidente do consórcio Fábio Reis.

Segundo Reis, “esse evento de boas práticas nasceu para trocar experiências sobre capacitação de professores nas diversas instituições de ensino superior (IES). Não temos uma pesquisa ainda, mas as IES que possuem programas de capacitação estão conseguindo melhores resultados e mudanças institucionais significativas”.

Nicolás Vergara, head do Santander Universidades, reforçou que o “objetivo do Santander Universidades é ter um olhar social e institucional focado na educação, no emprego e no empreendedorismo. E importante é saber que esse trabalho não acaba, realmente é multiplicador de boas práticas, para que na ponta chegue aos alunos da melhor forma possível”.

Após a abertura do evento, o diretor associado de inovação da Laspau-Harvard, Prof. Oscar Yanez, falou sobre como as instituições de ensino superior podem capacitar professores para obter o melhor impacto. “Primeiramente é importante pensarmos na universidade pré e pós pandemia, já que pós pandemia a universidade não deve se tornar uma instituição virtual, mas passaremos a ter mais integração, integrando mais tecnologia”.

Yanez afirmou que é necessário ressignificar as aulas presenciais para que sejam aulas com maior valor agregado, pois a partir de agora o aluno irá ao campus ainda mais focado na busca por uma experiência significativa, e não apenas para receber conteúdo, e os educadores precisam acompanhar essa nova realidade.

“Todos precisamos repensar projetos educacionais no novo cenário, pois a educação vai mudar. Precisamos do processo de transformação, já que muitos dos professores que nunca tinham trabalhado com ferramentas virtuais tiveram que integrar tecnologia, mas continuavam fazendo as mesmas coisas de antes, sem pensar que a tecnologia pode agregar muito. Aqui começa o processo intencional de metamorfose que é necessário para chegarmos à inovação”, afirmou, reforçando ainda que “o processo de metamorfose pode não ser harmônico, mas é um passo intermediário para inovar e progredir”.

Em seguida o diretor do Departamento GES da Universidade Galileo, na Guatemala, Prof. Rocael Hernández Rizzardini, abordou as boas práticas na formação de professores na América Latina, iniciando com uma perspectiva geral sobre o que está acontecendo no mundo. “A educação superior em geral está sendo afetada e transformada, não foi da noite para o dia que todos se adaptaram: a maioria das instituições precisaram se ajustar”, disse o palestrante.

Segundo ele, se a pandemia tivesse acontecido há 25 ou 30 anos, as instituições de ensino superior teriam parado completamente, já que não havia as ferramentas que existem hoje. “A pandemia acelerou a transformação digital, e o que vemos no futuro é a educação com muita força. A pandemia veio transformar a educação e todos estamos participando dessa transformação digital”, afirmou.

“Não podemos falar em treinamento e formação docente sem pensar no contexto das tecnologias que vieram para ficar e que precisamos assimilar: inteligência artificial, robótica, realidade aumentada…”, reforçou, destacando que essas tecnologias vão transformar os próximos dez anos e que o conhecimento dessas novas tecnologias é fundamental para que elas possam ser utilizadas em sala de aula.

“Temos uma transformação do papel do professor, nós temos metas, motivação, treinamento, suporte… o papel do professor muda de forma importante e temos diferentes elementos como a adequação de novas necessidades curriculares pedagógicas e tecnológicas, a mudança de paradigma, ou seja, o aprendizado agora é ativo e cooperativo”, ressaltou.

O professor Rizzardini concluiu sua apresentação propondo que “precisamos sempre começar o dia com a pergunta: quem é o nosso estudante hoje? E pensando em como vamos projetar o ensino do futuro para a humanidade”.