O Consórcio STHEM Brasil realiza hoje (22) e amanhã (23), o evento “Mentoria e Transformação Digital”. Nesta segunda-feira (22) foram apresentados projetos realizados em conjunto com professores de diversas instituições reunidos nos seguintes Grupos de Trabalho: Equipe Dinâmica – Ciências Biológicas e da Saúde (USF); Arquitetando e Construindo Saberes – Engenharias e Arquiteturas (Unifacig/Cesupa); Inatividade Zero – Ciências Agrárias (Unipar/Instituto Mauá de Tecnologia); Educação que transfoma – Educação (Unicesumar) e  Multiverso – Educação (Unifacig). Todos os trabalhos receberam mentoria do diretor de Inovação Digital da University Design Institute da Universidade do Estado do Arizona (ASU), Dale Johnson.

O primeiro grupo de trabalho a se apresentar foi o Equipe Dinâmica. “O Projeto Integrador foi desenvolvido na área das Ciências Biológicas e da Saúde, para alunos do 6º semestre dos cursos de Farmácia, por meio remoto e atendendo a dois objetivos de desenvolvimento sustentável do Pacto Global da ONU, o 3 e o 12, saúde e bem estar e sustentabilidade e meio ambiente. O projeto foi desenvolvido em 4 meses, os estudantes divididos em 44 grupos, onde tinham de desenvolver produtos para atender demandas da sociedade”, contou Iara Lúcia Tescarollo, responsável pelos cursos de Farmácia na Universidade São Francisco.

Os trabalhos, segundo a educadora, receberam feedback positivo dos professores da USF, além de serem avaliados por docentes da Unicamp e por empresários do ramo farmacêutico e entre as ferramentas mais usadas foram o Google Drive, Padlet (https://padlet.com/iaradias1/eon00czkq3mjbaik), 5W2H e H5P (para transformar aulas em vídeos). O projeto ainda está em andamento mas as primeiras apresentações já resultaram na criação de 4 produtos (um hidratante corporal para peles sensíveis; um gel esfoliante de goiaba; um sabonete esfoliante de camomila e um sabonete de laranja), além de embalagens recicláveis feita a base de sementes que o consumidor pode plantar e ver germinar mudas de ervas medicinais.

“Arquitetando e Construindo Saberes”, do GT Engenharias e Arquiteturas, foi apresentado pelas professoras Amanda Santos Vargas (Unifacig) e Ana Cristina Lopes Braga (Cesupa). “As disciplinas de projetos em Arquitetura eram dadas individualmente para cada equipe. Depois de participarmos de várias formações do STHEM Brasil, mudamos e resolvemos fazer uma orientação colaborativa entre pares e adaptar o nosso modo de ensino a uma visão mais interdisciplinar”, contou Amanda explicando: “A estratégia era marcar orientação sobre um dos temas da área, por exemplo, soluções de fluxos. Os grupos deveriam trazer suas soluções que eram abertas diante de outras equipes, e cada equipe tinha de apontar um ponto fraco e um forte de cada solução apresentada, dando sugestões para colaborar com o trabalho do colega. E o que percebemos foi que os grupos ficaram mais completos”.

Ana Cristina Lopes Braga acrescentou que o Projeto Arquitetônico da Cesupa “é passado para um grupo de trabalho da engenharia civil desenvolver conjuntamente, dando nome ao projeto, criando um logo, e ainda divulgando nas mídias sociais para que empresas fiquem monitorando nas redes sociais. Os alunos são chamados para estagiar nas empresas. Também trazemos profissionais das áreas envolvidas para falar das práticas de mercado”.

“Inatividade Zero” é um projeto desenvolvido pelo Grupo de Trabalho de Ciências Agrárias, em conjunto entre Unipar e Instituto de Mauá de Tecnologia que redesenha novas diretrizes curriculares para as áreas de engenharias e agronomia. “Estamos em um momento não só de pensar em projetos integradores entre diversas áreas do conhecimento, mas sair do conhecimento generalista para que o aluno se aprofunde em áreas mais específicas demandadas pelo mercado de trabalho”, disse Alexandre de Castro Salvestro, da Unipar. O trabalho em conjunto com a professora Tatiana Matuda do Instituto Mauá foi trazer empresas das áreas estudadas para acompanhar o desenvolvimento de projetos desenvolvidos por alunos das instituições que gerem mais recursos hídricos. “Os engenheiros não só precisam criar um projeto de bomba hidráulica, como inovar criando em caráter extensionista um outro projeto para que um pequeno agricultor consiga de maneira sustentável captar água em sua propriedade”, finalizou Alexandre.

Roseli Willwock Machado e Ana Paula Aparecida de Souza Moreira, ambas da  Unicesumar, do Grupo de Trabalho de Educação, apresentaram o “Educação que transforma”, um projeto voltado à mentoria de docentes. “Percebemos em nossos professores angústias e sofrimentos individuais para desenvolver atividades eficazes para um real aprendizado de seus alunos. Criamos um ambiente on-line para compartilhar as ações por meio de aulas e de redes para que nossos docentes compartilhassem boas práticas, trocassem ideias e desenvolvessem juntos as melhores práticas de aprendizagem”, contou Roseli.

Também do Grupo de Trabalho de Educação, Cristiane Aparecida Cardoso Matos, da Unifacig, fechou o dia apresentando o projeto “Multiverso”, aplicado por alunos do curso superior da universidade em alunos do 2º ano do ensino médio do Colégio América. “Fizemos oficinais e dividimos os estudantes de Psicologia em 3 grupos. Eles criaram um baralho com cartas que faziam perguntas aos alunos do ensino médio de questões relacionadas ao emocional e a pandemia”, lembrou a educadora complementando: “Utilizamos como fonte um aplicativo da Unicef que é uma espécie de autoajuda e os grupos auxiliaram os alunos do ensino médio como escolher a faculdade, como é a vida acadêmica e quais são as maiores dificuldades para chegar à universidade. O resultado foi positivo, a reciprocidade foi muito produtiva e pretendemos estender o projeto para outros grupos”.

O educador Dale Johnson encerrou o evento dizendo que “o caos que vimos nos últimos dois anos com a pandemia não vai se acabar do nada. Ainda estamos presenciando muitos traumas vividos por nossos alunos e suas famílias e vamos lidar com as consequências desse desastre por muito tempo. Precisamos trabalhar juntos a colaboração digital, ter flexibilidade e criatividade no uso das ferramentas tecnológicas, cuidarmos de nossa sanidade mental e de nossos alunos, apoiá-los e não puni-los com avaliações, para criarmos um ensino e uma sociedade mais humanos”.

Amanhã (23), a partir das 13 horas, mais seis grupos farão apresentação de seus projetos.