A Profª. Maria Aparecida Felix do Amaral e Silva, pesquisadora nas áreas de gestão educacional; pedagogia do ensino superior; aprendizagem ativa e avaliação da aprendizagem, além de consultora da Essencia Educação, promoveu durante sua apresentação em um dos sete webinares que compuseram, nesta quinta-feira (7), o programa do primeiro dia do Fórum Internacional de Inovação Acadêmica do Consórcio STHEM Brasil, uma instigante reflexão sobre o tema “Planejar e educar para a compreensão: desenvolver e avaliar competências”.

A partir de um debate abrangente e aprofundado com os participantes, a palestrante os estimulou a desenvolver conceitos sobre o planejamento da educação, com foco no aluno, para o desenvolvimento da sua capacidade de compreensão. Durante sua apresentação os participantes foram convidados a desenvolver tarefas com o objetivo de refletir sobre como colocar em prática os conhecimentos apresentados.

A consultora lembrou que, desde o final da década de 1990, por ocasião da conferência da Comissão Internacional sobre Educação para o Século 21 da UNESCO, as questões sobre a organização do trabalho pedagógico, apresentadas naquela ocasião pelo economista e professor francês Jacques Delors, têm pautado a educação no mundo. “Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser, conceitos que integram os quatro pilares da educação formulados por ele, também significa aprender a aprender, para beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida”, afirmou.

Segundo a palestrante, desde que esses conceitos foram formulados já se falava em educar para a compreensão: “O MEC se pautou por essas diretrizes de competências e habilidades, mas muito disso ficou no papel porque, com raras exceções, não avançamos muito no desenvolvimento prático dessas questões”, disse.

A Profª. Maria Aparecida Felix do Amaral e Silva defendeu durante sua apresentação que “educar para a compreensão é mostrar para o aluno a importância dos conteúdos para a sua formação e para a aplicação prática na sua trajetória profissional”. Ela resaltou que “não educamos para o aluno ser um repetidor, já que a compreensão vai além da mera repetição, e também não ensinamos competências, criamos situações nas nossas aulas para desenvolver competências”.

Em sua apresentação a professora destacou a importância de se redescobrir a Taxonomia de Bloom, “a estrutura de organização hierárquica de objetivos educacionais, desenvolvida na década de 1950, que foi revista ao longo do tempo e até hoje nos oferece as bases para propor questões e fazer avaliações para o aluno poder desenvolver capacidades, lembrar, analisar explicar”, afirmou.

Ela demonstrou como incluir no planejamento pedagógico as competências e habilidades que deverão ser adquiridas, utilizando conteúdos factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais. “Nosso planejamento deve contemplar a abordagem de situações reais que obriguem o aluno a intervir e questionar, ou levantar problemas para serem resolvidos que permitam revelar as suas competências, com foco mais qualitativo do que quantitativo, sob critérios bem definidos de aferição”.

Em sua palestra a Profª. Maria Aparecida Felix do Amaral e Silva se referiu, também, à dinâmica do processo avaliativo em níveis diferentes de complexidade, que segundo a palestrante “devem envolver avaliação integrada da aprendizagem, avaliação em processo, apreciação do desempenho, definição de objetivos com relação ao que o aluno deve aprender e às atividades a serem desenvolvidas por ele e, finalmente, o conteúdo a ser aprendido”, concluiu.