“Estratégias Tecnológicas de Captação e Permanência em tempos de Covid-19” foi o último da série de quatro webinares sobre “Experiências e Oportunidades nas áreas TIC” que o STHEM Brasil, o Semesp e a MetaRed realizaram nessa segunda-feira (13), com a participação de Rodrigo de Grazia Bacha Estevam, coordenador do GT de Relação com os Fornecedores da MetaRed Brasil e Diretor de Tecnologia da Informação da UniCesumar.

“Nesta época de isolamento e de incertezas quanto ao futuro, uma pesquisa da McKinsey mostra os insights de empresas que reagem em tempos de crise. Essas organizações são chamadas de resilientes e vencedoras porque geraram mais valor nas fases de recuperação e de crescimento. E o que elas fazem de diferente das outras?”, questiona Estevam. Segundo o palestrante, “Elas destravam o balanço e preservam a liquidez, transformam-se rapidamente, reestruturando sua base de custos e aumentando produtividade, têm uma mentalidade de além da crise, protegem inovação e investimentos críticos de longo prazo, entendem o novo normal e o moldam proativamente, planejam fusões e aquisições e adaptam modelos operacionais de forma ágil para acelerar o processo de tomada de decisão”.

Além dessa agilidade nos processos, Estevam chama atenção para os três R das empresas resilientes citados no estudo: “Responder, ou seja garantir medidas apropriadas de resposta à crise e continuidade dada operação; retornar, que significa gerenciar o período de crise e endereçar oportunidades para uma retomada  mais saudável e rentável; e reimaginar como será o novo normal e definir as implicações de como a empresa deverá reinventar e desenhar sua estratégia e sua operação”.

Nesse contexto enumerado por Estevam, as instituições de ensino superior no Brasil precisam repensar sua jornada acadêmica e os meios que utilizam para captar e reter seus alunos. Segundo dados do mesmo estudo, desde o início da pandemia o Brasil aumentou em 42% o uso do ensino a distância, 72% do uso do on line streaming  e em 48% o número de videochamadas. “Isso mostra que o ensino presencial será duramente afetado, mais do que o ensino a distância, e as perspectivas apontam para uma recuperação lenta, o que impactará também a captação de alunos para o segundo semestre desse ano e o primeiro semestre de 2021”, diz Estevam.

Segundo levantamento da Educa Insights, de junho passado, “48,1% pretendiam começar a frequentar o ensino superior em abril, e essa porcentagem caiu para 18,3% agora em junho. Já no presencial, 44% pretendem iniciar os estudos e, agora em junho, apenas 13% pensam em procurar uma instituição. No ensino a distância, em abril, 51% desejavam iniciar seus estudos, e agora são somente 24%”, mostra Estevam. Ele citou um levantamento do Semesp que mostra que em abril de 2020 a inadimplência chegou a 26%, uma alta de 72% em relação ao mesmo mês do ano passado. Mas, ao mesmo tempo, o estudo da Educa Insights aponta que 90% dos jovens querem continuar a estudar.

A solução para as instituições iniciarem um processo de retomada e resiliência, segundo Estevam, “é adotar um CRM (Customer relationship management, ou Gestão de Relacionamento com o Cliente) ou o OmniChannel (estratégia de conteúdo multicanal) que englobam diversos canais de comunicação e proporcionam um relacionamento efetivo mostrando ao futuro aluno que ele tem no mesmo local todas as informações de que precisa para finalizar sua matrícula de forma fácil e ágil”. Para Estevam, “as mídias sociais, como Facebook, Instagram,Twitter, You Tube ou Whatsap, em tempos de pandemia, também são canais que dão autonomia no atendimento da instituição para com o aluno, e a TV virou uma nova oportunidade porque muitos alunos estão em casa e essa mídia pode impactá-los de diversas formas”.

O diretor de TI da UniCesumar lembra ainda que “para um novo ensino, pós-pandemia, será fundamental as instituições fazerem uso constante de análise preditiva e não abrir mão do Analytics, que irão encabeçar as transformações no ensino e, em tempos de todo mundo em casa, adotar o chatbote para interação com o aluno em tempo real, 24 horas por dia, 7 dias por semana”.