A 7ª edição do Fórum STHEM Brasil se encerrou neste sábado (10) com a palestra “Engajamento de alunos, mudança na Educação do Século 21”, ministrada pelo Prof. Emilio Munaro Júnior, vice-presidente de Desenvolvimento Global & Comunicação do Instituto Ayrton Senna.

“O mundo está em transformação e com a pandemia temos de nos adaptar. Da noite para o dia nos vimos totalmente transformados. Há mais de 360 dias estamos passando por lockdowns que voltam e vêm. A economia está bastante sensibilizada. Mas eu sou um otimista e preciso acreditar que a Covid é um acelerador para o futuro, que já chegou. Há uma tendência de achar que o futuro está ali adiante. Mas o futuro está aqui e agora. O trabalho remoto já acontecia, havia profissionais que não o faziam e outros que tinham preconceito. O ensino remoto que se estabeleceu a partir de março de 2020 foi emergencial. Tivemos de colocar uma plataforma para trabalhar minimamente para os desafios que a pandemia nos colocou. Mas o ensino híbrido é o refino desse ensino remoto que veio para ficar e faz parte de uma transformação, tão necessária para a educação brasileira e mundial”, disse Munaro Júnior.

O educador citou a obra de Jared Diamond, que fala dos três vetores da transformação social: armas, germes e aço. “As armas são as guerras e conflitos mundiais, os germes são as pandemias e o aço representa a revolução industrial e o advento da tecnologia. E esses três vetores de transformação mudam uma sociedade e ela nunca mais volta a ser como era”, afirmou.

Segundo Munaro, a tecnologia está provocando mudanças tanto positivas quanto negativas. “Qual o impacto, por exemplo, dos games na vida da população como um todo? No mundo há de 7 a 8 bilhões de pessoas, e nós temos 3,5 bilhões de gamers, ou seja, metade do planeta. E nós somos hoje impactados por duas pandemias, a pandemia propriamente dita e a pandemia da tecnologia”, exemplificou.

O vice-presidente do Instituto Ayton Senna disse ainda que vivemos na sociedade 5.0, uma sociedade da imaginação. “No final do século 20 a sociedade 4.0, que foi a sociedade da comunicação, impulsionada pela internet, foi substituída pela sociedade 5.0, que com o advento da inovação se tornou a sociedade da imaginação, que precisa de uma educação para prover os indivíduos com habilidades socioemocionais, além das funções cognitivas”.

Partindo dessa nova realidade, Munaro mostrou que o Instituto Ayrton Senna trouxe ao Brasil um mapa organizacional para ser compartilhado com instituições  de todo o país, propondo 5 macrocompetências (resiliência emocional, engajamento com os outros, autogestão, amabilidade e abertura ao novo) e 17 macrofacetas para o desenvolvimento socioemocional de professores e alunos.

Segundo ele, “as competências socioemocionais interferem nas relações sociais, nas relações intra e interpessoais, na saúde física e mental dos indivíduos, na educação e na empregabilidade. E a escola é o ambiente ideal para promover o convívio dos alunos para que não percamos o macrocosmo, que é a sociedade”.

O educador finalizou sua palestra dizendo que é preciso evitar a evasão escolar. “A ciência nos diz que o desenvolvimento alavanca as competências cognitivas. A educação é uma política estratégica de desenvolvimento social, político e econômico de qualquer país e tem de ser baseada em ciência e não achismo. Novas ondas de transformação ainda virão e precisaremos preparar os nossos alunos para esses desafios e dar-lhes um incentivo necessário para que esse engajamento possa continuar. Temos que nos mobilizar e nos apoderar do novo para levar aos nossos alunos, que nesse momento precisam do nosso apoio”, finalizou.

Encerramento

Após a palestra, durante o painel de encerramento do fórum, o presidente do Consórcio STHEM Brasil, Fábio Reis, disse: “Em 2014 éramos 11 instituições, hoje somos 58. A ideia era criar uma rede para investir em capacitação de professores e nas instituições que acreditavam em inovação acadêmica, com capacitação contínua e foco no estudante. Que instituição vai ter sentido se não cuida de seus professores e de seus alunos? Nós acreditamos na inovação, e o Fórum foi pensado para ser um momento de acolhida dos projetos, de celebração dos resultados. Estamos caminhando. Nossas IES se tornam mais sólidas e capazes de enfrentar seus desafios. Nós não temos medo do novo”.

Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, representando a presidente do Semesp, Profª. Lúcia Teixeira, lembrou do papel do professor como elo com o aluno e agente de transformação tecnológica. “A 7ª edição do Fórum sintetiza todo o trabalho de capacitação dos professores e da replicação desse conhecimento para todas as instituições consorciadas. Pesquisa feita com docentes no ano passado, referente ao ensino remoto, mostra a valorização do professor, como ele se tornou muito mais importante depois dessa pandemia, um elo de contato com os alunos e agente transformador do uso da tecnologia. E conquistamos um grande avanço: o Inep anunciou que vai fazer a avaliação virtual de cursos, de forma remota, o que é um ganho gigante de confiabilidade. É um passo importante para a mudança de modelos de avaliação e de autoavaliação”.

Bruno de Andrade Moraes Teixeira, vice-reitor de Ensino do Centro Educacional Augusto Motta (Unisuam) e membro do Comitê Gestor do Consórcio STHEM Brasil, acrescentou: “As instituições ao longo desses 7 anos perceberam que é possível deixar de serem concorrentes para  buscar um compartilhamento do conhecimento, pela busca de novas metodologias a aprendizagens. E hoje, com 58 IES consorciadas, esse conhecimento não vai ficar apenas entre nós, mas difundido para o maior número de pessoas e para os nossos alunos. E esse ano estava mais do que na hora do STHEM permear também os professores do ensino médio e fundamental e ampliar essa rede”.

William Zanella, vice-presidente acadêmico da Imed, focou na importância da cooperação. “A cooperação entre todos é fundamental. Foram anos de aprendizado com o STHEM sobre o papel dos professores em aplicar e replicar o conhecimento para toda a sociedade. E as lideranças do consórcio, que fazem esse processo acontecer, continuam a acreditar que a cooperação vai nos levar a outro patamar”.

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