A primeira palestra da VIII Semana de Formação do Consórcio STHEM Brasil, que teve início nessa segunda-feira (24), contou com a fellow de pesquisa aplicada no TalentoLab da Georgetown University e Data Wise Coach, certificado pela Harvard University, Lina Zuluaga. Especializada nas áreas de comunicação e habilidades digitais, aprendizagem baseada no trabalho e avaliações nacionais, ela apresentou o tema “Competências digitais: reconstruindo capital humano pós Covid na sala de aula”.

Com 20 anos de experiência apoiando alunos em sala de aula, Lina foi conselheira presidencial na Colômbia, até ser convidada a ingressar no Banco Interamericano de Desenvolvimento como assessora do Chefe da Divisão de Educação em Washington, DC, e em 2018 tornou-se membro da TalentoLab, cuja estrutura foi reconhecida pelo Departamento de Educação dos EUA como uma das 25 principais inovações globais, remodelando a conexão entre emprego e educação, usando análise de dados e certificações de blockchain no campo digital e de comunicações.

“O futuro não é uma questão de tempo, é uma questão de lugar, de mentalidade e de cultura. A Covid-19 nos fez pensar de uma forma diferente, mais rápida e muitas vezes melhor. E o futuro só está acontecendo no mundo onde as pessoas estão abertas à inovação”, disse Lina Zuluaga.

A proposta apresentada pela especialista para os cerca de 300 professores que participaram on-line de sua palestra foi de criar grupos de trabalho usando o TalentoLab para refletir sobre os temas aprendizagem baseada no trabalho, avaliações nacionais, comunicação e habilidades digitais, metodologia de reflexão curricular e pesquisa aplicada em tecnologias (blockchain), com o objetivo de provocar a aprendizagem compartilhada e o conhecimento coletivo e reflexões sobre o futuro do ensino superior até 2050.

A primeira atividade proposta para reflexão dos presentes foi para que cada professor se apresentasse, contando o curso que ministra e pelo que é grato no ano que iniciou a pandemia. A segunda reflexão foi sobre quais habilidades digitais os professores desenvolveram durante a pandemia, sobre as novas carreiras que estão surgindo, o retorno econômico das habilidades de big data coletados a partir de ofertas de emprego. Nessa discussão Lina Zuluaga propôs que grupos fossem até o Digital Studio da TalentoLab desenvolver uma  atividade prática de aprendizagem digital peer-to-peer (que é ofereça suporte e peça suporte).

Depois, Lina Zuluaga mostrou o passo a passo para a criação de uma Agenda para uma reunião com o corpo docente de reflexão sobre o currículo, as habilidades digitais e de comunicação em cada sala de aula propondo os seguintes questionamentos: como docente, qual o projeto comum para apoiar os alunos a escreverem melhor ou criar um centro de redação digital.

A pesquisadora citou exemplos de mudanças curriculares, como da Coreia e dos Estados Unidos. “Os coreanos chegaram ao primeiro lugar em termos de qualidade da educação porque fizeram a reflexão curricular para enfrentar os desafios da revolução digital e empreenderam uma mudança radical cultural para conseguir uma inovação rápida. Foram três momentos: em 1960 os professores ensinavam sempre que, onde quer que fosse e a quem quer que fosse a escrita. Nos anos 80 fizeram uma transformação, começaram a ensinar no mesmo lugar, na mesma hora e pessoas na mesma idade. E, a partir de 2000 e até hoje, o ensino acontece em qualquer lugar, em qualquer horário e para qualquer pessoa. Ou seja, países que avançam, planejam antes a sua educação. A cultura precisa ser consistente”, enfatizou Lina Zuluaga.

Lina lembrou também que os Estados Unidos iniciaram sua mudança curricular no governo Obama, o que refletiu na melhor empregabilidade dos jovens. “56,7 milhões de americanos hoje preferem viver na economia freelance, e 93% dos que têm diploma universitário dizem que o treinamento foi mais útil do que o diploma para o trabalho que ocupam atualmente. Entre os freelancers em tempo integral, 70% participaram de treinamento de habilidades nos últimos seis meses antes da Covid-19”.

Por fim, Lina convidou todos os professores a participar de um curso em agosto na Georgetown University sobre tecnologias emergentes, que hoje usadas por cidades, universidades e indústrias nos Estados Unidos em sua transformação do capital humano e em sua aplicação para permitir que o talento local compreenda a dinâmica internacional do mercado de trabalho e o caminho para aproveitar as oportunidades globais.