A Profª. Hermila Gisela Loya Martínez, diretora de Treinamento e Desenvolvimento de Instituições do Instituto Tecnológico de Monterrey, foi a palestrante do Workshop 3, com o tema A arte de projetar desafios de aprendizagem. O 1º Seminário O Admirável Mundo Novo da Educação Superior em Ambientes Híbridos é uma parceria do Consórcio STHEM Brasil com a Universidade de Coimbra e tem como coorganizadores o Semesp, a Universidade Estadual do Arizona, o Instituto Tecnológico de Monterrey e a Unicamp.

Depois de apresentar o processo que levou o Instituto Tecnológico de Monterrey a trabalhar na construção de processos de aprendizagem “capazes de motivar os alunos a se empoderar da própria aprendizagem e aplicar os ensinamentos recebidos na solução de problemas reais”, a palestrante promoveu uma interação remota com os participantes do workshop, com objetivo de transmitir como se dá o processo geral de desenhar um desafio de aprendizagem que permita desenvolver as competências profissionais e humanas para o estudante poder participar da sociedade e do processo econômico.

Destacando sempre a importância de tornar o professor um facilitador das experiências de aprendizagem, considerando que cada aluno tem o seu propósito de vida e seu contexto e participa de maneira diferente da experiência de aprendizagem, a Profª. Hermila Gisela orientou os participantes do workshop a registrar, com o uso do aplicativo Wakelet, as várias etapas de construção de um desafio de aprendizagem, considerando a definição, duração, características, finalidades, âmbito, modalidades e alcance de um projeto, com definição do diagnóstico da situação e possíveis alternativas, as competências disciplinares e transversais e o conjunto de conteúdos integrados de forma estruturada com varias disciplinas.

“Os alunos estão cada vez mais preocupados com o contexto em que estão vivendo e cada vez mais sensíveis a sistemas de retroalimentação nos processos de aprendizagem, de forma que todos coloquem seu ponto de vista”, relatou a palestrante. Segundo ela, isso faz com que os professores inspiradores busquem o compromisso dos alunos com sua experiência de aprendizagem, ensinando-os a manejar ferramentas no ambiente real de operação.

“Para tanto, o professor deve não apenas dominar a sua matéria, mas também estar atualizado e conectado de uma forma natural com tudo que acontece no seu ambiente de atuação. Um professor que não faz isso está dissociado de um processo de melhora continua”, afirmou.

“Temos que pensar qual será o melhor processo de interação, as tecnologias que nos ajudarão, as competências transversais, onde deve suceder a experiência de aprendizagem e até onde levar o aluno”, disse a diretora do Tec. de Monterrey. “E não é necessário que tudo seja tão regulado de nossa parte. Temos que desenvolver projetos que sejam autoaplicáveis, para que o aluno possa se apropriar do processo de aprendizagem, definindo o que cabe aos professores e o que cabe aos estudantes”, completou.

A Profª. Hermila Gisela revelou que o processo de construção de um desafio de aprendizagem se inicia com a formulação de perguntas desafiantes com as quais seja possível alcançar a busca de soluções inovadoras que se adaptem à necessidade identificada. O cenário que for criado, segundo a palestrante, deve estar muito ligado à realidade do ambiente que o aluno encontrará, e a construção deve prosseguir com o incentivo à participação de um conjunto de especialidades e competências para abordagem dos desafios de forma transversal, e com a promoção de imersões em que o aluno possa aplicar na prática o conhecimento.

“Em todo o processo é importante definir os conhecimentos, processos, protocolos, módulos e matérias que poderão guiar os alunos na experiência de aprendizagem, ajudando-os a identificar habilidades, atitudes e valores, e aonde querem chegar. E também que o contexto dos eventos e do ecossistema de aprendizagem esteja associado a alianças com organizações do mercado, para uso dos espaços onde os alunos poderão aplicar os ensinamentos de forma real”, concluiu a palestrante.