Neste segundo dia do 2º módulo da VIII Semana de Formação de Professores do STHEM Brasil, a professora Claudia Aja, facilitadora em metodologias de treinamento baseadas em projetos, aprendizagem experiencial e coaching para projetos do TEC de Monterrey, no México, orientou os participantes na formatação de um plano de desenvolvimento docente baseado em competências para aplicar ao processo de aprendizagem diante das mudanças registradas pelos alunos desde o início da pandemia.

“Nosso modelo educacional antes e durante a pandemia mudou, e precisamos adaptá-lo à nova realidade. Depois desses 17 meses, os alunos estão trazendo outras capacidades. Eles começaram a buscar cursos na internet, enfrentaram alguns desafios remotos que não existiam antes, e é possível notar neles uma série de mudanças na forma que aprendem e na forma que desejam aprender”, ressaltou a educadora.

Utilizando uma plataforma colaborativa durante o workshop, a educadora mobilizou a participação dos cerca de 100 docentes presentes na transmissão on-line, que foram divididos em grupos de discussão e estimulados a apresentar “a perspectiva daqueles que estão mais próximos dos alunos e trabalhar novas técnicas que lhes permitam reenfocar competências, repensar as práticas didáticas e adotar as ferramentas práticas para fazer um diagnóstico e mapear os elementos que serão utilizados no seu dia a dia”, afirmou.

“A colaboração nesse processo é a chave”, disse a professora. Como docente, tenho que pensar quais são as tecnologias e práticas que eu passei a adotar, quais delas foram positivas ou negativas, o que mudanças elas vão refletir”.

Claudia Aja explicou que o foco é a prática e que a repetição ajuda a assimilar essas experiências para que o aluno entenda um pouco mais e seja ajudado a consolidar o aprendizado. “A ideia é que eles possam incrementar as suas experiências. Queremos desenvolver um novo perfil para os estudantes e prepará-los para situações reais a partir do desenvolvimento do pensamento crítico. Eles são agora caçadores de conhecimento, eles sabem o que querem aprender e eliminam o que não querem”, afirmou.

Ela ressaltou a necessidade de fazer com que os alunos entendam que suas experiências devem ser usadas para ajudar a construir o conhecimento, e relacionar o aprendizado com o mundo real. “É recomendável incluir no plano mais estudos de caso e o desenvolvimento de projetos e de problemas, estimular os alunos a fazer mais perguntas durante a exposição ou promover debates, e sempre buscar relacionar a sua disciplina com outras disciplinas do curso”, disse.

No processo de formatação do plano de desenvolvimento docente baseado em competências, segundo Claudia Aja, o professor organiza as suas experiências e define quais são os enfoques mais interessantes para serem abordadas no processo de aprendizagem baseada em projetos, desafios e problemas, de forma a levar para o aluno essa lógica de conhecimento. “É preciso desenvolver desafios. Apenas focar em pedagogia não funciona mais, precisamos ter práticas didáticas e entender como funciona o cérebro do estudante. Não e uma questão de colocá-los em estereótipos, mas sim de entender como funciona o aluno o que ele quer”, afirmou.

A educadora destacou a importância de que os elementos que integram o plano de desenvolvimento foquem no resultado desejado e definam as competências necessárias. “Como docente, eu preciso saber o que devo mudar na minha prática de ensino para fazer o aluno passar por todos os conhecimentos. E uma das primeiras mudanças de paradigma é que o professor deve buscar situações reais para serem trabalhadas na sala de aula remota, incluindo vídeos, colocando indicadores chaves e lançando algumas perguntas que estimulem a participação de todos”, afirmou.

Para obter resultados, a palestrante destaca que tecnologia e fundamental. “Se eu preciso mudar alguma coisa como professor, preciso descobrir como mudar. Descobrir o que eu faço bem e o que eu não faço. Se eu não sei mexer em tecnologia, que atualmente é uma ferramenta fundamental, isso tem que estar no meu plano para fechar essa lacuna e inserir essa experiência para que eu possa estar apta a desenvolver essas atividades”, concluiu.