Nesta segunda-feira (2) o presidente Fábio Reis apresentou às IES consorciadas do STHEM Brasil uma prévia da pesquisa sobre o ensino híbrido que vem sendo realizada pelo Consórcio. Um total de 30 IES respondeu às 45 questões formuladas, a maioria delas privadas e das regiões Sul e Sudeste e dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. Apenas uma instituição pública respondeu. Os dados completos da pesquisa, que ainda está em fase de produção, serão detalhados no próximo dia 19 de agosto, durante o seminário “O Futuro do Ensino Superior”, realizado pelo Semesp com apoio do STHEM Brasil.

“Temos uma riqueza de dados, precisamos trabalhar e lapidar esses dados. As IES que ainda não responderam a pesquisa terão até o próximo dia 6 de agosto para responder e vamos nos reunir no próximo dia 9”, disse Fábio Reis.

Maria Tommaso, da Unifoa, disse que “precisamos criar um conceito STHEM Brasil do que é o ensino híbrido, porque as IES que oferecem ensino remoto durante a pandemia não estão, necessariamente, fazendo ensino híbrido”. Tommaso sugeriu que todas as consorciadas compartilhassem informações e soubessem o que é o Plano de Integridade, a partir de legislação que orienta o ensino híbrido.

Rogério Profeta, reitor da Universidade de Sorocaba, concordou com Maria Tommaso. “Há 7 anos investimos em recursos para capacitação dos professores em metodologias ativas, mas não posso dizer que tenho ensino hídrido. Nessa pesquisa nós chegamos a informações importantes, mas a principal delas é que nós não sabemos ainda o que é ensino híbrido. Eu tenho ensaios de ensino híbrido na minha universidade. Ensino híbrido não é ensino on-line e nem EAD”, disse.

Sandra Belloli, da Faculdade Dom Bosco de Porto Alegre, concordou com Tommaso e Profeta: “A partir das respostas descobrimos que ainda não temos ensino híbrido. Mas o panorama é de 50% das IES consorciadas, pode ser um recorte do que tem em todo Brasil”, afirmou. Ela sugeriu a criação de duas frentes de trabalho, uma para definir os conceitos do ensino híbrido e outra para levantar os modelos existentes no país.

Ana Valéria Reis diretora de inovação acadêmica da Faculdade Santo Ângelo (FASA), apontou duas questões importantes que a pesquisa mostrou. “Quando conversamos com o professor na gestão da aula, e ele compreende o que é o ensino híbrido, as maiores queixas são de que ele não consegue acompanhar a avaliação do aluno por falta de recursos e de tempo. O professor ainda não tem a noção de como fazer a gestão da aula na divisão do que ocorre em atividades presenciais e on-line”, pontuou.

Carla Letícia, da FAESA, sugeriu que “além de trabalhar os conceitos e as diretrizes do ensino híbrido, deve-se detalhar os fatores críticos, desafios, dificuldades e fatores de sucesso, e se o ensino híbrido poderia ser tratado como uma metodologia ou modalidade”.

Juliana Capanema Ferrerirra Mendonça, da Trivento (ALIS), acrescentou que “é preciso romper as fronteiras da aula física e da aula on-line, porque a pandemia nos deu a possibilidade de nos reinventarmos, mas precisamos saber qual o objetivo dessa massa representativa respondente e focar, nos estudos futuros, no professor, ouvi-lo”.

Marcia Aparecida Antonio, da Universidade São Francisco, sugeriu fazer um mapa panorâmico para mostrar quais são as dores enfrentadas pelas IES. “Percebi pelas respostas que foi um processo terapêutico, as dores da minha instituição são as mesmas das outras IES. E foi bom ver que a minha dor não é só minha. Estamos em um processo na educação brasileira ainda não nominado”, afirmou.

Iara Lúcia Tescarollo Dias, da Universidade São Francisco, sugeriu compartilhar os dados para construir um conjunto de processos. “As IES ainda não sabem o modus operandi do ensino híbrido, podemos compartilhar dados e a partir desse formulário dos respondentes compilar definições do conceito de ensino híbrido, de como fazer a avaliação e construir um conjunto de processos”, indicou.

Evilane Cordeiro, da UNITPAC (Grupo Afya), finalizou dizendo que “é preciso entender tudo que foi respondido, levar ao docente algumas respostas sobre ensino híbrido, fazer o docente refletir sobre esse momento e quebrar paradigmas. Ainda existem muitas pessoas resistentes a mudanças”.