O workshop “Ensino hibrido e o caminho para uma aprendizagem autodirigida”, ministrado nesta quinta-feira (7), pela Profª. Ana Valéria Reis, diretora de inovação da Faculdade Santo Angêlo (FASA) e doutoranda no Instituto de Estudos Interdisciplinares na Universidade de Coimbra, como parte do 7º Fórum Internacional de Inovação Acadêmica do Consórcio STHEM Brasil, teve seu início marcado pelo questionamento ”para onde está se movendo o modelo de educação?”.

“O modelo de educação está se movendo para um ensino baseado em competências. Esse modelo gera aprendizagem mais profunda e significativa, mas quando falamos nisso temos também que pensar em estratégias de aula e metodologias ativas que possam demonstrar o desenvolvimento do aluno.”

Segundo a professora, é necessário que os educadores consigam fazer todo um trabalho de orientação com os estudantes para possibilitar a aprendizagem autodirigida, para que exista uma postura comprometimento dos estudantes com o aprendizado. “Temos percebido como os alunos conseguem driblar os professores nas aulas remotas fingindo que a conexão caiu, não fazendo as tarefas e etc. Mas se não há a cultura de comprometimento é também porque não estamos fomentando essa cultura”, explicou.

Em seguida foi apresentado aos participantes do evento o que de fato é o ensino híbrido, que se trata da combinação do online e do presencial em uma mesma disciplina e de forma integrada, mas que atualmente é implementado por dois caminhos: o primeiro chamado de caminho sustentado, em que a instituição investe em inovação e capacitação de docentes, mas ainda mantém características de uma instituição tradicional, não há mudança na estrutura curricular, carga horária e processos.

O segundo caminho para a implementação do ensino hibrido é o disruptivo, em que é necessário repensar infraestrutura, apoio técnico, práticas de aprendizagem, critérios de avaliação e adaptação dos currículos. “A promoção de cultura colaborativa e de rede tem que ser fomentada. A troca de ideias tem que acontecer e as disciplinas precisam dialogar”, afirmou Ana Valéria Reis, lembrando também que esse modelo ainda não é comum nas instituições brasileiras e que algumas experimentam apenas em alguns cursos.

De acordo com a professora, a educação hibrida também possibilita a personalização. “Esse modelo de ensino traz uma oferta de educação mais personalizada para os alunos, mas também o responsabiliza em relação ao seu aprendizado. Valoriza os momentos de aprendizagem individual e reconhece as inteligências múltiplas, isso implica desafios institucionais.”

Também foram abordadas durante o workshop as ferramentas digitais de apoio que podem ser utilizadas em sala de aula e as plataformas adaptativas que corroboram com a implementação do ensino híbrido, principalmente para promover o ensino autodirigido com os alunos.

A professora também apresentou exemplos de organização de plano de ensino, plano de aula e de divisão de carga horária entre presencial e online. Por fim, os participantes do workshop apresentaram seus desafios nas salas de aula e como têm implementado metodologias ativas e ferramentas digitais antes e durante o período de pandemia.