Nesta sexta-feira (27), segundo dia do 2º módulo da VIII Semana de Formação de Professores do STHEM Brasil, o tema foi: “Avaliação por competências e habilidades”, com Zeida Sarahí Guajardo Garja, responsável pelo Programa de Atualização em Competências na unidade TecMilenio do Tecnologico de Monterrey, no México.

Durante o workshop, aplicado aos quase 200 docentes presentes, a educadora mostrou, por meio de exercícios práticos, como desenvolver evidências, a relação entre competência, evidência e rubrica na matriz curricular do curso de graduação intitulado “O líder de dentro”, e fez os docentes criarem um Plano de Desenvolvimento de Competências.

A educadora deu como exemplo a construção de uma revista, dividida em duas partes para que o aluno responda a algumas evidências. “Na primeira parte, “Tudo sobre mim”, espera-se que o aluno faça um trabalho de profunda introspecção pessoal e inicie a construção de suas habilidades de liderança”, explicou.

“Na segunda parte, “Eu construo o meu futuro”, espera-se que o estudante defina o rumo para onde quer ir e gere um plano de crescimento pessoal, tendo realizado um SWOT, que é uma técnica de planejamento estratégico utilizada para auxiliar pessoas ou organizações a identificar forças, fraquezas, oportunidades, e ameaças relacionadas à competição em negócios ou planejamento de projetos. Para, em seguida, o aluno determinar uma estratégia e desenvolver relacionamentos estratégicos alinhados, alcançando seu propósito de vida”, complementou Zeida Guajardo.

Na revista o aluno precisa entregar quatro rubricas e dimensões avaliadas: 1. exercício de reflexão pessoal; 2. análise SWOT pessoal; 3. plano de crescimento pessoal e 4. construção de uma Agenda, com uma lista de pessoas a serem influenciadas e um plano para agregar valor a elas.

Em seguida, Zeida Guajardo mostrou como foi criada a concepção curricular por competências e a construção de situações-problema ou núcleos problemáticos aos quais se integram várias disciplinas dos cursos do TEC Monterrey, que implicam em repensar a organização dos conteúdos de todos os planos de estudos. “Desenhado em 2015 pelo TEC, o projeto integrador curricular sobre o desempenho esperado ou resultado de aprendizagem do aluno é dividido em evidências de desempenho, conhecimento e produto”.

Também o desenho curricular do TEC é feito por módulos e certificados, onde os módulos funcionam como unidades autossuficientes. “Cada aluno pode escolher 40% das disciplinas de um determinado curso para ter os certificados de acordo com suas necessidades de aprendizagem atuais e com base em sua prática de trabalho. E esses certificados podem ser acumulados, ou seja, atingir um determinado número e demonstração das competências do aluno até ele obter um título profissional”.

A duração da grade curricular da universidade também é diferenciada para atingir os certificados. “Curricularmente é oferecida a possibilidade do aluno tirar um certificado completo no quarto e no oitavo quadrimestre. O aluno chegará ao mercado de trabalho com um certificado já no quarto quadrimestre, o que lhe permite demonstrar as novas competências adquiridas e permanecer à vista do empregador, além de aumentar seu senso de autoeficácia e sua motivação para continuar estudando e na carreira que escolheu”, contou Zeida.

Além disso, segundo ela, “o aluno tem duas oportunidades de estágio, são os tetramestres empresariais, onde ele vai aplicar na prática tudo que aprendeu, mas de forma que cause um bem estar em todos, tanto nele próprio quanto nas pessoas que os recebem na empresa”.

Processo de avaliação

A educadora explicou também o diferencial da universidade no processo de avaliação. “Praticamos uma avaliação longitudinal por competências transversais, tanto em nível curricular como no programa acadêmico e analisamos tanto as competências softs como as essenciais nos cursos de bacharelado, profissional e mestrado”.

O processo é feito de várias formas e pelo uso de vários instrumentos. “Um deles são as escalas de competências transversais, onde é feita uma pergunta que se coloca nessa escala. E se avalia, por exemplo, como o aluno se sente em várias situações vivenciadas. Podemos avaliar usando essa escala e chegar a um valor da empatia, por exemplo”, explicou Zeida.

O segundo instrumento é o autorelato, “onde perguntas são usadas para avaliar a autopercepção das próprias habilidades do aluno para realizar diferentes tipos de tarefas ou para explicar ações que, por sua vez, refletem suas habilidades”, pontuou a educadora.

E o terceiro instrumento é o formato de lista de observação. “Os relatórios do professor frequentemente usam listas de verificação para documentar e avaliar as habilidades dos alunos. A ideia por trás do uso desse formato é que as habilidades que um aluno desenvolveu devem se manifestar na maneira como resolvem diferentes tipos de problemas”, concluiu.