Como está a fluência digital dos docentes do ensino superior brasileiro? Com essa pergunta como guia, o Semesp, a MetaRed Brasil e o Consórcio STHEM Brasil realizaram, nesta segunda (25), a segunda edição do 2º Webinar Competências Digitais dos Docentes. O evento apresentou uma mesa-redonda sobre o legado que a pandemia deixou para as instituições de ensino superior e lançou o formulário de preenchimento da 2ª Pesquisa de Avaliação de Competências Digitais dos Docentes do Ensino Superior Brasileiro.

O objetivo da segunda edição da pesquisa, que ficará aberta para participação entre os dias 25 de abril e 1º de julho, é fazer uma radiografia das competências digitais alcançadas pelos docentes do Ensino Superior no Brasil e aquelas que ainda precisam ser trabalhadas. Segundo o coordenador do GT de Tecnologias Educacionais da MetaRed Brasil, Marco Antonio Garcia de Carvalho, a pesquisa possui um framework amplo que consegue abordar vários pontos relacionados à questão das competências digitais.

De acordo com Marco Antonio, a primeira pesquisa divulgada em abril de 2020 apontava que 77% dos docentes respondentes estavam em um nível intermediário de competência digital, com o levantamento mostrando um conjunto grande de itens que precisavam ser melhorados. Participaram da primeira edição cerca de 3 mil docentes de 60 IES.

“A meta com a segunda edição da pesquisa é atingir um número ainda maior de docentes e de IES, buscando envolver professores de diferentes níveis de competências em todas as regiões do país”, adiantou Fernanda Chocron, do GT de Formação e Competências Digitais no Ensino Superior da UniRede, parceira na realização da pesquisa.

Saiba mais sobre a pesquisa acessando o formulário aqui.

Importância das competências digitais

A abertura do webinar contou com a participação de parceiros na realização da 2ª Pesquisa de Avaliação de Competências Digitais dos Docentes do Ensino Superior Brasileiro. A presidente do Semesp e da MetaRed Brasil, Lúcia Teixeira, foi a primeira a falar destacando que docentes que aliam competências digitais e pedagógicas podem usar a tecnologia da melhor forma para aprimorar a aprendizagem dos estudantes.

“Existe um descompasso geracional em relação ao uso das tecnologias que impacta as instituições de ensino enquanto estas e os professores são desafiados diariamente a utilizarem novas tecnologias”, avaliou ela. “Por isso, gestores, professores e técnicos administrativos e os próprios estudantes precisam ter competências digitais para aperfeiçoar a performance institucional, a experiência dos usuários e o aprendizado dos estudantes”, decretou Lúcia.

Modernização dos cursos

“Cabe a nós lideranças e gestores nos adaptarmos a essa transformação”, afirmou o CEO Universia Brasil, Anderson Pereira. Para ele, na medida em que as tecnologias se tornam cada vez mais essenciais e presentes na sociedade atual, a educação tem uma série de desafios pela frente. Entre os desafios ele citou a falta de conexão à internet, o estímulo ao estudo e à interação entre alunos e professores nesse novo contexto em que parte do ensino superior passa a ser mediado por ferramentas tecnológicas.

Para Zil Miranda, do GT MEI para o fortalecimento da área STEAM da Confederação Nacional da Indústria (CNI), é fundamental que as competências digitais sejam desenvolvidas em professores e alunos. “O trabalho dos docentes é essencial no sentido de modernização dos cursos, com a proposição de novos conteúdos e da forma como estes serão explorados em salas de aulas presenciais ou virtuais”, pontuou.

Alexandre dos Anjos, vice-presidente da UniRede, apontou que ainda há muito a se avançar no sentido das competências digitais nas IES. “É preciso que haja um investimento forte na formação dos professores em todas as áreas para que as instituições de ensino superior alcancem uma maturidade tecnológica”, defendeu. Para ele, é fundamental que a segunda edição da pesquisa alcance mais professores para que os seus resultados sejam mais assertivos.

MetaRed Internacional

O coordenador da MetaRed Internacional, Tomás Jiménez Garcia, também reforçou a importância da ampla participação dos docentes na pesquisa. “As IES devem saber qual o seu nível de maturidade tecnológica para poderem dar respostas adequadas às demandas da comunidade”, afirmou. “A pesquisa é um passo prévio para a adequada formação dos docentes. É preciso avaliar para formar e, em seguida, formar para certificar”, destacou.

Ele elencou também que os resultados da pesquisa são importantes em quatro âmbitos: o individual do docente que a responde; das IES que podem ter um panorama das competências de seus quadros; do país a partir de um retrato maior da compilação de dados; e internacionalmente em uma comparação de resultados entre os países.

Mesa-redonda: presencial x EaD

Ainda durante o webinar, reitores e pró-reitores de diferentes universidades do país apresentaram um pequeno panorama do legado do ensino remoto emergencial para as Instituições de Ensino Superior Brasileiras. Participaram das discussões a reitora da Universidade Federal do Sul da Bahia, Joana Angelica Guimarães Luz; o vice-reitor da PUC-PR, Vidal Martins; a reitora do Instituto Federal do Sertão Pernambucano, Maria Leopoldina Veras Camelo; e a pró-reitora de Graduação da PUC-SP, Alexandra Fogli Serpa Geraldini. A mesa-redonda foi moderada por pelo professor d0 IFSUL, Luis Otoni M. Ribeiro.