Fundado em 1986, o Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) se filiou ao STHEM Brasil em 2015. Desde então, já formou mais de 500 professores em metodologias ativas nas Semanas de Formação realizadas pelo Consórcio, e os professores participantes replicaram o aprendizado para outros docentes da instituição. O site do STHEM Brasil entrevistou Caio Fanha, coordenador do International Office e de Redes de Cooperação do CESUPA, para falar sobre os projetos desenvolvidos e também da estratégia adotada pela instituição para se diferenciar no setor do ensino superior em toda a região amazônica.

1 – Por que razão o CESUPA se associou ao Consórcio STHEM Brasil?

Caio Fanha – Em agosto de 2015, o nosso reitor, professor Sérgio Fiuza de Mello Mendes, me incumbiu de participar de um curso de formação do STHEM Brasil com o professor Eric Mazur, que foi realizado no Eniac, em Guarulhos, e de transmitir ao presidente Fabio Reis a informação de que, assim que o CESUPA pudesse, faria parte do Consórcio. Em dezembro do mesmo ano ele nos ligou para informar que estavam abrindo novas vagas, após um encontro organizado, em Boston, com a Laspau/Harvard. Nós nos filiamos ao consórcio nessa oportunidade, e desde 2016 somos muito participativos.

2 – Quantos docentes já passaram pelas formações do STHEM Brasil e no que isso ajudou a instituição?

Caio Fanha – De 2016 até agora nós já enviamos um total de 29 professores para participar das formações do consórcio. Desde a época do ensino presencial nós enviávamos dois professores, depois aumentamos para quatro, depois para cinco, e agora no ensino on-line, no ano passado e nesse ano, nós enviamos oito docentes.

Para o CESUPA, o Consórcio foi um grande divisor de águas, não só pela inovação que ele proporciona, e pelo aprendizado das metodologias ativas, mas porque nós nos consorciamos com o intuito de interagir com outras instituições que admiramos, e de aprender com elas, daí a importância das redes de cooperação. A formação do consórcio também é uma oportunidade de os professores se desligarem do dia a dia e terem inspirações para, no retorno para o CESUPA, desdobrar os conhecimentos adquiridos em treinamentos dos times que ficam na instituição.

3 – Quais os projetos que o CESUPA criou após participar de eventos e formações do STHEM Brasil?

Caio Fanha – Nós criamos três projetos principais, o Fórum de Inovação e Aprendizagem Ativa, que segue o mesmo modelo do Fórum do STHEM Brasil, e dois projetos de formação: Formação Continuada e Formação de Novos Docentes.

4 – Quais os resultados obtidos?

Caio Fanha –  O Fórum de Inovação e Aprendizagem Ativa já teve a participação de mais de 400 professores e, desde 2017, quando se iniciou, foram 47 trabalhos apresentados. O projeto de Formação Continuada é focado na aprendizagem de metodologias ativas, e os professores que vão para a formação do STHEM Brasil replicam para os professores que ficam na instituição os conhecimentos adquiridos. Já no de Formação de Novos Docentes, o professor que entra na instituição firma o compromisso de fazer o curso e escolher uma metodologia para colocar em prática em sua aula. Nesse curso, que iniciamos em 2018, nós já treinamos 103 professores.

5 – Quais as metodologias ativas que foram implantadas?

Caio Fanha – Nós já tínhamos, e fortalecemos muito, o Project Based Learning (PBL), e investimos no aprendizado baseado em jogos, com a criação dos Hackatons, as maratonas de inovação, não só dentro dos cursos mas também em projetos multidisciplinares.  Temos o Amazon Experience, um projeto que envolve 15 IES de sete países diferentes, e que reúne mais de 150 alunos do mundo todo, juntamente com alunos do CESUPA. Como eu disse, o Consórcio foi um divisor de águas e nos proporcinou uma mudança no modelo mental da instituição. Em nossa instituição o ticket médio é mais elevado. Na região, só nós não fomos comprados por grandes grupos consolidadores do mercado, porque aprendemos a nos diferenciar. Nós nos diferenciamos por meio das experiências vivenciadas por nossos alunos, com os Hackatons, as maratonas de inovação, os projetos que começam a ser consolidados desde o primeiro semestre, os cursos que são adaptados e focados em competências. Já aplicamos nos cursos de Produção e Administração, e realmente faz toda a diferença no nível em que o aluno chega, porque quebramos muito a barreira de trazer o mercado para dentro da academia. Todo semestre o aluno tem interação com empresários locais e entregas voltadas ao Aprendizado Baseado em Projetos.

6- Qual a importância das Redes de Cooperação no Consórcio STHEM?

Caio Fanha – Por conta dos projetos, nós já fizemos parcerias com o Instituto Mauá de Tecnologia, Eniac, Facens, Newton, e o pessoal da Dom Bosco e do Grupo Unis participaram do nosso Amazon Experience. Conseguimos, por meio do Consórcio e de Redes de Cooperação, fazer esse caminhar. O que mais admiramos no STHEM Brasil é que mesmo IES que estão em cidades dispersas não se enxergam dentro do Consórcio como concorrentes, e todos conseguem ser parceiras e desenvolver projetos. Outro fato importantíssimo é que no Consórcio, por ser uma rede, o custeio de investimentos é muito mais interessante. Por exemplo: o CESUPA nunca teria condições de interagir com Laspau/Harvard, TAMK (Tampere University of Applied Sciences), Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e se fortalecer como um grupo por trocar experiências e vivências, não cometendo os mesmos erros que outras instituições já cometeram.

7 – Em termos financeiros, o que o CESUPA já ganhou por ser consorciado ao STHEM?

Caio Fanha – No nosso caso, se não fôssemos consorciados não teríamos condições de contratar formações presenciais do nível dos parceiros envolvidos, porque os custos seriam muito altos. Então não foi nem economia, mas poder sentar na mesa com instituições internacionais e fazer parte dessa rede, e o Consórcio está fazendo a diferença até para quem é de fora. O nosso foco é educação, que tem de ficar acima de qualquer planilha Excel, porque nós não estamos vendendo qualquer coisa, mas ajudando a formar a próxima geração do país. Ser consorciado ao STHEM Brasil é preparar uma trilha de aprendizado para o nosso aluno que seja diferenciada, e onde ele consiga se enxergar como indivíduo para mudar a sua realidade.

8 – O que mais o Consórcio poderia fornecer ao consorciado?

Caio Fanha – Recentemente, o STHEM Brasil está buscando novos ambientes: já criou o Grupo de Inteligência Artificial e o Grupo do Ensino Híbrido. Acredito que esse movimento é fantástico e deve continuar, porque nós precisamos nichar o consórcio por temáticas e reunir pessoas que queiram olhar o ensino superior sempre para frente. Esses grupos vão fazer toda a diferença.