O VIII Fórum Internacional de Inovação Acadêmica, realizado pelo Consórcio STHEM Brasil, com apoio da Unifenas, se encerrou nesta sexta-feira (25), com apresentação por docentes de todo o país de 117 resumos extendidos, divididos em 9 salas simultâneas, nas áreas de Educação e Tecnologia, Gestão e Ações junto à Comunidade, nos horários das 9h às 10h30 e das 10h30 ao meio dia. Durante os 3 dias de eventos foram expostos 320 trabalhos em 45 salas e os trabalhos relatados abaixo foram escolhidos aleatoriamente.

Na Sala 1, no horário das 9h às 10h30, os trabalhos foram todos voltados à Educação e Tecnologia. O 1º, “Quebrando a cabeça – célula procariótica, eucariótica animal ou vegetal?”, foi apresentado pela docente Samyra Giarola Cecílio do Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves (UNIPTAM) de São João Del Rey (MG). “O objetivo era relatar a experiência dos discentes do curso de Biomedicina no uso de metodologia ativa para suprir defasagens acumuladas no ensino médio. O resultado foi satisfatório porque possibilitou um maior interesse, por parte dos alunos, do conteúdo e consolidou o aprendizado de forma lúdica”.

“Protagonismo discente no ensino híbrido em fisiologia do exercício” foi o 2º trabalho apresentado pelas docentes Yúla Pires da Silveira Fontenele Meneses e Virna Lages Soares Teive. “Identificamos algumas metodologias ativas inerentes ao ensino híbrido para que os nossos alunos com práticas laboratoriais on-line e presenciais, divididos em grupos, tivessem que seguir um roteiro dado pelo professor, e organizar atividades de forma a comprir o que era pedido. A roteirização das aulas práticas e a utilização de estações (espaços para realização de atividades e exercícios) foram capazes de dar protagonismo aos alunos e também fortalecer vínculos interpessoais nos encontros presenciais”.

O 3º trabalho, “Projeto Integrador IV: O PBL articulando teoria e prática em problemas da área de ciências contábeis”, foi apresentado pelas docentes Poliana Martins e Daniele Sapede Alvarenga Medaglia da UNIDEP. “Utilizamos metodologias ativas nas disciplinas de Contabilidade de Custos I e II, articuladas com  outras disciplinas do Protejo Integrador IV com o objetivo de vivenciar conteúdos, incentivar em nossos alunos o espírito empreendedor e ainda elaborar um projeto de escritório  promovendo contato dos acadêmicos com a realidade dos atendimentos de um escritório.  Com o uso do PBL os alunos deveriam apresentar uma proposta de custos e precificação para um escritório contábil. Os resultados foram um maior engajamento das turmas, incentivos ao empreendedorismo, desenvolvimento de pensamento crítico e solução de problemas, estímulo à criatividade e aplicabilidade dos conhecimentos da área”.

Carmen Vian Ramos e Elenir Cardoso Figueiredo apresentaram o 4º trabalho, “Projeto Criação do Grupo de Estudo em Metodologias Ativas – GREMAU (Grupo de Estudos de Metodologias Ativas)”. Segundo Carmen, o grupo foi criado para trabalhar metodologias ativas, e com vários objetivos: “criar grupos de pesquisa, promover a formação continuada, acompanhar projetos com o uso de metodologias ativas, dissiminar práticas e fortalecê-las, além de fortalecer a motivação dos docentes”. 

Projeto “Cartas para Dom Bosco”: engajamento por Amorevolezza” foi o 5º trabalho apresentado pela docente Débora Cristina Holenbach Grivot da Faculdade Dom Bosco de Porto Alegre. “Dentro do Curso de Direito a intenção foi propor uma atividade para os jovens para que por meio da escrita de uma carta em papel fosse possível estudar escreverem cartas em papel citando conhecimentos dos direitos de crianças e adolescentes protagonizados por nosso fundador, Dom Bosco, que queria proteger os jovens, cuja proteção chamou de salesianidade.  Os alunos gostaram muito da atividade e puderm perceber que a salesianidade é um aprendizado com amor, empatia, e comprometimento”.

A docente do Curso de Direito, Luiza Márcia Carvalho dos Reis, detalhou o 6º trabalho: “Produção de jornal acadêmico como modo de participação ativa dos alunos”. “O objetivo do projeto foi tirar os alunos do curso de Direito Civil da zona de conforto e produzir um jornal acadêmico com uma linguagem acessível, além de trabalhar em equipe e por meio das reportagens cumprir a função social de distribuir conteúdos de qualidade”. Segundo Luiza Márica foram produzidos 7 jornais em turmas não muito extensas. 

