Nesta quinta-feira (25) o Consórcio STHEM Brasil realizou mais uma etapa da 10ª edição do Programa de Formação de Professores, de forma síncrona, com a apresentação da professora do Instituto Tecnológico de Monterrey, Paola López Campos, que tratou da importância da Neuroeducação e mostrou diversas plataformas de interação entre docentes e alunos. O evento teve participação de cerca de 140 professores.

O presidente do consórcio e coordenador de Redes de Inovação do Semesp, Fábio Reis, abriu o evento dizendo que “o consórcio cresceu porque as IES acreditam na aprendizagem acadêmica e em implementar processos de melhoria, inovação e qualidade, investindo nos docentes. O Consórcio quebrou o paradigma que IES públicas e privadas não se dialogam, porque temos a mesma causa, que é impactar estudantes para que sejam pessoas éticas. Formamos uma comunidade acadêmica forte porque temos parceiros fortes, como a TEC de Monterrey que passou por um processo de reestruturação. Este ano nós batemos o recorde de formação com 298 professores inscritos e essa capacitação é um efeito multiplicador em nossas instituições. Esperamos que essas 166 horas de formação sejam proveitosas e todos aprendam juntos”.

Marcio Giannico, sênior head e multiplicador da Academia Santander, acrescentou “que o Santander e o STHEM Brasil são parceiros porque a educação transforma a sociedade e o pilar são os professores. O Santander Universidades é focado na educação, empregabilidade e empreendedorismo dos alunos. Temos um olhar para o estudante, mas também para os professores. Os números dão essa dimensão do que é a Educação o Santander. Em mais de 20 anos o banco aplicou 2.2 bilhões de euros em mais de 14 países e no Brasil investimos valores superiores a 30 milhões por ano em bolsas de estudos e formações”.

Em seguida, Paola López Campos, que trabalha na área de Humanas, com inovação educacional e integração de tecnologias no Instituto Tecnológico de Monterrey, no México, apresentou a formação “Desenhos de experiências de aprendizagem baseadas na Neuroeducação”.

“Temos na neuroeducação uma grande porta que se abre com o estudo do cérebro, que é parte fundamental no processo de aprendizagem. O cérebro precisa de emoção para aprender. Então vamos falar sobre as dificuldades de aprendizagem e transtornos dos estudantes para que os docentes não se tornem neurocientistas, mas entendam como usar a neuroeducação para formar equipes multidisciplinares de apoio aos alunos”, afirmou Paola.

Em seguida a educadora do TEC de Monterrey apresentou ferramentas de interação entre professores e alunos como o PadLet (https://pt-br.padlet.com/), que mescla diversas tecnologias e cria uma comunidade de aproximação entre docentes e estudantes para se conectarem e trocarem não apenas aprendizagens mas também hobbies e se socializarem.

Outro exercício foi na plataforma https://www.menti.com que mostra vários quadros onde os participantes escolhem qual se identifica melhor para medir o nível de humor, ou ainda respondem quais aplicativos usam mais e perguntas sobre qual parte do mundo as pessoas estão conectadas, sempre com o objetivo de troca de aprendizagens e desenvolvimento do cérebro.

Após os exercícios, Paola questionou os docentes sobre o que entendem sobre Neuroeducação e explicou: “É uma abordagem interdisciplinar e fruto da junção de três áreas do conhecimento humano: a pedagogia, que se dedica aos processos de aprendizagem e educação; a psicologia com suas contribuições nas pesquisas sobre cognição e comportamento humano e a neurociência que se concentra no funcionamento do sistema nervoso central”.

Depois perguntou aos professores se perceberam alguma mudança na conduta dos estudantes pós-pandemia. “Existe um antes e um depois da pandemia. A motivação dos estudantes mudou, e nesse novo momento devemos motivar os nossos alunos usando as tecnologias remotas para ajudá-los no contexto emocional”.

Para contextualizar o uso da Neuroeducação, a educadora apresentou o Goosechase (https://www.goosechase.com/) , uma plataforma que desafia os alunos a saírem da zona de conforto e fazer com que tenham novas conexões e vivências diferentes no seu dia a dia. “Esse tipo de aplicativo pode ser utilizado on-line e presencial. E podemos criar desafios que durem meia hora, ou para todo o semestre, onde o aluno trabalhe com comunidades, sempre ajudando-o tanto na parte acadêmica quanto na emocional”.

Paola mostrou ainda um Mapa Conceitual do Cérebro (https://view.genial.ly/) para explicar os conceitos da Neuroeducação aos docentes e como o órgão está conectado ao sistema nervoso e a todo corpo humano e que essa interconexão causa impactos no aprendizado, inclusive no psicológico dos alunos. “Precisamos estudar o cérebro, a mente, e a saúde mental para avaliarmos o comportamento de nossos alunos. Para isso temos a terapia cognitivo comportamental. Ou seja, nós precisamos entender que o cérebro funciona de uma forma específica para podermos usá-lo de uma forma correta”.

Outra constatação feita pela profissional é que o professor necessita ter Inteligência Emocional e desenvolver uma mentalidade de crescimento. “Primeiro o professor deve se entender como indivíduo para ajudar seus alunos. Ele precisa ter empatia, respeito, ser justo, dar segurança e prestar ajuda social e ainda saber lidar com as emoções suas e de seus alunos, porque elas causam grande impacto sobre a aprendizagem. Normalmente temos uma mentalidade fixa, mas precisamos colocar objetivos curtos para chegar a uma mentalidade de crescimento, ou seja, colocar metas superantes”.

Uma das dicas foi o que em Psicologia chama-se Efeito Pigmaleão. “É o fenômeno em que quanto maiores as expectativas que se têm relativamente a uma pessoa, no caso em nossos alunos, melhor será o desempenho”.

Paola ainda listou algumas características de um bom professor: ter vocação, não ter conhecimento apenas de uma matéria; transmitir entusiasmo, potencializar a autonomia e fomentar a criatividade dos alunos; conhecendo suas fortalezas e capacidades e enxergar os erros como parte da aprendizagem.

Para estimular o aprendizado dos professores Paola indicou sugeriu as leituras Teaching with brain in mind, de Jensen Eric e Anxiety and depression in the classroom, de Nadja Reilly e finalizou sua apresentação dizendo que “o sucesso acadêmico e pessoal começa quando atendemos às necessidades sociais, emocionais e físicas de nossos alunos e de nós mesmos”.

Nessa sexta-feira (26) a formação prossegue e terá o mesmo conteúdo de quinta-feira, mas para outros grupos de professores.