Professor Paulo Tomazinho, membro do Grupo de Inovação do Semesp e consultor de Inovação da Unipar no primeiro webinar STHEM Brasil/Semesp: “Atividades on line: desafios e possibilidades”.

Em 25 de março, o Consórcio STHEM Brasil e o Semesp realizaram o primeiro de uma série de oito webinares, para orientar o setor de educação na busca de alternativas em manter as aulas de seus estudantes nesse período de quarentada provocado pela pandemia do Covid-19.

“Atividades on line: desafios e possibilidades”, com o doutor em Educação, membro do Grupo de Inovação do Semesp e da Singularity University Chapter, fundador da Meta Aprendizagem e consultor de Inovação da Unipar (universidade associada ao Semesp e consorciada ao Sthem Brasil), Paulo Tomazinho, mostrou dois cenários que podem atender dois tipos de instituições de ensino superior (IES). Aquelas com modelo 100% presencial e que não tinham nenhuma estratégia digital para enfrentar as suspensões das aulas presenciais e as que já tinham alguma estratégia digital e como podem se adaptar a este novo momento, sem sacrificar qualidade do ensino-aprendizagem.

“Hoje com a situação do coronavirus vivemos em dois cenários incertos: o tipo 1, quando estamos errados e acreditamos que estamos certos e o tipo 2, quando estamos certos e acreditamos que estamos errados”, disse Tomazinho. “No primeiro acreditamos que a bolsa de valores vai subir, entramos e ela cai em 50%. No segundo, acreditamos que a bolsa vai subir, não entramos e ela sobe 50%”, exemplificou. O perigo desses cenários, segundo o especialista em aprendizagens ativas, é que “se uma instituição investe R$ 100 mil e entra na bolsa no primeiro caso, ela perde R$ 50 mil e, no segundo, caso ela não entre, ainda fica com os R$ 100 mil”.

Usando essa explicação o professor Tomazinho orientou as instituições a seguir um caminho mais conservador e seguro em tempos incertos, mostrando dois cenários reais: o da internet ilimitada e o da internet limitada. “O primeiro, onde todos ficam conectados simultaneamente e o tempo todo, vai chegar o momento em que entrará em colapso. O segundo, que seria o ideal, é fazer uso da internet com parcimônia, em horários mais flexibilizados e a instituição buscar soluções em que seus professores façam uso de ferramentas e tecnologias ora síncronas e ora assíncronas”.

E como seria isso? O síncrono uma maratona de pessoas acessando séries no Netflix, jogos on line multiplayers, trabalhos em home office e videochamadas por meio de whats app e redes sociais, tudo ao vivo, por meio de lives e videoconferências. O assíncrono, quando se faz uso de conteúdos com conexões não simultâneas, consideradas desconectadas do momento real e/ou atual, por meio de informações com links, vídeos gravados, slides, entre outros.

“O maior erro que as instituições podem cometer é planejar suas ações em tempos de quarentena só no modelo síncrono, porque se todos estiverem simultaneamente conectados o tempo todo, não vai ter banda larga ou capacidade gigante de fibra óptica que suportará tanta demanda. E a internet vai entrar em colapso”, alertou Tomazinho.

O ideal, segundo ele, é “temperar os dois modelos fazendo um mix de atividades síncronas (uma vez por semana a interação do professor com sua turma, com fechamento de atividades e apresentação de projetos) e assíncronas, ou seja, duas ou mais vezes por semana com planejamento e se criando uma trilha mínima de aprendizagem, sugerida por ele com atividades que professores passem para seus alunos por três meios: comunicação, conteúdo e atividade”.

“A instituição precisa criar um time pedagógico, formado pelos gestores, coordenadores de curso e professores com profissionais da área de TI, de forma planejada, escolhendo as melhores tecnologias, integrando todo o sistema acadêmico, com treinamento de professores e uma comunicação eficiente com os alunos”, enumerou.

Na comunicação, os professores podem criar grupos via Whats App e montar um time de acolhimento, onde o tempo todo pais e alunos são orientados das atividades e tranquilizados na questão da pandemia, “sempre com muita empatia para não perder seus alunos”, ensinou Tomazinho.  No conteúdo, o professor pode gravar vídeos curtos enfatizando a mensagem principal e pontuando os caminhos que o aluno deve seguir em sua aprendizagem. “O melhor canal, nesse caso, é o You Tube”, ensinou. Na parte de atividades, o conselho do professor Tomazinho, é “fazer uso do Google Formulário, onde por meio de planilhas é possível que o professor monitore e registre todo o caminho de aprendizagem percorrido por seus alunos”, finalizou.