Na Sala 5, a professora Glaer Gianne Gewehr foi a responsável pela 1ª apresentação do trabalho “O Acompanhamento Psicopedagógico no Internato do Curso de Medicina do Centro Universitário de Pato Branco – UNIDEP”, desenvolvido por ela, juntamente com Vilson Campos e Michel Baumer, que tem como finalidade descrever como ocorre o acompanhamento psicopedagógico do internato. De acordo com ela, a atuação tem sido avaliada positivamente pelos alunos e ajuda a desenvolver valores que se expressam por meio do amplo desenvolvimento social.

Em seguida o professor Frederico Marques Andrade fez duas apresentações, “Aula Inaugural Significativa: Prática no Curso de Enfermagem”, que mostrou como a aprendizagem significativa no curso de graduação em Enfermagem mostra-se capaz de motivar os alunos no desenvolvimento e entendimento das disciplinas, e “Multiverso Enfermagem: Uma Prática Interdisciplinar”, sobre a interdisciplinaridade no curso como meio para desenvolver profissionais críticos com habilidades técnicas e comportamentais capazes de mudar as realidades em que estão inseridos.

O 4º trabalho, “Música e Sala de Aula: em Busca da Batida Perfeita”, foi apresentado pela docente Angelita Perin que o desenvolveu em conjunto com Edemir Braga Dias, Karine Rudek, Eliara Piazza e Andressa Domanski, com o objetivo de relatar a experiência da realização de debates utilizando letras de músicas que possibilitam o debate dos direitos humanos.

A 5ª apresentação foi feita pela professora do curso de Medicina da Univaço, Giani Martins Garcia. Intitulado “Monitorias Usando Abordagens Híbridas”, o trabalho foi um relato da experiência da abordagem híbrida com os alunos do terceiro período, que contam com a monitoria de alunos de períodos mais avançados durante as disciplinas. A Iniciativa colabora não apenas para participação autônoma dos alunos, mas também como forma de incentivo à docência para os alunos que atuam como monitores.

Finalizando as exposições da sala 5, Cláudia Letícia Moura Prates apresentou “NPJ e Acesso à Justiça em Tempos de Pandemia”, sobre a adequação da atuação dos discentes no Núcleo de Prática Jurídica da UNIFIPMoc durante a pandemia da Covid-19, que precisou ser realizada de forma virtual com a utilização da tecnologia para o atendimento de casos reais.

Já no horário das 10h45 ao meio dia, na Sala 8, o 1º trabalho a ser apresentado foi “A situação da mulher negra no entorno da FASASETE”, pelo docente Cláudio Lúcio de Carvalho Diniz, da Faculdade de Direito Fasa 7 (Grupo Afya), de Sete Lagoas. “Sempre desenvolvemos debates sobre relações étnicas raciais aqui em Sete Lagoas, e Gilberto Gil disse que é cidade do centro branco e da periferia negra. Pensando nisso, escolhemos 3 bairros no entorno da faculdade com situações econômicas e sociais bem distintas e iniciamos um trabalho com as mulheres negras que circulam no entorno da escola, que sofrem o dobro do preconceito por ser mulheres e negras, e muitas delas não conhecem os seus direitos. Acreditamos que a comunidade escolar pode se mobilizar para empoderá-las. Com essa ação os alunos reforçaram conhecimentos de cidadania e unificaram 3 pilares: respeitar o lugar de fala das mulheres negras; retirar o protagonismo do educador e permitir aos educandos construir o seu próprio conhecimento além de permitir a fala das minorias”.

“A percepção inicial dos estudantes de Medicina sobre as novas Metodologias de Ensino” foi o 2º trabalhado apresentado pela docente Renata de Freitas Fischer Vieira, da Faculdade de Medicina de Garanhuns (PE). “Iniciamos em fevereiro desse ano uma pesquisa junto aos nossos alunos sobre as vivências em metodologias ativas e enviamos 5 perguntas pelo Google Forms. Embora 50% deles disseram que conheciam as metodologias e 70% acreditavam nelas, a conclusão que chegamos é que o aluno ainda tem dificuldade na construção do próprio saber, em trabalhar em equipe e de receber e dar feedback. Por essa razão vamos repetir a pesquisa em junho desse ano”.

O 3º trabalho, “Vinhetas Clínicas na Avaliação Cognitiva do discente de Medicina”, foi apresentado por Gabrielle Agostinho Rolim Marques, docente da IEVASP (Grupo Afya). “As vinhetas são resenhas e eventos narrados para o leitor ter uma reação. Propusemos aos nossos alunos casos clínicos difíceis,  de um paciente fictício, seu Jorge e sua esposa, Sara, para que eles cumprissem várias etapas de atendimento dos tratos respiratório, urinário, do fígado, das mamas e do sistema biliar. O feedback foi muito positivo, porque os alunos realmente gostaram de atender os pacientes, mesmo que fictícios, e gravaram os procedimentos.  A dificuldade maior foi o uso da criatividade para criar esse cenário dinâmico”..

