“Como as IES transformam o aprendizado do STHEM em resultados” foi o tema da mesa redonda promovida pelo consórcio STHEM Brasil durante o segundo dia do “II Encontro de Boas Práticas” desta terça-feira (28). Participaram do evento: Denny J. Almeida Costa, gerente pedagógico na Afya Educacional, Beatriz Maria Eckert-Hoff , reitora da Universidade do Distrito Federal (UDF), Caio de Oliveira Fanha, coordenador do International Office e de Carreiras do Centro Universitário do Pará (CESUPA), William Zanella, vice-presidente acadêmico do Complexo de Ensino Superior Meridional (IMED) e Carine Raquel Backes Dörr , vice-diretora de Graduação das Faculdades Integradas  de Taquara (Faccat), que foi a moderadora do debate.

“Multiplicar conhecimento é um processo de troca.  Nas capacitações do STHEM Brasil trouxemos para as nossas instituições muitas novidades e experiências nacionais e internacionais. Algumas deram muito certo, outras não, e algumas conseguimos fazer adaptações à nossa realidade contribuindo para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional”, disse Carine Raquel Backes Dörr, da Faccat.

Denny Almeida, do Grupo Afya Educacional, contou sua experiência como gerente pedagógico do Núcleo de Apoio Pedagógico e Experiência Docente (NAPED). “O NAPED cuida do professor desde o momento em que ele entra na instituição e de todo o seu desenvolvimento dentro da unidade em que trabalha. São 24 NAPEDS nacionais, com configurações diferentes que levam em consideração o tamanho da unidade, o número de professores, os cursos envolvidos e as diferenças regionais”.

Desde a entrada do Grupo Afya no STHEM Brasil, segundo Almeida, “foi dado um salto de qualidade nos últimos três anos. Eram apresentados 30 trabalhos e nesse último ano conseguimos apresentar 129 trabalhos, além de organizar os processos, desde a seleção dos docentes que vão participar das formações do consórcio até a entrega, ou seja, qual a troca que os professores trouxeram para cada unidade. Trabalhamos na lógica da motivação, e de que participar do STHEM é motivo de orgulho, por isso só vão para a formação professores com melhores índices e maiores resultados”. Para a instituição o professor “tem um papel muito importante de multiplicador, levando a seus pares o conhecimento adquirido no STHEM para ser aplicado em grupos de trabalho”.

Beatriz Eckert-Hoff, reitora da Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), explicou algumas práticas inovadoras aplicadas pela instituição e que foram trazidas pelos docentes que participaram da formação do STHEM Brasil. “Temos o Centro de Formação de Professores (CEFPROF-UDF), que tem sido muito forte na prática docente. Entre as práticas desenvolvidas temos as formações do STHEM e da UDF, a JEDUC – Jornada Nacional de Educação Continuada, a Semana de Planejamento Acadêmico-Pedagógico da Formação Continuada e a Jornada de Ciência, Tecnologia e Inovação”, enumerou.

Segundo ela, após uma formação do STHEM e de uma viagem a Coreia do Sul em uma das Missões Técnicas do Semesp, “foi criado o Conect UDF, um laboratório que conecta o centro de empreendedorismo ao centro acadêmico e é inspirado nos modernos espaços de coworking, onde alunos e professores trabalham em cooperação criando projetos que podem gerar produtos e negócios”, contou. Desse laboratório saíram projetos como o Oops (Out of Papers), um programa de pré-aceleração de projetos e o Pitch Day,  que funciona como um campeonato em que alunos apresentam os projetos de empreendedorismo e a instituição chama empresas para avaliar.

Outra cria do STHEM foi a Trilha Empreendedora, uma plataforma gamificada, desenvolvida por um aluno do curso de TI, que tem como objetivo desenvolver as competências, os softs skills e a transversalidade dos conteúdos, visando a autonomia do aluno, onde é possível acompanhar, avaliar e gerenciar as competências que vai desenvolvendo.

Outro projeto descrito por Beatriz é o UP Social, um laboratório de inovação social, que nasceu tanto da capacitação do STHEM quanto da mentoria da UDF, e que trabalha em três frentes: empreendedorismo social, extensão universitária e responsabilidade social. “Um dos projetos nascidos é o Trilha da Vida ligado a outro projeto, o Gotas de Amor , que escolhe uma cidade satélite e tem como objetivo capacitar adolescentes de 15 a 18 anos para o mercado de trabalho”.

Já William Zanella, vice-presidente acadêmico do Complexo de Ensino Superior Meridional (IMED) lembrou que em 2016 a instituição participou de capacitação do STHEM Brasil e a partir daí começou a mudar o conceito institucional. “Começamos a pensar os principais documentos da instituição que não deveriam ser apenas para anexar no MEC, mas que deveriam ser uma concepção viva no processo da instituição. E já no PDI de 2018 fizemos um forte movimento dos pilares acadêmicos, instituindo formas de ensino híbrido, educação empreendedora e metodologias ativas e a partir daí iniciamos a capacitação dos professores, parcerias, sempre partindo de pilares institucionais”. Em 2019 a instituição atualizou sua matriz curricular e foram construídos e espalhados pelas instituições laboratórios de metodologias ativas e inovadoras.

“Hoje o diferencial é que os nossos alunos desenvolvem todas as disciplinas e entregam um protótipo para uma empresa, que pode contratar o aluno para tocar o projeto dentro da empresa”, contou.

Por fim, Caio de Oliveira Fanha, coordenador do International Office e de Carreiras do Centro Universitário do Pará (CESUPA), disse que o objetivo da instituição de entrar no STHEM Brasil “foi para ter uma troca de aprendizado em rede”. Segundo ele, “uma instituição estar situada praticamente dentro da Floresta Amazônica, precisa pensar em uma educação global, mas principalmente vencer os desafios locais, sendo um deles as cidades com um IDH muito baixo”.

Outro ponto levantado por Caio foi que “uma instituição precisa buscar a satisfação do cliente, mas a inovação faz com que a instituição fique na dianteira do mercado. A entrada no STHEM Brasil foi um divisor de águas. Por meio da aprendizagem ativa nossos alunos conseguem internalizar o conhecimento. Os professores precisam ir em busca de conhecimento para fazer que o aluno tenha autonomia, pense e trabalhe em projetos”. O professor precisa se desdobrar em buscar conhecimento.

Para aplicar tudo que os docentes aprenderam com as formações do consórcio o CESUPA criou o Núcleo de Inovação e Empreendedorismo Júnior (NIEJ), formado por um time integrado, onde o curso, em si, não tem importância mas o projeto em que todos os alunos interagem sim. “Estamos muito orgulhosos por ganharmos o Prêmio Inovação do Ensino Superior Professor Gabriel Mário Rodrigues, com o projeto Amazon Experience, uma imersão virtual, mas que será presencial a partir do ano que vem e onde os alunos terão uma verdadeira interação com a floresta amazônica”, finalizou.