Nessa quarta-feira (25) durante a Mesa Redonda “O Panorama Geral: qualidade e envolvimento em um contexto de ensino remoto ou híbrido”, realizada durante o 1º Seminário O Admirável Mundo Novo da Educação Superior em Ambientes Híbridos, participaram do debate o vice-reitor de Inovação do Tecnológico de Monterrey, Joaquín Guerra, a professora assistente da Universidade de Pádova, Francesca Helm e a pró-reitora de Graduação da Unicamp, Eliana Martorano Amaral, com mediação de Alexandre Gracioso, membro do Comitê Gestor do consórcio e vice-presidente Acadêmico da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). O seminário é uma parceria do Consórcio STHEM Brasil com a Universidade de Coimbra e tem como coorganizadores o Semesp, a Universidade Estadual do Arizona, o Instituto Tecnológico de Monterrey e a Unicamp.

Joaquín Guerra abriu o debate alertando que “as instituições de ensino não podem mais esperar que todos os seus estudantes aprendam da mesma forma de antes da pandemia, e que é preciso questionar o que é possível fazer para mudar, transformar e tornar mais ricas as experiências de aprendizagem”. Ele contou que o Tecnológico de Monterrey fez mudanças em seu modelo educacional há cerca de 8 anos e quando a pandemia chegou as mudanças foram ainda mais aceleradas. “Percebemos que o primeiro passo era apoiar e dar suporte aos professores, em segundo aos alunos e em terceiro olhar a instituição como um todo, mas os maiores investimentos que temos feito, não foram apenas em tecnologia e ferramentas, mas sim nos aspectos que envolvem o ser humano e sua saúde pessoal e mental, além de pensar que o conhecimento precisa chegar a todos da comunidade”, frisou.

Francesa Helm falou sobre a Rede de Cooperação de Coimbra que engloba cerca de 30 IES e chamou a atenção para a internacionalização. “Fizemos um monitoramento das ações das IES associadas à Rede de Coimbra e compartilhamos todas as dificuldades que estamos enfrentando com a Covid-19. As IES não tinham alto nível de suporte e design educacional. Um dos desafios é a avaliação on-line. O que queremos é investir no desenvolvimento profissional dos educadores, dos estudantes também, desenvolvendo um centro de ensino e aprendizagem e de design e também fazer com que o departamento de internacionalização se unifique com todos os outros departamentos da universidade”, diz. A recomendação dada por Helm é “que a educação ter de dar suporte e continuidade nos cuidados para todos  os seres humanos, com práticas de aprendizagem acessíveis a todos”.

A pró-reitora da Unicamp, Eliana Martorano Amaral, destacou a importância do orçamento das IES públicas que implica na sustentabilidade das mesmas e de seus próprios alunos. “A Unicamp tem 50% de seus alunos carentes, e durante a pandemia foi preciso provê-los com empréstimos de notebooks, tablets, chips, que foram enviados até para estudantes no interior da Amazônia. Temos 20 mil estudantes de graduação e precisamos dar apoio psicossocial, orientação educacional e apoio financeiro. Mas a empatia e tolerância de todos durante a pandemia com várias ações on-line para aprendizagem têm estimulado a todos, professores, alunos e da própria Unicamp que tem feito uma reflexão profunda para os próximos passos. Afinal estamos agora esperando uma segunda onda e provavelmente no primeiro semestre de 2021 as aulas continuarão a ser remotas”, finalizou.