Foi realizado nesta quinta-feira (17), o segundo e último dia do 14º Seminário Tecnologia Educacional, evento realizado pelo Consórcio STHEM Brasil em parceria com o Semesp e MetaRed Brasil.

Fabricio Lazilha, diretor de Planejamento Acadêmico da VITRU Educação, abriu a primeira palestra do seminário apresentando um relato sobre Tecnologias Protagonistas no ensino das Engenheiras, com um estudo de caso da implantação do ensino híbrido nos cursos da UNICESUMAR.

Lazilha lembrou que o Ministério da Educação não considera o ensino híbrido como uma modalidade e sim como uma metodologia. Ele disse também que a tecnologia é um meio, não um fim em si. “Durante a implantação, primeiro nós desenhamos as estratégias para só depois pensar nas melhores tecnologias que se aplicavam a elas”, afirmou. Para ele, um dos destaques do projeto foi o learning analytics, que possibilita a gestão por indicadores. “A TI é um meio para viabilizar as demandas da IES, e a gestão por indicadores é um importante subsídio para melhorar a atuação da IES e o atendimento aos alunos”, decretou.

Pesquisa sobre Emprego de Tecnologias no Mercado Educacional

Fábio Cespi, diretor do Lyceum, apresentou os principais resultados da Pesquisa sobre Emprego de Tecnologias no Mercado Educacional 2022, realizada pelo Instituto Semesp com a finalidade de mapear como estão os usos das principais tecnologias nas instituições e como tem sido o posicionamento destas em relação à essa evolução tecnológica.

O estudo apresenta um mapeamento do uso de tecnologias relacionadas a questões como governança, segurança da informação e LGPD, BOTs de atendimento, gestão de inovação, diploma digital, ensino híbrido, metaverso e outros tópicos atualmente estratégicos para as IES.

Acesse a pesquisa aqui.

Diploma Digital

Jean Martina, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, um dos principais especialistas na questão do diploma digital,  e Henrico Scaranello, head de desenvolvimento do Lyceum, responsável pela implementação da solução de diploma digital, promoveram um debate sobre o tema, com a participação ainda da assessora Jurídica do Semesp, Roberta Lins Estevam de Barros.

Segundo Martina, uma das razões da implantação da ideia do diploma digital foi propor uma solução para a falsificação dos diplomas, com compra e venda dos documentos por sites disponíveis na internet. “A iniciativa surgiu para fortalecer o diploma e transformar o processo de emissão do mesmo mais segura. O diploma digital representa um salto de qualidade e de compliance para o setor da educação”, defendeu. “O diploma digital é uma política de estado que nada mais é do que um conjunto de portarias e regulamentações que promove um trânsito mais fácil de informações”, acrescentou. “Ele permite a aceleração de ecossistemas educacionais inteligentes e que disponibilizam informações de modo mais simples”.

Para Henrico Scaranello, o diploma digital é apenas um começo, a ponta do iceberg de uma série de mudanças que possibilita cada vez mais agilidade e transparência na troca de informações. “O diploma digital é transformação digital já acontecendo”, disse ele. “Mas para que esse processo siga ganhando força, é necessário que as IES e a própria sociedade promovam uma mudança de cultura. Os dados importam e o diploma digital depende de como as IES se organizam sistematicamente”, prosseguiu. “Não é apenas gerar arquivos em um modelo padrão, a geração do arquivo é o final de uma cadeia de processos que depende das IES”, acrescentou. “O Ministério da Educação, por exemplo, não se envolve diretamente na emissão dos diplomas, nada muda no rito de emissão do documento”.

Trabalhabilidade

“Empregabilidade” foi o tema da 3ª palestra do dia com apresentação de Fernanda Verdolin, CEO e founder da Edtech Workalove. No debate sobre o tema participaram Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp; Humberto Aquino, consultor sênior de soluções da Instructure-Canvas e Maristella Ribas, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Lyceum.