A arquiteta Eliene Jomara Tozetto apresentou o 4º trabalho, “Aplicação de Unidades Curriculares Práticas em modo remoto: uma experiência para o ensino sobre cores no curso de Arquitetura e Urbanismo”.  “Em 2020 dávamos aulas presencialmente e de repente fomos para casa e nos deparamos com alguns entraves causados pela pandemia. O aluno não tinha como sair para comprar o material. O desafio de trabalhar com um conteúdo on-line foi grande. Propus um trabalho de luz e sombra, com o uso da teoria das cores, para fazer uma aprendizagem on-line, apliquei uma sequência de 3 exercícios sem uso do lápis e papel e levei para o mundo digital. Os alunos recebiam triângulos e no Power Point deveriam desenvolver quadrinhos animados. O resultado foi fantástico, a grande maioria transformou o retângulo em tela de TV, celular, logomarcas de Netiflix, janelas e a reflexão foi que transportaram para o exercício o que viviam no momento. Tivemos 100% de participação, boa parte do material produzido foi parar nas redes sociais e a prática levantou a autoestima dos estudantes, além do Grupo Ânima receber um prêmio de Design”. 

“A tecnologia e a prática no ensino do suporte básico de vida: relato de experiência” foi o 5º trabalho apresentado pela docente Karina Daiany de Castro Gabino. “Criamos uma sala de aula para trazer uma vivência prática aos alunos de como atender um paciente com parada cardiorrespiratória e convidamos um profissional do Samu. O objetivo foi o aluno fixar e entender tanto a dinâmica da didática quanto da prática, por meio de um conjunto de ações que um médico precisa ter para manter os órgãos vitais de um paciente funcionando, ou seja, coração, pulmão e cérebro. Nessa aula avaliamos tecnologias como simuladores e desfribiladores e no final os 20 alunos conseguiram ter uma boa fixação dos conhecimentos e alcançar em todas as questões mais de 50% de acerto”.

“A aprendizagem baseada em jogos e os hackathons como forma de engajar o estudante de Direito na contemporaneidade: o case do desafio 24H Cesupa Law” foi o último trabalho a ser apresentado pelo docente Caio Oliveira Fanha. O trabalho, desenvolvido por alunos do Curso de Direito, consistia em participar de um Hackathon de 24 horas, uma maratona jurídica, criando games para solucionar questões jurídicas em todos os níveis de dificuldade e onde 3 escritórios jurídicos da cidade foram convidados para avaliar os trabalhos, além de um representante da OAB. O resultado foi tão positivo que um dos alunos foi contatado depois do evento, por um dos escritórios, para trabalhar”.

Já na 1ª apresentação da Sala 9, que teve como temática “Educação e Tecnologia”, foi “A Importância das Atividades Práticas Supervisionadas (APS) no Curso Bacharelado em Enfermagem”, feita por Ravena Oliveira Leão, que demonstrou como as atividades práticas supervisionadas permitem ao aluno um maior aproveitamento quando em campo, contribuindo para entendimento sobre os problemas de saúde e para o desenvolvimento ao longo do curso de Enfermagem, além de fazer com que ele chegue com mais segurança ao estágio obrigatório do último período da graduação.

A professora Suzana Curtinhas da Cunha fez a segunda apresentação da sala “A Estratégia da História em Quadrinhos Virtual no Processo de Ensino Aprendizagem em Turmas On-line” contando a experiência e os resultados do uso das histórias em quadrinho para o processo de aprendizagem, que teve como objetivo incentivar o processo ensino-aprendizagem na construção do saber na disciplina de Ações de Enfermagem em Oncologia.

Também esteve presente na sala a professora Sandra Bergamini Leonardo, que expôs o trabalho “A Elaboração de Protótipos como Estratégia Ativa para Aprendizagem Team Based Learning” realizado por ela em parceria com o professor Marcos Aurélio Matão, ambos do Instituto Mauá de Tecnologia. Segundo ela, a confecção de protótipos permitiu que os alunos vivenciassem as complexidades de materializar um produto, desenvolvessem ainda mais a criatividade, assimilassem melhor o aprendizado e atuassem como empreendedores.

O docente Lucas Paz trouxe “A Aplicabilidade da Videogravação e do Videofeedback no Ensino-Aprendizagem no Exame Físico” para apontar como a metodologia inovadora que tem como finalidade explorar a inserção da técnica de videogravação e vídeofeedback no ensino das habilidades de exame físico, no curso de medicina, resultou em evolução temporal e também numa performance melhor dos alunos que foram expostos ao método em relação aos que não foram.

Por último a professora Daniella Eloi de Souza apresentou seu trabalho “A Metodologia de Rotação por Estações no Ensino A Distância”, desenvolvido juntamente com o professor Moisés Luiz Gomes Siqueira, no qual eles mostraram a aplicabilidade da metodologia, que geralmente faz parte do modelo híbrido, no ensino a distância. De acordo com a docente, foi possível observar que os alunos participaram ativamente das atividades, revelando que com os estudantes no centro do processo educativo a sala de aula torna-se mais estimulante.