Teve início nesta quarta-feira (12) o IX Fórum STHEM Brasil de Inovação Acadêmica e Aprendizagem Ativa, realizado pelo Consórcio STHEM Brasil com apoio do Semesp e do Santander Universidades. O evento foi realizado de forma on-line, síncrona e pelos canais Zoom e You Tube, e na abertura participaram o presidente do Consórcio, Fábio Reis,  Luiz Reis, Head do Santander Universidades, e a Profa. Maria Cristina Tommaso, da Unifoa, responsável pelo Comitê de Pesquisa do STHEM Brasil. A palestra de abertura foi da Dra. Victoria Galán-Muros, diretora de Pesquisa e Análise da Unesco-Iesalc, que falou sobre “Mentalidade inovadora: o gestor e o professor frente à inovação pedagógica”.

“Nosso Fórum destina-se a capacitar os docentes para que apresentem boas práticas inovadoras de ensino e aprendizagem. No ano passado tivemos 400 professores inscritos. Neste ano 710 professores inscreveram seus trabalhos. O consórcio, desde sua criação em 2013, tem uma dimensão lenta e contínua de mudanças, e vem gerando transformações profundas em nossas instituições. Esse movimento, inédito no Brasil e na América Latina, é forte e articulado, reunindo mais de 60 IES públicas e privadas. Neste ano serão 164 horas de formação, com um investimento de 500 mil reais, além da parceria com a Unesco-Iesalc”, afirmou o presidente do consórcio, Fábio Reis.

Segundo Reis, o sucesso do Consórcio “passa pela capacitação, a necessidade de formar uma comunidade acadêmica, a diversidade reunindo pequenas, médias e grandes IES em todo o Brasil. Acreditamos na inovação e queremos fazer mudanças. Vale para todas as IES a necessidade de ter um grupo que espalhe as boas notícias e que se criem núcleos de formação e de capacitação para refletir o papel do professor”.

Luiz Reis, head do Santander Universidades, chamou a atenção dos participantes para mais de 30 programas de formação oferecidos pela instituição e bolsas de estudos em instituições internacionais como Harvard, Universidade de Chicago entre outras (https://www.linkedin.com/in/luiz-reis-9463bb10). “Temos 30 pessoas atuando em cada geografia nos Estados do Brasil, buscando uma maior proximidade entre as instituições privadas e públicas para atender os três Es: educação, empreendedorismo e empregabilidade. Nossa preocupação efetiva e genuína é buscar boas práticas de ensino e aprendizagem para alcançar maior sustentabilidade das nossas IES. Entregamos 100 mil bolsas digitais, presenciais e nacionais e investimos cerca de 50 milhões de reais no Brasil, mas queremos investir muito mais”, afirmou.

A Profa. Maria Cristina Tommaso, da Unifoa, responsável pelo Comitê de Pesquisa do STHEM  Brasil, lembrou da importância da pesquisa científica para identificar grupos de trabalho e pesquisa nas várias áreas do conhecimento. “Esse ano tivemos de triplicar os avaliadores dos trabalhos apresentados. O evento é bastante instrucional, e é muito gratificante ler os trabalhos com a qualidade com que vêm se desenvolvendo ao longo dos anos. O Comitê de Pesquisa tem a responsabilidade da editoração da revista International Journal of Academic Innovation, e os melhores trabalhos desse Fórum serão convidados a ser publicados nessa revista. A pesquisa só tem o seu valor fundamental concluído quando é publicizada, mas isso precisa ser perpetuado nos Anais do Fórum e desdobrado com muito mais valor na revista. O Comitê realizou uma pesquisa para identificar grupos de estudo. Ano passado tivemos 19 respostas e 52 grupos de estudos em todas as áreas. E a área de educação é a que tem menor número de grupos de pesquisa, o que é contraditório. A nossa intenção neste ano é compartilhar um novo questionário. Vamos interagir, nos conhecer e colaborar com o compromisso maior que é compartilhar nossas experiências e desenvolver a pesquisa na área de educação”, concluiu.

Mentalidade inovadora

Em seguida, a Dra. Victoria Galán-Muros, diretora de Pesquisa e Análise da Unesco-Iesalc, apresentou a palestra: “Mentalidade inovadora: o gestor e o professor frente à inovação pedagógica”, que trouxe noções para os docentes e gestores refletirem até que ponto se identificam com as características da inovação acadêmica. “A inovação é uma mudança que gera valor para uma instituição e toda mudança exige uma ação. No entanto, inovação não é o uso da tecnologia por si só. A tecnologia é apenas uma ferramenta para a inovação”, enfatizou.

Para Victoria, um docente ou gestor inovador precisa ter determinadas características, como ser curioso, observador, empático, compassivo, criativo, empreendedor, tomador de riscos, conectado, aberto a colaborar com outros profissionais, trabalhar em equipe, ser responsável pela aprendizagem dos alunos, resiliente, flexível e autoconfiante. “Com todas essas características um docente inovador vai incentivar que seus alunos também sejam inovadores, porque a inovação está presente no currículo. Os alunos têm de ter todas essas características para que se formem de forma inovadora, desenvolvam habilidades transversais, para aumentar a empregabilidade imediata, mas ainda ter sucesso na carreira no longo prazo e se desenvolver de forma efetiva em uma sociedade complexa, com incertezas e constantes mudanças”.

A diretora de Pesquisa e Análise da Unesco-Iesalc deu também dicas para os docentes e gestores desenvolverem as características inovadoras. “Tenham experiências colaborativas; façam docência de uma forma divertida; repensem o currículo, criem um espaço seguro de aprendizagem e façam com que a inovação esteja centrada no estudante”, disse..

Victoria finalizou sua apresentação chamando a atenção dos gestores: “As IES têm sido muito tradicionais e com uma cultura pouca inovadora. Os gestores precisam entender o valor da inovação e de uma organização inovadora. Se não entendem isso, todo o resto fica complicado. Facilitar o diálogo com os docentes e construir, a partir da opinião dos docentes, um caminho para troca de ideias e boas práticas. A inovação precisa ser o discurso da IES. Coloquem o elemento de inovação em todas as mensagens, o que irá ajudar na criação de uma cultura organizacional e inovadora. Utilizar incentivos para motivar os docentes a inovar também é fundamental para que se incremente a inovação em outros professores. E por último, os docentes devem ter autonomia suficiente para tomar suas próprias decisões e serem capacitados sobre a inovação em geral e em pedagogia, para que possam realizar suas habilidades dentro da sala de aula”.

No primeiro dia do Fórum, dos 86 trabalhos apresentados, 17 foram na área de Gestão, 50 na área de Estratégias e Aprendizagem e 19 em Ações junto às Comunidades.