Nesta quarta-feira (23), o VIII Fórum Internacional de Inovação Acadêmica, realizado pelo Consórcio STHEM Brasil, com apoio da da Unifenas – Universidade José do Rosário Vellano, teve início com o workshop “Avaliação em Cena: de que depende a aprendizagem?”, com a pró-reitora de Ensino, Aprendizagem e Inovação do Centro Universitário de Valença (Unifaa), Ana Valéria Sampaio de Almeida Reis.

“A cada dia tentamos compreender o significado de avaliar e como a avaliação impacta os nossos estudantes. Hoje nós temos o ensino por competências e as instituições estão mudando os seus currículos, mas como avaliar o aluno por competências, acompanhá-los, sem que a IES perca esse controle? Existem uma série de critérios para construir uma relação de confiança com os nossos professores e os nossos alunos”, alertou Ana Valéria.

Segundo a pró-reitora, “é preciso definir objetivos como repensar cursos e sessões de aulas, considerando o planejamento reverso (metodologia que propõe que o professor comece a fazer o plano de aula pelo fim. Ou seja, primeiro é definido qual o objetivo de aprendizagem, depois quais são as evidências de aprendizagem que comprovam o objetivo e fechando o processo, a descrição do planejamento de toda a experiência); definir metas, evidências e situações de aprendizagem coerentes, organizadas, eficazes e reversas e avaliar, heteroavaliar, coavaliar e autoavaliar”.

No entanto, para a docente Ana Valéria, “só se muda um cenário, conhecendo os alunos profundamente e como eles reagem a uma proposta de mudança. Os nossos estudantes não são mais crianças, são jovens e adultos, principalmente no período noturno, e temos de pensar no perfil desses adultos, por que estão fazendo um curso profissionalizante, qual o propósito desse curso na vida deles e se em nossas avaliações diagnósticas, conseguimos levantar todas essas questões”.

Para atingir os objetivos, Ana Valéria mostrou “como é preciso pensar o curso de maneira reversa e de três formas: identificar os resultados desejados (metas de aprendizagem a serem alcançados em aula), com ponto de partida e de chegada do processo, atingindo a todos os alunos; determinar evidências aceitáveis, que devem demonstrar a eficácia das estratégias escolhidas e englobar todos os aprendizados estabelecidos, em termos de profundidade com o nível determinado para formação; além de planejar as experiências de ensino e aprendizagem, com um conteúdo organizado e o mais importante, definido”.

Definidos os objetivos, a instituição necessita identificar os resultados de aprendizagem de seus alunos. As sugestões dadas por Ana Valéria foram fazer os seguintes questionamentos: “que conhecimentos os alunos devem dominar/demonstrar ao finalizar o curso? Que perguntas eles devem ser capazes de responder?  Que problemas solucionar? Que ideias são capazes de compreender? Que competências o curso ajuda a desenvolver?”

Outra dica dada pela educadora foi focar em competências. “Essa tendência incentiva os professores a guiarem a formação com base em questões essenciais, desafiando seus alunos a organizarem a aprendizagem em torno de grandes ideias de conhecimento. As perguntas permitem conduzir a formação e o ensino em vários níveis, engajando os alunos para que descubram as ideias relevantes a serem respondidas”.

Ana Valéria também detalhou os cinco critérios de gestão de uma aula eficaz: “uma sessão de aula deve considerar a organização de um processo eficaz de ensino e aprendizagem e dois elementos principais devem ser considerados: o que o professor deve fazer para ensinar e o que o aluno deve fazer para aprender. A execução desses elementos se baseia na organização, metodologia ou estratégia selecionada para atingir os resultados preestabelecidos. E são cinco critérios para isso: é preciso ter uma relação cordial, inclusiva e íntegra com os estudantes; indicar os pontos importantes da sequência e da metodologia escolhida; promover um ambiente desafiador e positivo de aprendizagem; gerar espaços eficazes de interação e colaboração entre colegas e equipe docente; e utilizar ferramentas tecnológicas para a gestão e aprendizagem”.

Por fim, a educadora enfatizou a importância dos processos avaliativos e “de se conhecer profundamente o aluno, seu nível de maturidade, as experiências de vida que traz, expectativas, medos, o que esperamos dele e ele de nós. O professo sempre deve dar feedback, o tempo todo, ao aluno e precisa assumir o papel, de como docente, dominar conceitos sobre avaliação, como heteroavaliar, coavaliar e autoavaliar. Mostrar ao aluno a importância da coavaliação, quando o sujeito da avaliação é avaliado por pares e pode avaliar o outro, e da autoavaliação, quando o sujeito avalia a si mesmo, como parte de seu processo formativo”.