Nesta terça-feira (23), o presidente do Consórcio STHEM Brasil, Fábio Reis, abriu o primeiro dia do IX Programa de Formação de Professores no Centro Universitário Eniac, em Guarulhos, São Paulo. O evento acontecerá hoje e amanhã (24) de forma presencial, e quinta e sexta-feira (25 e 26) no sistema on-line, por meio da plataforma Zoom. O tema da capacitação foi “A Arte de Retroalimentar a Aprendizagem em Contextos Híbridos”, com apresentações das educadoras Hermila Gisela Loya Martínez, Deyra Charles Estrada e Myrna L. Álvarez Castillo, do Instituto Tecnológico de Monterrey.

Fábio Reis disse que o convite à participação das professoras do  Tec. de Monterrey foi feito por ser uma instituição diferenciada pela pesquisa, capacidade de relacionamento e modelo acadêmico muito alinhado com o Consórcio: “O Tec. de Monterrey tem um processo de transformação corajoso, consistente, além de projetos inovadores por toda a América Latina”, afirmou.

Em seguida Reis convidou os docentes presentes a participarem do 2º Prêmio de Inovação no Ensino Superior Prof. Gabriel Mario Rodrigues, cujas inscrições vão até 16 de setembro. Ele também destacou o 2º Encontro de Inteligência Artificial, que acontecerá dia 6 de outubro, e a 1ª Delegação Internacional de Docentes para Inovação Acadêmica, que ocorrerá de 6 a 14 de janeiro de 2023, em Portugal, com visitas em instituições de ensino em Coimbra e no Porto. “Nós temos um movimento integrado e nacional de gestão e planejamento, para trazermos cada vez mais instituições e patrocinadores para o nosso Consórcio”, completou.

O reitor do Eniac, Ruy Guerios, salientou que “as metodologias ativas e os docentes estão transformando as IES no Brasil”, e fez uma homenagem dizendo que “sem as mentes brilhantes dos professores nada aconteceria no ensino superior do país”.

O vice-reitor, Pedro Guerios, lembrou do encontro presencial no Eniac com Eric Mazur, que lançou o livro Peer Instruction – A Revolução da Aprendizagem Ativa, e deu um novo olhar para os docentes das instituições participantes. “O laboratório de aprendizagem do Eniac já existia há cerca de 25 anos quando Eric Mazur nos visitou, em 2015, e ficou surpreso com o espaço, onde os nossos professores ganham conhecimento e capacidade de inovação a cada nova formação. De lá para cá fizemos trabalhos incríveis e esperamos fazer cada vez mais”, afirmou.

Contexto virtual e sala de aula presencial

A Profa. Hermila Gisela Loya Martínez (foto), especialista na elaboração de planos de desenvolvimento para funcionários e professores da TecSalud, Tecmilenio, SorteosTec e Tec. de Monterrey, com foco nas competências institucionais, humanas e operacionais dos diferentes cargos, iniciou sua apresentação questionando os presentes sobre a diferença entre um contexto virtual de aprendizagem e a sala de aula presencial.

“O desafio do espaço virtual é a interação. Existe uma crença de que quando estamos em um ambiente virtual as pessoas participam menos, porque elas se escondem, ficam tímidas, ou não têm muito acesso à tecnologia. Mas há muitos estudos que mostram o contrário, que quando as pessoas estão no virtual se atrevem mais e se expressam melhor. Já na sala de aula presencial o professor, por estar frente a frente com o aluno, muitas vezes inibe o discente a não  interagir”, afirmou Hermila Gisela.

Em seguida, a especialista fez com que os docentes usassem um padlet para fazer exercícios e acompanhar as dificuldades que os alunos podem ter com a tecnologia. “Antes, para produzir uma aula, precisávamos memorizar tudo para passar aos alunos. Hoje, no virtual, nós temos de ensiná-los a identificar as palavras-chave, localizar a fonte de informação certa, com fundamento para que entendam e tomem uma decisão. Os problemas ficaram mais evidentes com o uso de tecnologia”, disse.

A professora falou também sobre a projeção de aulas de trabalho colaborativo: “As vezes não vivemos o melhor daquilo que propomos na aula porque os alunos não se conhecem e não conseguem se integrar. Se o curso tem 18 semanas, temos de fazer pelo menos três semanas de integração. Quando a equipe se conhece fica mais fácil abordar um tema, que flui melhor e os alunos conseguem não só entender a matéria, como também entregar as atividades e ter bons resultados nos exames”.

Por fim, Hermila Gisela ensinou aos docentes a fazer uso de várias ferramentas e aplicou um exercício no Mentimeter (www.menti.com) com o objetivo de ensinar a construir um ambiente virtual de aprendizagem para melhor interação entre alunos e professores, e entre alunos e alunos, com direito a avaliação e feedback dos professores para os alunos e da ressignificação das metodologias de ensino dos docentes.