A palestrante da Arizona State University (ASU), Tahnja Wilson, que há mais de 10 anos redesenha cursos presenciais para o ambiente on-line, abordou o tema “Games e Gamificação” na primeira palestra do último dia da VIII Semana de Formação do Consórcio STHEM Brasil.

A apresentação teve início com o presidente do Consórcio STHEM Brasil, Fabio Reis, que fez um breve resumo dos resultados alcançados pelo evento, avaliado como ótimo por 79% dos participantes. Fábio Reis afirmou que o Consórcio está estudando a criação de uma mentoria para os trabalhos que devem ser implementados no segundo semestre. “Temos que transformar as intenções em projetos de impacto, e o papel do Consorcio é dar apoio para quem quer transformar a educação”, afirmou.

Logo no início de sua palestra, Tahnja Wilson questionou os espectadores sobre quantos deles utilizavam jogos na sala de aula, e 51% responderam que usavam, enquanto 49% responderam que não. Em seguida a palestrante apresentou o jogo Spent (disponível em http://playspent.org/) e disponibilizou tempo para que os participantes pudessem experimentar o jogo,  observar os aspectos e os resultados obtidos.

Após alguns participantes compartilharem suas impressões sobre o jogo, Tahnja explicou que se tratava de um jogo de empatia, com uma narrativa sobre pobreza e seu impacto na qualidade de vida. “A progressão se dá através das escolhas do jogador, nenhuma experiência é exatamente a mesma… Você tem que lidar com todas as eventualidades, e não no mesmo dia, mas em episódios”, assinalou.

A palestrante perguntou aos espectadores: “Como você pode usar um jogo parecido com esse na sua classe? Como adaptar para a sua área?”. E abordou o conceito da gameficação: “A gameficação é simplesmente o uso de elementos de jogos em um contexto de não jogos. Os elementos podem ser usados para gestão, vendas, indústria…”

Segundo Tahnja, os elementos de gameficação aumentam o engajamento e a motivação dos alunos, e dizem como ele está conseguindo desempenhar em relação às expectativas e também em relação aos colegas. “Isso tem a ver com a percepção de motivação do aluno. O que geralmente falta é a ideia de emoções e relacionamento, e isso é muito importante, disse a educadora.

Tahnja apresentou os princípios de aprendizagem: prática espaçada, prática de recuperação, elaboração, intercalação, exemplos concretos e codificação dupla. Após breve explicação sobre cada um dos princípios, ela apresentou formas de relacioná-los aos elementos de gameficação. “Muitos de vocês já estão fazendo isso nas aulas. Conforme vamos passando imagens e gráficos, tentamos criar toda uma ilustração para os alunos. É possível criar minijogos e cenários para reforçar e enfatizar nossos currículos, usar exemplos concretos e específicos para alunos entenderem conceitos abstratos”, afirmou.

A palestrante mostrou, com alguns exemplos, formas práticas de utilizar ferramentas do Moodle para executar a gameficação em sala de aula. E propôs que os participantes se separassem em grupos para discutir maneiras de usar os jogos e os elementos de gameficação em suas turmas. “Vocês precisam ver o que está disponível on-line para vocês utilizarem como ferramenta grátis para incorporar os jogos. Coisas que já existem são formas fantásticas de incorporar essa prática na aula”, disse Tahnja, reiterando que ao inserir os elementos de gameficação em sala de aula, os participantes irão progredir naturalmente: “A prática faz a perfeição, faz com que você melhore todos os dias”, concluiu.