“Como reduzir o abismo entre academia e mercado de trabalho: modernização dos currículos pedagógicos por competências de mercado” foi a segunda palestra da quinta-feira (8), realizada pela edtech Workalove, com apoio do Consórcio STHEM Brasil, na 1ª edição da Jornada da Trabalhabilidade, que contou com a apresentação da reitora da Universidade Veiga de Almeida (UVA), Beatriz Balena.

Beatriz Balena lembrou que ao assumir a responsabilidade de modernizar o currículo pedagógico da UVA, se incomodava com a percepção que os empresários tinham a respeito dos alunos recém formados, pois achavam que eles saíam das universidades sem saber nada, e mudar essa percepção era um desafio para Beatriz.

“O termo acadêmico também, a meu ver, precisa ser resgatado, e não ser visto pejorativamente. A academia precisa ser ressignificada como o último estágio, ao olharmos para as demandas do mundo real, ou seja, o aluno na instituição ainda pode fazer e errar”, disse.

Segundo a palestrante, ainda hoje o aluno chega cheio de vícios, sem ter um sentimento ético, e há uma certa fragilidade no egresso porque o currículo não está preparado e, além disso, as universidades têm de fazer sempre mais com poucos recursos. No entanto, a educadora acredita que o professor precisa acreditar nos novos cenários e ter equilíbrio.

“Esse equilíbrio vai nos fazer entender essas novas gerações, ensiná-los a trabalhar e a enxergar os problemas do mundo real”, afirmou.

Analisando as mudanças do mundo e do mercado de trabalho, e incomodada com as exigências da indústria 4.0 e da sociedade 5.0, e com o que vai ser preciso para que os estudantes tenham empregos em 2030, em meio às incertezas políticas, urbanização, mudanças climáticas e tecnológicas velozes, Beatriz Balena decidiu  criar um modelo de modernização curricular e de matriciamento.

“Era preciso criar um novo olhar em nossos alunos para a trabalhabilidade, empregabilidade e mentalidade. Como eu posso formar o profissional 5.0, que precisa tomar decisões urgentes e seguras, ter um repertório com lastro, capacidade de pensamento crítico, mentalidade de crescimento, habilidade de comunicação, saber montar um time e ter uma mentalidade criativa e inovadora? Criando um currículo baseado em competências, incorporando capacidades para o aluno argumentar, enfrentar desafios, ter confiança ao sair do ensino superior de que o que aprendeu vai servir para que ele tenha um olhar da realidade e saiba fazer perguntas, encontrar respostas e resolver problemas”, lembrou.

Segundo Beatriz Balena, no novo modelo desenvolvido pela UVA não há grade curricular. Para ela, na matriz curricular, existem blocos que movimentam e articulam as competências transversais. O currículo é materializado e faz com que o estudante tenha sucesso e encontre em sua jornada um ponto de ligação com o mercado de trabalho. A reitora da UVA revelou ainda que encontrou uma parceria ideal que ajudou sua instituição de ensino a resolver esse problema.

“Eu busquei um parceiro e achei a Workalove bem antes da mudança curricular. Investimos em uma área de carreiras, mudamos o mindset, e buscamos nos aproximar e adaptar, além de copiar o mindset de trabalhabilidade da edtech. Antes nós falávamos de estágios, agora falamos da trajetória do aluno. Hoje eu consigo enxergar o impacto da matriz curricular e a  conversa que temos por meio da plataforma com as necessidades do mercado e quais as tendências, indicadores e ofertas e, com isso, conseguimos estruturar melhor os cursos”, afirmou.

Ela disse que outra vantagem é que, como gestora da UVA, pode dar explicações onde investe aos seus conselheiros, e consegue ver diariamente a evolução e o sucesso dos seus estudantes, após a parceria com a Workalove.

“Hoje consigo ver os cinco cursos que estão colocando mais estagiários no mercado, quantos protocolos foram abertos e quantos estão em andamento. Converso com os que estão entrando e com os veteranos, e percebo quando o aluno consegue ver as oportunidades que estão disponíveis com as parcerias, além de cadastrar as grandes empresas e ter mais ainda um argumento para o estudante enxergar um diferencial ao estudar na UVA”, ressaltou.

Por fim, Beatriz Balena revelou que o espaço para receber os estudantes também foi totalmente alterado.

“Montamos uma agência de recebimento, onde os nossos alunos se sentem pertencentes a um programa. O nosso propósito é impactar a vida das pessoas e os estudantes encontrarem seu lugar na vida. As pessoas felizes têm sucesso, porque a felicidade vem muito antes do sucesso”, concluiu.