Fernanda Verdolin afirmou que é preciso que as instituições desenvolvam a trabalhabilidade nos estudantes. “A era da Trabalhabilidade é um tempo em que o diploma ganha um novo sentido. O lema agora é aprender sempre, o lifelong learning. O desenvolvimento do profissional acontece de forma fluída, constante e a educação ganha um novo sentido, a conexão tem de ser constante entre a instituição e o estudante que precisa encontrar seu lugar no mundo”.

Segundo Fernanda, “as instituições precisam preparar o aluno nesse novo modelo mais flexível e tecnológico, que desenvolve a atividade empreendedora nos alunos para gerar renda, riqueza e trabalho”.

Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, lembrou que em breve será feita uma pesquisa sobre empregabilidade e comentou que a área de saúde é a mais focada na questão da trabalhabilidade. “A maioria dos profissionais de saúde responde na pesquisa que não se sente preparado para o mercado de trabalho, mas quando olhamos no currículo da área da saúde, há muito mais prática, fora o estágio. O que percebemos é que a instituição já preparou esse aluno melhor que em outras áreas”, disse.

Por outro lado, Capelato afirmou que “a área que mais precisa desenvolver seus estudantes é a de TI que a todo tempo sofre mudanças” e questionou como resolver a questão da oferta na área de TI, um grande mercado empregador para os próximos anos, “se as instituições não conseguem atualizar seus alunos para o mercado de trabalho”.

Humberto Aquino trouxe uma solução e disse que é “um momento para que as instituições façam uma leitura e coletem no mercado o que se espera do aluno de TI, como exemplo melhorar as soft skills, e para isso criar cursos extracurriculares para preparar esse estudante para o mercado de trabalho”.

Maristella Ribas lembrou “que o mundo está mudando muito rapidamente, mas nem sempre as IES acompanham e que os profissionais dessas instituições ainda pensam no modelo antigo. Temos de aumentar o engajamento entre instituições e mercado de trabalho e ainda mais especialmente na área de TI”.

Fernanda Verdolin completou que “é preciso aumentar as atividades práticas na área de TI e pensar na cultura de carreiras que ainda é muito incipiente. Nós não temos foco no estudante, não o ajudamos a definir, por exemplo, a especialidade médica em que deseja atuar. Temos de não só nos posicionar como mentores de carreira do aluno, como conectá-lo com suas competências no mercado de trabalho”.

Rodrigo Capelato finalizou citando que nas pesquisas feitas pelo Semesp, “ainda há um baixo índice de alunos que querem ser empreendedores. Dos recém formados, com até 3 anos de formação, 65% deles tem emprego formal, com carteira assinada”.

T.E.M.I.S

A última apresentação trouxe o case T.E.M.I.S, um laboratório jurídico virtual   apresentado por Carlos Nascimento, Head Comercial da Insígnia Edtech, que proporciona aos estudantes uma experiência imersiva inovadora, vivenciando na prática os processos relacionados às funções de advogado, juiz, Ministério Público e cartórios.

“Em 2020, com a pandemia, tentamos fazer alguns produtos escaláveis na TI. O T.E.M.I.S era uma solução de 2019, para os alunos pararem de fazer petições em papel. No entanto, recebemos o desafio em 2020 porque não podíamos mais ir para a instituição presencialmente. A única saída foi criar um sistema com uma metodologia ágil e participação intensa da área de Direito. O 1º feedback externo que recebemos foi do MEC para o curso de Direito a distância. É um programa que faz as pessoas trabalharem de forma integrada”, contou Nascimento.

Para criar cases de sucesso em TI, Nascimento deu 5 dicas: pensamento e atitude ágil; todos devem se envolver; ter diversos produtos das diversas áreas; esteja aberto ao novo; crescimento escalável e, por último, saia da zona de conforto, todas as áreas que precisam colaborar entre si”.