O site do STHEM Brasil entrevistou a reitora do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), do Grupo Cruzeiro do Sul, Profª. Dra. Beatriz Maria Eckert-Hoff, sobre a importância do Consórcio na formação de professores e coordenadores de curso, e o que mudou nos processos de ensino, aprendizagem e inovação pedagógica na instituição desde que se associou, em 2016.

O UDF se associou ao STHEM Brasil logo depois da criação do Consórcio, em 2016. Como tem sido, desde então, a experiência dos profissionais que são enviados para as capacitações?

Beatriz Eckert-Hoff – Nós temos enviado sempre professores e coordenadores de curso para as capacitações e eles têm sido os agentes multiplicadores, desenvolvendo projetos, a partir das capacitações, e aplicando na Instituição. Os projetos são multiplicados em eventos de formação docente, como Oficinas, Seminários, Painéis com as melhores práticas, em que eles apresentam as práticas e as metodologias inovadoras.

Como funcionam os eventos de formação docente no UDF?

Beatriz Eckert-Hoff – Durante o semestre, quando ainda estávamos apenas presencialmente, tínhamos oficinas das 18h às 19h para repassar para os outros professores as boas práticas obtidas nessas capacitações do STHEM. Depois que começou a pandemia, nós rapidamente nos reinventamos e essas trocaram continuaram de forma remota, por meio de lives e webinares. Temos também anualmente a tradicional JEDUC – Jornada Nacional de Educação Continuada, que já vai para a 10ª. edição agora em fevereiro de 2022. É um evento de uma semana em que ocorrem inúmeras atividades de formação continuada de professores, como oficinas, mesas-redondas, painéis, seminários, conferências e palestras, para o qual trazemos, a cada ano, grandes educadores nacionais e internacionais, mas o foco maior é trazer os próprios professores do UDF para socializarem as melhores práticas, trocar experiências, aprender e ensinar uns com os outros. A pandemia não prejudicou em nada esse grande evento, ao contrário, facilitou no sentido de podermos trazer nomes de fora. Em agosto deste ano, a exemplo dos anos anteriores, tivemos também o evento Práticas Exitosas, a partir da participação nas formações do STHEM, que é um encontro de boas práticas para formação de professores, no qual ocorre a socialização dessas boas práticas, discussões sobre metodologias ativas e multiplicação de tudo isso. Criamos recentemente, para motivar os professores e dar maior visibilidade, a chancela de Embaixadores do STHEM Brasil. O nome é exatamente o significado do embaixador, que é o profissional que vai levar o UDF a mostrar, em vários locais, o que aprendeu no STHEM e também trazer sugestões de outros lugares para melhorar o ensino e a aprendizagem na instituição. Agora estamos trazendo esses professores para o Centro de Formação de Professores (CEFPROF), para passarem a outros professores o que aprenderam nas formações do STHEM e para que sejam vistos como os embaixadores e multiplicadores desse centro de formação interna.

A partir das reformulações do UDF, com a criação do Centro de Formação de Professores, o que mudou no processo de aprendizagem da instituição?

Beatriz Eckert-Hoff – Passamos a olhar com total atenção para a inovação e para a introdução de novas metodologias de ensino e aprendizagem. Criamos, a partir de muitos estudos, da participação em visitas técnicas do SEMESP a Universidades de diferentes países e, principalmente a partir das formações do STHEM, vários projetos, dentre os quais destaco dois. Um deles chama-se Trilha Empreendedora, que não é no sentido de o aluno empreender um negócio apenas, mas no sentido de empreender também na sua formação. É um programa que tem uma plataforma gameficada, onde o professor lança atividades dentro dos conteúdos da disciplina dele, para que o aluno desenvolva as competências do século 21, as hard skills e as soft skills. É um jogo. O próprio aluno, com acompanhamento do professor vai gerenciando as competências que faltam para ele desenvolvê-las melhor. A Trilha entende que o empreendedorismo, enquanto prática, necessita de grupo de competências transversais que podem ser aplicadas pelas pessoas em todas as esferas da vida, tais como desenvolvimento pessoal, participação ativa na sociedade, reingresso no mercado de trabalho, trabalho por conta própria ou iniciar empreendimentos culturais, sociais ou comerciais. Tais competências não substituem as competências funcionais de cada curso de graduação, mas as complementam de forma transversal, oferecendo ao estudante do UDF um aprimoramento das chamadas competências do futuro, dos soft e hard skills. Outro projeto que intensificamos, a partir das formações do STHEM, é o Laboratório de Inovação Social do UDF – UP Social, que nasceu da participação do UDF no programa Ashoka Commons. O UP Social utiliza as iniciativas, os projetos inovadores fomentados no UDF como pilares da inovação social interna: empreendedorismo social, extensão universitária e responsabilidade social.

O que o STHEM Brasil poderia fazer a mais para suas consorciadas?

Beatriz Eckert-Hoff – O STHEM Brasil tem trabalhado bastante a questão da inovação no ensino e da inovação de plataformas digitais, está muito bem nisso e tem trazido grandes nomes para falar desse tema, ampliando cada vez mais a sua inserção nas IES do país e do exterior. Mas uma coisa que, a meu ver, o ensino superior no Brasil carece, e cada vez mais temos uma grande dificuldade, é de ter bons gestores. Falta em nosso país a questão da gestão inovadora. Então a busca por aperfeiçoar cada vez mais o ser e o fazer gestor é um grande desafio. É necessário munir os nossos gestores de competências e habilidades para gerir bem o acadêmico, o financeiro, o empreendimento em si, como também o político, no sentido das relações internas e externas. E é preciso de expertise para fazer tudo isso com compromisso social e ambiental, com inovação, com criatividade, com comprometimento com a Educação de nosso país, equilibrando e elevando sempre os indicadores de qualidade, a excelência no ensino e a sustentabilidade financeira.