A “Mesa Redonda: Núcleos de Formação de Professores” compôs  segunda parte do II Encontro de Boas Práticas realizado nesta segunda-feira (27) pelo Consórcio STHEM Brasil. O debate contou com as participações do Prof. Sergio de Freitas, presidente da Comissão que coordena o programa A3M da Universidade de Brasília; Profa. Manolita Correia Lima, coordenadora do NIP – Núcleo de Inovação Pedagógica da Escola Superior de Propaganda & Marketing (ESPM); e Prof. Octavio Matassoglio Neto, coordenador da Academia de Professores do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT); com moderação do coordenador do curso de Administração das Faculdades Dom Bosco, Washington Lemos.

“Fica cada vez mais evidente a necessidade das instituições terem um processo contínuo de formação de professores, porque a inovação não vai aparecer do nada, e sim ser construída por cada um dos professores”, disse Washington Lemos.

Em seguida, o professor Sergio de Freitas apresentou o Programa Aprendizagem para o Terceiro Milênio da Universidade de Brasília. “O A3M está em andamento desde 2017 e sua missão é atuar junto à instituição na identificação, valorização e promoção de ações educacionais inovadoras da comunidade e para a comunidade”, disse.

Segundo Freitas, o foco do A3M é no “processo de aprendizagem e na interação do professor com o estudante, na valorização do compartilhamento de experiências aliado ao trabalho colaborativo, coletivo e objetivo e do uso diversificado de recursos que estão ao alcance do professor em benefício do aluno”. Para atingir as metas até 2020, Freitas disse que as parcerias foram fundamentais, e uma delas foi com o consórcio STHEM Brasil na formação de professores. “Nós temos 2 mil professores e 200 docentes já desenvolveram algum tipo de inovação na sala de aula”. Agora a Universidade de Brasília prepara um novo plano de ações para os próximos quatro anos (2021/2024) e para conhecer o programa acesse: http://a3m.cead.unb.br.

Manolita Correia Lima, coordenadora do NIP – Núcleo de Inovação Pedagógica da ESPM, criado em 2013, afirmou que “a mudança de cultura de uma instituição não se faz em curto prazo. Várias áreas de uma instituição precisam fazer isso com engajamento e muito compartilhamento”.

Segundo a educadora, “esse é o foco do NIP, promover atividades que fortaleçam a formação pedagógica do professor, sempre aproximando o ensino da aprendizagem. Além da capacitação do professor da ESPM, a instituição percebeu que durante a pandemia era necessário capacitar professores do ensino fundamental e médio que estavam despreparados, mas não foi deixado de lado também os gestores, colaboradores e técnicos. Somos consorciados ao STHEM Brasil desde 2014, e essa parceria tem sido fundamental nesse processo. Nós temos 600 professores ao todo e a cada ano o número de docentes capacitados só aumenta. Temos mais de 30 profissionais capacitados pelo consórcio e mais de 100 favorecidos com as replicações do conhecimento. Em 2020, com a pandemia, realizamos 4 mil atividades de formação”.

A coordenadora do núcleo citou outras instâncias em que o NIP atua: “O Núcleo de Pesquisa e Publicação Pedagógica é responsável por oito pesquisas realizadas com estudantes e docentes todos os anos: indicadores de inovação pedagógica; mapeamento das estratégias de estudo; trabalho docente em turmas mistas; representação social de um bom professor; diagnóstico de proficiência digital; diagnóstico de estilos de aprendizagem; mapeamento das estratégias de ensino e aprendizagem  e desafios enfrentados pelos professores recém contratados”, disse.

Já a Academia de Professores, segundo ela, “planeja, realiza e acompanha o desenvolvimento do corpo docente, produzindo vídeos e tutoriais que atualizam os educadores no uso das tecnologias”, enquanto a Central de Cases “divulga as possibilidades abertas na Harvard Business School Publishing, plataforma usada pelos professores e que alimenta uma comunidade de práticas sobre Método do Caso”, concluiu Manolita.

Por fim, Octavio Matassoglio Neto, coordenador da Academia de Professores do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), contou que a academia surgiu em 2013 e hoje ganhou novas funções além de capacitar docentes.  “Quando nasceu nós éramos um Grupo de Tecnologia de Ensino e identificamos três momentos a serem trabalhados com os professores: a formação, porque muitos não são pedagogos, e sim têm conhecimento técnico de uma determinada área. Depois iniciamos o acolhimento e o ingresso dos docentes, porque a identidade de uma instituição transpassa pelo que é o docente e ele tem de conhecer a escola, as diretrizes do processo de ensino e aprendizagem, os projetos, a equipe que trabalha com ele e o processo de avaliação. O terceiro ponto é a formação continuada que vai acontecer quando o professor já estiver um tempo na instituição e fazer com que ele alcance competências para colocar o aluno no centro da aprendizagem”, contou.

Segundo ele, a Academia de Professores recentemente iniciou um trabalho para mudar os currículos da instituição. “Um currículo não se constrói de cima para baixo, mas principalmente pelo professor. Ter um grupo de professores alinhado é fundamental para a construção de um currículo de sucesso”. A academia, segundo  o relato apresentado, atua em quatro dimensões básicas para promover a competência do professor: “A primeira dimensão é a técnica na área de conhecimento do docente, e é algo que ele traz e deve ser valorizado; a segunda é a dimensão técnico instrumental, que ganhou destaque pelas condições de distanciamento social causadas pela pandemia; a terceira é de cunho sócio-comportamental, ou seja, o relacionamento que o professor vai ter com os seus alunos e a quarta é a  pedagógica, onde o professor tem de ter a competência para fazer com que o  conhecimento aflore no aluno”, concluiu.