A conferencista sênior em Desenvolvimento Profissional Acadêmico do Instituto de Tecnologia Educacional da Universidade Aberta no Reino Unido, Carina Bossu, abordou o tema “Recursos Educacionais Abertos e Práticas Educacionais Abertas: Oportunidades para o aumento ao acesso à educação” em sua palestra no Módulo 1 do segundo dia da VIII Semana de Formação do Consórcio STHEM Brasil.

Na abertura de sua apresentação a palestrante explicou o conceito de “openess” e as motivações que levaram ao seu desenvolvimento. “Openess significa abertura sem restrição, um movimento que começou no início do século 20 e foi resultado de várias influências e motivações diferentes, como evitar a duplicação de esforços, evitar práticas restritivas e expandir o acesso”, afirmou.

Carina Bossu também explicou o que são os Recursos Educacionais Abertos (REA): “O termo apareceu por volta de 2002 e existem dois princípios chaves: a licença, pois sem ela é difícil saber se podemos reusar o conteúdo, e a abertura técnica, no sentido de utilizar formatos simples de serem abertos e alterados”. Em seguida ela abriu espaço para que os participantes respondessem sobre o grau de conhecimento que têm sobre o assunto.

“As possibilidades são infinitas, existe hoje em dia uma abundância de conteúdos em várias línguas. Muita gente fala que os REA não são muito inclusivos porque a maioria dos conteúdos estão em inglês, mas várias organizações já estão criando repositórios para REA”, afirmou, reforçando também que as instituições estão criando conteúdos para treinar e desenvolver os educadores para isso.

Os benefícios dos REA também foram abordados durante a apresentação. Segundo a palestrante, além da inovação pedagógica e desenvolvimento profissional, um dos principais benefícios é o desenvolvimento de forma colaborativa. “Existem programas livres e gratuitos que podem nos ajudar a criar e recriar o conteúdo também de forma colaborativa. Podemos incluir os alunos para criar esses recursos”, assinalou.

Ao mesmo tempo, ela disse que a grande quantidade de conteúdos e outros pontos dos Recursos Educacionais Abertos se tornam um desafio: “A abundância de conteúdos cria um problema porque é difícil encontrar aquilo que precisamos. Aprender a utilizar as licenças é um desafio, e também há educadores que não querem compartilhar e, às vezes, não querem usar o conteúdo pois acreditam que não tem a qualidade de que precisam”.

Antes de finalizar, Carina Bossu também falou da importância das Práticas Educacionais Abertas para utilização dos Recursos Educacionais Abertos. “A REA não é uma coisa tão nova, mas nós sabemos, como educadores, que conteúdo sozinho não faz nada, nós precisamos das Práticas Abertas. Elas se baseiam em REA, adotam estratégias de atividades abertas e conduzem à uma melhor aprendizagem e qualidade de ensino”.

De acordo com a palestrante, espera-se que haja uma mudança de culturas educacionais: “As Práticas Abertas têm uma forma de ensinar mais interativa e que incluem o aluno na aprendizagem. A utilização dos REA deve ser vista como uma proposição de valor para as instituições”, concluiu.