“Aprendendo por Design: usando experiências interativas como jogos, laboratórios e realidade virtual em seu curso” foi a palestra de abertura, desta quinta-feira (27), da VIII Semana de Formação do Consórcio STHEM Brasil, com Dale P.Johnson (Foto), diretor de inovação digital do Instituto de Design da Universidade do Estado do Arizona (Arizona State University – ASU).

O educador trabalha com líderes universitários para desenvolver e implementar soluções digitais e, assim, permitir o sucesso dos alunos. Em sua palestra para os cerca de 300 professores participantes do evento ele apresentou, na prática, experiências interativas on-line e explorou estruturas para determinar quais tipos de técnicas e tecnologias o docente pode usar em seu curso e avaliar sua eficácia. “O futuro já está aqui, apenas não está distribuído de maneira uniforme no mundo”, disse Johnson.

O palestrante desafiou os professores a “viajar para o futuro da tecnologia usando a tecnologia disponível hoje” e instigou os participantes a responderem a pergunta “por que querem aprender sobre experiências interativas”, por meio da ferramenta  https://pollev.com/. As perguntas eram elaboradas e os professores respondiam criando gráficos com porcentagens sobre cada resposta.

A breve pesquisa mostrou que existem quatro motivos para os professores no Brasil aprenderem experiências interativas: a tecnologia está transformando as expectativas dos alunos, eles estão buscando mais flexibilidade em sua educação, os alunos também aprendem melhor por meio do aprendizado ativo e a tecnologia interativa está melhorando rapidamente.

Em seguida, Johnson contou aos docentes os fatores que fizeram da Universidade do Estado do Arizona ser considerada pelo sexto ano consecutivo a mais inovadora. “Somos uma instituição pública, nos últimos 10 anos desenvolvemos vários projetos em parceria com grandes empresas para inovar em diversas disciplinas e recentemente fizemos uma parceria com a Dream Works para o desenvolvimento de projetos de realidade virtual. Dessa forma, estamos criando um mundo virtual e queremos torná-lo parte do nosso processo educativo”, afirmou. Segundo o professor, o crescimento dos alunos on-line na ASU também é um fator de sucesso: “Temos quase o mesmo número de alunos presenciais e a distância que trabalham em tempo integral e que desejam estudar onde quer que estejam e no momento em que precisarem”.

O desafio seguinte foi questionar os docentes como deveriam usar jogos on-line, laboratórios e realidade virtual em seus cursos, e ele questionou se eles haviam jogado o Pokémon Go, game que foi fenômeno mundial em 2016, definindo as características que o tornaram tão bem sucedido. Embora mais de 60% dos docentes tenham respondido que não conheciam o jogo, cerca de 35% fizeram uso e disseram que usariam em sala de aula por ser “simples de aprender, divertido para fazer, com atividades envolventes e conexões com a comunidade, e tem objetivos claros, recompensas motivacionais e uma realidade aumentada incrível”.

Segundo Johnson, os professores precisam refletir sobre o fato de a tecnologia educacional ser necessária, mas não suficiente para o sucesso do aluno. “É preciso também o uso de uma boa pedagogia, dando aos alunos oportunidades de enriquecimento, aprimoramento, extensão e expansão do seu aprendizado”, explicou.  Ele também deu orientações de como os professores podem enriquecer suas experiências de aprendizagem e links das ferramentas.

“Podemos utilizar nos cursos tradicionais recursos instrucionais digitais como recursos educacionais abertos (OER), a Taxonomia de Bloom, criar um curso híbrido que combina aprendizagem pessoal e virtual e programas totalmente on-line, para alunos que não queiram ir ao campi”, destacou.

O educador finalizou dizendo que “o sucesso da tecnologia depende dos professores, que não devem ter medo de usá-la porque será benéfica para eles próprios, para os alunos e a comunidade, além de melhorar muito a experiência pessoal”. Johnson deixou três desafios para reflexão dos docentes: “Qual o papel do professor na universidade”, “Como o professor se sente sobre ensinar nesse momento de pandemia” e “Como o professor avalia suas experiências interativas”. As respostas serão analisadas no último dia da VIII Semana de Formação na sexta-feira (28).