A condução do processo de transformação institucional das IES para a inovação foi o tema do Encontro de Gestores do Consórcio STHEM Brasil, realizado nesta quarta-feira (dia 28) na sede da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo.

Exclusivo para gestores associados ao Consórcio, o evento contou com a presença de mais de 30 gestores, do presidente do STHEM Brasil, Fabio Reis, do diretor de assuntos acadêmicos do Centro Universitário FAAP, Rogério Massaro, e do vice-reitor e professor de Internacionalização do Instituto Tecnológico de Monterrey, Ignácio de La Vega, que é também líder do Centro de Empreendedorismo (IEEGL) da instituição e administrador associado para assuntos acadêmicos.

“A FAAP tem uma parceria com o Tec. de Monterrey há 10 anos, e estamos sempre em busca de parceiros não só para inovar a nossa estrutura curricular, mas também flexibilizar a aprendizagem com a internacionalização. Todo ano recebemos cerca de 400 alunos estrangeiros e enviamos 200 para fora do país. É preciso cada vez mais capacitar e qualificar nossos professores e diferenciar nossas formas de aprendizagem, pensando sempre em nossos alunos”, disse Rogério Massaro.

“O STHEM nasceu com dois focos, um na formação acadêmica de professores, que é a nossa essência, e fazemos capacitação o tempo todo, ao longo do ano, outro no diálogo dos gestores, que são os tomadores de decisão. A forma como pensamos a inovação e tomamos a decisão impacta na dinâmica e no futuro das nossas instituições. Por essa razão temos de integrar esse diálogo, e no planejamento do STHEM temos pensado sempre em promover encontros de líderes para trocar informações e aprendizados, e dialogar com quem tem uma experiência consolidada como o do TEC de Monterrey, que está com um projeto consolidado e dando muito certo”, lembrou Fábio Reis.

O presidente do consórcio falou também do futuro. “A estrutura de futuro do consórcio é ter uma Governança com planejamento, metas, pessoas dedicadas para pensar a dinâmica e garantir mais solidez em nossas decisões. Essa Governança tem o Conselho de Administração, formado por cinco reitores e ganhamos duas pessoas externas, o diretor de Inovação da Laspau/Harvard, Oscar Jerez Yañez, e o Gustavo Hoffmann; o Centro de Operações que dialoga com as entidades parceiras e 3 comitês: Educacional; de Pesquisa; e de Relacionamento, Cooperação e Internacionalização. A ideia é que essa governança nos faça caminhar, mas acima de tudo com o apoio das parcerias que mantemos e que ajudam o coração do STHEM a pulsar, como com o Tec. de Monterrey, a Arizona State University, a Laspau/Harvard, a Universidade de Coimbra e o Santander”.

Ignácio de La Vega mostrou aos gestores o trabalho que vem realizando com uma equipe multidisciplinar no Tec. de Monterrey. “Os líderes são fundamentais no processo de transformação de uma instituição mas precisam mudar suas mentalidades incorporando a opinião de líderes de outros países para uma mudança cultural”, disse.

Segundo La Vega, como o Tec. de Monterrey é uma instituição “imensa, com mais de 94 mil estudantes, 10 mil professores e 26 campi, foi necessário desenvolver um modelo de gestão estratégico, reflexivo, focado nos 3 ‘Is” – Inovação, Internacionalização e Investigação”, com o objetivo de criar melhores condições de vida para alunos, professores, colaboradores e toda a comunidade no entorno da universidade”.

Para que os propósitos fossem atingidos, o Tec. de Monterrey definiu 7 níveis:

  1. Apostar no talento de alunos, professores e colaboradores;
  2. Impulsionar a inovação, investigação e empreendedorismo.
  3. Consolidar o Modelo Educativo TEC21, que é aprendendo e fazendo, com pedagogias ativas e competências disciplinares;
  4. Alimentar o Ecossistema de relacionamento, conexão e aprendizagem, integrando o instituto em várias conexões e plataformas;
  5. TEC Global – projeto recente de internacionalização acadêmica responsável por atender 9 mil alunos de intercâmbio
  6. Cuidar do bem estar de alunos e professores e do entorno para o reflorescimento humano
  7. Transformação digital, criar habilitadores para desenvolver projetos estratégicos

Segundo Ignácio de La Vega “com toda uma estratégia criada foi preciso sair do campo das ideias ir para o mercado, fazendo as coisas acontecerem de uma forma que não foi nada fácil. Tivemos de revisar o acervo e a cultura institucional, apertar as teclas certas para a transformação. Também houve necessidade de cortar e enxugar gastos, injetar recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento e do Banco Europeu, buscar acreditações, maximizar a entrada de dinheiro por meio de filantropia, doação de empresas e formas de geração de recursos como a loteria TEC, para que os projetos se concretizassem. E passamos de uma visão sistêmica para uma mais integral, humanística e voltada ao social”, finalizou.