Explorando novas formas de ensino, aprendizagem e avaliação em apoio à equidade e bem-estar (Exploring new forms of teaching, learning and assessment in support of equity and wellbeing) de alunos e professores foi o tema da palestra de abertura do VII Fórum STHEM Brasil, com a Profa. de Tecnologia de Aprendizagem e Comunicação da Open University – Institute of Educational Technology, Agnes Kukulska-Hulme.

“Temos 170 mil alunos aproximadamente e esse número nos mostra o grande desafio que é conhecer bem os nossos estudantes e entender suas diversidades. Com essa finalidade, temos vários projetos de pesquisa onde estamos engajados em criar uma série de relatórios que detalham processos inovadores em Pedagogia”, disse.

A educadora, que há 25 anos atua na Open University, diz que “alunos que estão estudando de forma remota precisam ser motivados a fazer parte da comunidade, organizados em grupos atuantes em aspectos sociais”. A Open University se diferencia de forma a oferecer educação não só para seus alunos, mas para todos. “Na plataforma Open on Learning tem vários cursos gratuitos de forma individual ou coletiva que proporcionam e oportunizam às pessoas de estudar diversos assuntos e a plataforma Future Learning oferece cursos mais curtos e pagos para desenvolvimento e qualificação profissional”.

Outra novidade oferecida pela instituição são as micro-credenciais. “São certificações digitais e verificáveis ​​que são emitidas sob um padrão global. Isso é bem novo e vai mudar como aprenderemos no futuro. Exemplo: não se matricular em uma única faculdade a vida toda, mas ter uma forma contínua de aprendizagem em diversas IES”, conta Agnes.

A educadora explicou ainda que o foco do programa “Learning Future é repensar a Pedagogia quando fizer uso de uma nova tecnologia, estudar os impactos que ela causa nas abordagens pedagógicas. Fizemos várias contribuições nesse sentido, por exemplo, o livro ‘Repensando a Pedagogia para a Era Digital’, que nos traz reflexões e orientações práticas para desenvolver uma nova pedagogia para a nova era do aprendizado digital”.

Agnes mostrou também trilhas de aprendizado móveis para idiomas, criadas pensando onde os alunos estão localizados e como podem aprender no entorno. Da importância da Personalização, que com o advento da inteligência artificial (IA), as pessoas pensam em sistemas de personalização automática de conteúdo de acordo com a necessidade de cada aluno. “A ideia é dar ao aprendiz a capacidade de ter mais determinação e orientação própria, mas isso não vai acontecer automaticamente, por isso o papel do professor é muito importante”, contou.

A educadora lembrou ainda da importância de se desenvolver habilidades como a cooperação e a colaboração e citou projetos desenvolvidos por alunos da Open University que fizeram crianças usar i-pads como forma de aprendizado de forma lúdica, como um brinquedo e trocarem esses aprendizados uns com os outros. E outro projeto de tarefas colaborativas onde estudantes trabalham a distância e realizam tarefas de idiomas para aprender palavras novas em um ambiente virtual mas que trocar experiências por meios de gestos.

Agnes comentou também sobre a Aprendizagem situada, em que os aparelhos móveis oferecem um tipo de aprendizagem com um design de ensino diferenciado. Aprendizagem personalizada, que reconhece a diversidade, individualidade e atributos cognitivos, sociais e descritivos dos alunos. Aprendizagem autêntica, que envolve projetos do mundo real interessantes para o aprendiz e o ajuda a construir, engajar e dar-lhe a oportunidade para a interação social. “Muito do nosso trabalho focamos em certos tipos de estudantes, como refugiados que migraram recentemente e queremos conectar suas necessidades de aprendizado com o seu dia a dia, de forma mais autêntica”.

E por fim, a pedagoga mostrou uma série de modelos de relatórios de Pedagogia desenvolvidos pela Open University desde 2012 e que contam com voluntários para fazer traduções em diversos idiomas. “Trabalhamos com colaboradores internos e externos, já produzimos 9 relatórios e em cada um tem 10 renovações pedagógicas descritas e ilustradas. O processo é orgânico e são os autores que selecionam o tema. Por trás temos um processo, baseado em pesquisas, leituras e o que pode ser uma inovação. A distribuição da inovação não é homogênea em todo mundo. Há dois temas proeminentes nas revisões, sistemas que descrevem inovações principalmente durante a pandemia, estamos falando muito em equidade, igualdade e bem estar de estudantes e professores. Precisamos nos assegurar que os estudantes estão bem atendidos”.

Com tantas pesquisas e relatórios, Agnes conta que chegaram a várias pedagogias voltadas para a conscientização do bem estar do professor e do aluno. “Trabalhar com um conceito bem estabelecido e com envolvimento profundo, geralmente traz sentimentos de felicidade que é quando todos estão superengajados em atividades desafiadoras e de acordo com o nível de habilidade. Pedagogia com gratidão é uma emoção. Quando usamos a gratidão para melhorar os relacionamentos entre alunos e professores aumenta a percepção e o foco no bem estar”. Para ela, “a pandemia trouxe luz a muitas desigualdades na educação no mundo todo. Muitas pessoas não tem a tecnologia necessária para fazer a conexão. Lidar com questões que vão durar muito tempo demandará inovação e mais recursos e é preciso fazer coisas importantes para ajudar os aprendizes que estão em desigualdade”.

Programação completa e mais informações em: https://www.sthembrasil.com/7forum/