Nessa quarta-feira (26), no terceiro dia da VIII Semana de Formação do Consórcio STHEM Brasil, o tema de abertura foi “Proakatemia: professores e estudantes engajados no empreendedorismo – uma universidade sem aulas, sem notas e sem professores”, com Hanna Saraketo, treinadora e professora sênior da Universidade de Ciências Aplicadas de Tampere (TANK), na Finlândia e com 20 anos de experiência centrada no aluno e aprendizagem orientada para a vida profissional, tanto na universidade de ciências aplicadas como na educação profissional.

“Tivemos um ano para entender o que é a Proakatemia e só depois de um ano começamos a entender como é que funciona. Tem tudo a ver com o empreendedorismo e o aprendizado em equipe. Os nossos alunos gostam de usar o slogan: ‘Você tem a coragem de ser melhor e ter atitude?’. Hoje temos 12 orientadores educacionais, sendo metade da própria Proakatemia e outra metade de outras instituições e 9 empresas trabalhando conosco”, contou Hanna Saraketo.

Segundo ela, “os alunos praticam o empreendedorismo, e a TANK recebe por ano gera 1,25 milhões de euros com os projetos e ações empreendedoras de seus alunos, o que ajuda a pagar salários e instiga os alunos a ir em busca de mais negócios. Foram 43 empresas fundadas em 22 anos e que estão em funcionamento”.

Em seguida, a responsável pela Proakatemia, Carita Prokki, falou sobre a metodologia de ensino da Universidade. “Nós temos um modelo extremo, radical, uma escola sem provas, sem notas, sem aulas que vem dando certo há 20 anos. O paradigma da educação está mudando. No ano passado fomos desafiados e forçados a nos digitalizar de uma forma rápida, mas foi positivo. O mundo da educação está ávido por curiosidades e criativo. E o ensino e o aprendizado está sendo modificado”, disse.

Para a educadora, o futuro da educação precisa ter novos modelos de aprendizagem. “Antes a educação era centrada no professor, agora precisa ser centrada no aluno. Temos de nos questionar como encarar o futuro, um mundo que está mudando o tempo todo, passando por desafios e momentos críticos. É a primeira vez na história que estamos encarando os problemas ao mesmo tempo no mundo todo e nós, da TANK, estamos implementando diversos programas-piloto que seguem a metodologia GROW – Goal (metas), Reality (realidade), Options (opções) e W de What, When e Who (o que, quando e quem vai fazer) –, um método de mentoria simples focado em ações e resultados. Com o modelo proposto é possível aumentar não apenas o desempenho, mas também o aprendizado e o prazer. Os colaboradores se tornam mais conscientes, mais responsáveis e ganham um poderoso senso de propósito em seu trabalho”, explicou.

Hanna Saraketo mostrou também as ações que os estudantes que participam da Proakatemia realizam. “Temos o conhecimento teórico, com sessões de treinamento, ensaios, workshops, discussões em grupo e preparação de teses. Nossos alunos prepararam os slides sobre o que pensam ser assuntos mais importantes, como sair da zona de conforto, compartilhar suas experiências, mesmo nas situações mais desconfortáveis, como ganhar dinheiro, ter um currículo com uma boa apresentação, um bom conhecimento teórico e manter as portas abertas para o futuro”.

Os cerca de 300 participantes da VIII Semana de Formação também foram apresentados a dois negócios que surgiram a partir das experiências dos alunos na Proakatemia.

O aluno Arttu Asunta contou que, em setembro de 2020, sua equipe criou um café no centro da cidade de Tampere. “Tudo começou com um quiosque de verão que oferecia no cardápio um tipo diferente de waffles, o Double Waffle. Todos os clientes gostaram. Então decidimos dar um passo além e aumentar nossas ambições. Alugamos uma área em um shopping, assumimos um certo risco e valeu muito a pena. Estamos fazendo bastante sucesso”, afirmou. E Asunta diz que pretende abrir uma segunda loja: “Em janeiro tivemos 100 mil euros de receita, mesmo com a pandemia, e o nosso objetivo é chegar a 300 mil euros esse ano. Contratamos muitas pessoas para trabalhar conosco e estamos aprendendo a planejar o futuro”.

Outro aluno, Esa Lappalainen, contou que abriu uma cafeteria, o Café Kato, e que só no ano passado o lucro do estabelecimento já ultrapassou 300 mil euros. “O objetivo é continuar crescendo e expandir o nosso cardápio”, disse.