No lançamento da 1ª edição da Jornada da Trabalhabilidade, evento on-line realizado pela edtech Workalove, com o apoio do Consórcio STHEM Brasil, a head de pesquisa da Cia de Talentos, Danilca Galdini, abordou o tema “Quais as expectativas dos jovens sobre o ensino superior e carreira?”. Na ocasião, ela também apresentou alguns dados da pesquisa “Carreiras dos Sonhos 2021”.

Danilca Galdini iniciou explicando a atuação da Cia de Talentos e como ela vem se transformando nos últimos anos: “Somos uma consultoria que sempre trabalhou com recrutamento, seleção e desenvolvimento de pessoas com foco no público jovem, mas que nos últimos anos foi se configurando como uma consultoria de educação para carreira”, disse.

A palestrante disse que isso aconteceu justamente pela atuação ter dado a possibilidade de perceberem as lacunas apresentadas pelos profissionais que chegam ao mercado de trabalho.

“Entendemos que é possível fazer parte da solução e não só identificar os problemas”, disse.

Segundo a head de pesquisa, fala-se muito sobre mundo em transformação, mas o mundo sempre esteve em transformação, o que muda é que hoje a velocidade em que as coisas acontecem é muito maior.

“Pesquisas apontam que muitas mudanças ainda estão por vir, e 85% dos empregos que existirão em 2030 ainda não foram inventados. Precisamos preparar profissionais hoje para o que a gente ainda não sabe como vai ser”, afirmou.

Ao apresentar os dados da pesquisa “Carreira dos Sonhos 2021”, Danilca explica: “Estamos começando a ter a visão clara de que estamos vivendo um momento de escassez de profissionais, até 2030 a escassez global de talentos poderá atingir mais de 85 milhões de pessoas e o problema é que faltam pessoas qualificadas com as habilidades certas”.

A palestrante afirmou ainda que tem sido cada vez mais essencial trabalhar as competências socioemocionais, e que os próprios estudantes demonstram que gostariam de aprender habilidades que vão além das competências técnicas e cognitivas ensinadas nas universidades.

Danilca Galdini também explicou que a visão de trabalho atualmente, é diferente da que tínhamos 10 anos atrás, e que para o jovem de hoje não existe vida profissional e vida social, mas sim uma junção das duas, e que eles olham isso de uma maneira mais global agora.

De acordo com a palestrante, os jovens também têm certa aversão ao conceito de gerações que acaba separando os grupos em “caixinhas”, o que significa uma limitação, já que eles enxergam o mundo como um mar de possibilidades.

“A diversidade também tem sido cada vez mais forte, eles entendem a diversidade como algo inclusivo e transformador e não exclusivo. O jovem observa muito o quanto ele pode impactar o seu entorno e tem se envolvido com micro causas. Além disso, também há uma grande busca pela verdade e transparência, ele olha e faz escolhas a partir dessas percepções, e tem tentado identificar as organizações a partir do que elas são, e não do que dizem ser”, afirmou, destacando que outro ponto relevante é o lifestyle, o desejo de uma vida mais significativa e coerente.

Danilca também apresentou o conceito de carreira em beta durante o evento:

“Quando falamos de carreira em beta, o entendimento é de que existem muitas possibilidades, muitas das coisas vão se construindo conforme o que ele vai experimentando e descobrindo o que ele quer”, disse.

Por fim, Danilca apresentou alguns dados relevantes sobre saúde mental. A pesquisa apontou que os jovens passaram a sentir com mais frequência em 2020, com a pandemia, as emoções de ansiedade, preocupação e apatia. Além disso, 58% responderam que tiveram algum transtorno emocional. “Isso tem impactos sérios na educação, perspectiva de carreira e no que esse jovem espera da universidade”, finalizou.