“Construir ambientes de aprendizagem” foi o tema da mesa redonda que aconteceu nessa segunda-feira (9), às 14h30, durante a programação da 1ª Delegação Internacional de Docentes, que levou professores das IES associadas ao Consórcio STHEM Brasil para uma imersão de capacitação na Universidade de Coimbra, em Portugal.

Cristina Albuquerque, vice-reitora da Universidade de Coimbra, iniciou a mesa redonda perguntando ao presidente do consórcio, Fábio Reis, como no Brasil se construía um ambiente de aprendizado. “Para construir um ambiente de aprendizagem é preciso de pessoas. Fica muito claro isso para as 66 instituições do STHEM Brasil, porque nós procuramos mostrar diretrizes e caminhos. Nós não falamos que tem de ser desse jeito, nós apontamos caminhos que podem produzir processos de inovação consistentes”.

Reis também explicou o momento em que as IES brasileiras vivem: “As instituições estão hoje em momentos diferentes. Aquelas que caminharam mais e realizaram mais transformações, eu vejo maior engajamento dos estudantes, maior aprovação, maior empregabilidade, um número menor de evasão, maior ocupação de estudantes. E são IES que estão indo para a prosperidade, com maior captação, enfim com resultados acadêmicos e administrativos bons”.

A resposta para que esse movimento aconteça, segundo Fabio Reis, é que “são  instituições que possuem uma liderança engajada, que assumem o desafio da mudança. Mas eu penso que não basta uma liderança, não basta um líder, tem de ter um conjunto de pessoas, professores, quer dizer a comunidade acadêmica precisa estar envolvida e para envolvê-la é preciso de tempo, de diálogo, de construção coletiva e de empoderamento dos professores. É um processo de mudança cultural, lento, contínuo que exige assertividade, vontade das lideranças, de formar e investir nos professores. Então quando há um equilíbrio entre liderança, engajamento e envolvimento dos professores a probabilidade de se construir um ambiente de aprendizagem é muito maior”.

Para Reis, “essa realidade não envolve só professores e estudantes, mas toda a comunidade, porque tudo isso muda a forma como a IES se comunica com a sociedade. Envolve outros parâmetros, inclusive de gestão de pessoas, como se contrata um professor, tem um momento de mudanças institucionais e um movimento de mudança que também precisa envolver o estudante. Primeiro porque ele precisa ter consciência daquilo que vai encontrar na instituição, qual o modelo acadêmico, o que a instituição pretende, qual é o foco, quais são os propósitos e muitas vezes, infelizmente, as nossas escolas ao longo do ano vão barrando a criatividade dos nossos estudantes, e também enfrentamos resistência dos estudantes em relação ao novo, as metodologias e aprendizagens ativas, a um processo de maior interação, e isso exige da instituição um processo de comunicar, diálogo, paciência em relação aos estudantes para contar o porquê está sendo feito dessa forma, quais são os benefícios para que se tenha um tipo de avaliação por competências, em um mundo diferente. Então é preciso pensar de uma maneira mais sistêmica porque as chances de ter mais sucesso no processo de inovação pedagógica são maiores”.

Participaram também da mesa redonda Nuno Mantas, diretor da Boa Água School Cluster, e Carla Diez, diretora de Operação Internacionais do Instituto Tecnológico de Monterrey.