O período da tarde do quarto dia da VIII Semana de Formação do Consórcio STHEM Brasil foi de apresentações de cases, realizadas pelo Instituto Mauá de Tecnologia, Fatec de Cruzeiro, Universidade São Judas, UniFacig, Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIT) e Colégio Eniac.

Sandra Bergamini Leonardo, professora da área de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, apresentou o case “Trabalho Interdisciplinar como estratégia ativa para aprendizagem Team Based Learning”. “O trabalho interdisciplinar é realizado por grupos de 4 alunos das 1ª, 2ª e 3ª séries. A professora exemplificou com o trabalho realizado pelos alunos da 1ª série. Eles escolhem empresas pequenas para mapear as ações de sustentabilidade e propõem sugestões de melhorias. No final do semestre fazem uma apresentação”, contou. No entanto, em função da pandemia, o trabalho foi adaptado e os alunos fizeram a pesquisa de ações de sustentabilidade de empresas por meio da internet. “O trabalho acabou virando bibliográfico, mas percebemos que com a atividade on-line o aluno fica mais criativo, gerencia o seu tempo melhor, compreende o ambiente em que está e melhora a sua comunicação, tornando-se mais autônomo”.

A profª Natália Ramos, da Fatec de Cruzeiro (interior de São Paulo), que ministra aulas sobre Fundamentos da Comunicação Empresarial, queria fixar em seus alunos a importância de três tópicos: comunicação interpessoal, empresarial e intrapessoal. “Começamos o primeiro semestre de 2020 com aulas presenciais e terminamos on-line. Eu assisti a um vídeo do Porta dos Fundos, que de uma forma cômica mostrava uma profissional de gastronomia não digerindo alimentos saudáveis mas funções desagradáveis. Então resolvi motivar meus alunos a transformar receitas gostosas em ingredientes importantes para a comunicação. Dividimos o trabalho em oito etapas e fizemos a seleção, revisamos as receitas e as adequamos para os principais temas da comunicação interpessoal, empresarial e intrapessoal”, contou. O resultado foi a confecção do e-book Gastronomia da Comunicação, com direito a dicas e procedimentos para confeccionar o ‘bolo de caneca’, o ‘strogonoff’, a ‘torta’, entre outras delícias, todas da comunicação.

A profissional Maira Mariano, da Universidade São Judas, atuante na vice-presidência acadêmica da instituição na cadeira de Comunicação Social, desenvolve um projeto de pesquisa sobre a educação digital e as relações afetivas. “Com a pandemia eu resolvi pesquisar a relação professor-aluno. E algo me intrigou, porque os professores responderam que alunos confundem gentileza com fraqueza. Então o objetivo foi saber como a relação pode ser benéfica no ensino sem que o professor saia do papel de orientador e mentor, mas também que ocorra uma aproximação com o aluno”, detalhou a educadora, que recorreu ao estudo da Filosofia de Platão e Aristóteles e da Neurociência. “Busquei como a Filosofia entende as relações de amizade e amor, mas a amizade com o olhar para o coletivo e o amor com o olhar para a criação, para que nos possibilite construir uma relação com o aluno que não seja da amizade do cotidiano mas que seja também uma relação afetiva, que envolve afetos positivos e permite que haja essa aproximação”, disse. No estudo do cérebro, a docente percebeu mecanismos de facilitação e bloqueio para determinados aprendizados dos alunos. “Foi então que no momento de pandemia, quando as relações ficam distanciadas, busquei ferramentas digitais, como o www.menti.com, e o www.mindmeister.com, além de  jogos para aproximar professores e estreitar os vínculos com os alunos”. No final, uma pesquisa foi realizada, e 57,9% dos alunos responderam que suas relações com seus professores se estreitaram mais e que é possível criar vínculos com amigos no ambiente virtual”.

“Quebrando Esteriótipos” (foto) foi o case apresentado pela Profª Camila Braga Corrêa, do curso de Direito da UniFacig em Manhuaçu (MG), desenvolvido com os alunos para dar uma nova visão e solução de controvérsias nas áreas de Direito Penal, Direitos Humanos, Conciliação, Mediação e Arbitragem. “Precisávamos que os nossos alunos tivessem uma leitura das áreas não só por meio de artigos e livros didáticos, mas de figuras, gráficos e análises estatísticas para que eles identificassem quais seriam os perfis dos agentes que atuam na Justiça brasileira,  dos criminosos e dos marginalizados”, disse a educadora. O projeto levou os alunos a pesquisar as características físicas e psíquicas desses públicos e depois transformar em avatares. “A Justiça brasileira, segundo dados dos agentes do Conselho Estadual de Justiça extraídos do CNJ pelos alunos na primeira etapa da pesquisa,  é branca, do sexo masculino, e tem uma ganância pessoal”, detalhou. Em um segundo momento, foi criado o Atlas da Violência, onde “foram detectados que as mulheres têm sobrecarga de trabalho e de peso, sofrem mais com a violência doméstica mas possuem uma situação financeira melhor, enquanto o homem é machista, tem rugas e cabelos grisalhos e uma situação financeira estabilizada”. Em um terceiro momento, foi definido o perfil do criminoso: “Tem cor escura, vive situações de violência relacionadas às drogas, e as mulheres também contemplam as duas situações, são negras e vítimas da violência”.

Também da UniFacig, a Profª Roberta Mendes Von Randow apresentou o projeto de extensão, criado em 2019, “Vacinação DriveThru durante a pandemia da Covid-19”, com o objetivo de conectar o ensino ao mundo real e propor a partir de um problema sua solução. “Foi um projeto curto, surgiu em um momento que pensamos muito como o estudante poderia aprender por meio de um projeto na área da saúde que tinha uma demanda: vacinar a população idosa de Manhuaçu”. Segundo a educadora, o resultado foi positivo. “Selecionamos sete professores do curso de Medicina e de Enfermagem, e 23 alunos do 7º período, e tivemos um total de 80% de cobertura na vacinação de idosos”. No entanto, a professora destacou alguns erros no projeto. “Poderíamos melhorar o design, compartilhar melhor, envolver outras áreas, alinhando o ensino, com a extensão e a pesquisa”.

Mariana Herman, da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIT), apresentou o case “Planejamento e Execução da Semana de Acolhimento”, criado em agosto de 2020 para ser um informativo voltado aos ingressantes. No entanto, quando chegou a pandemia, a evasão aumentou e o projeto foi pensado de uma maneira de criarmos cinco dias de atividades para abordar diversos temas que os estudantes estavam vivendo, como a ansiedade, questões de segurança, doenças psicológicas, entre outros. “Inserimos atividades sobre empatia, diversidade, inclusão, olhar para o outro e para si mesmo, porque a área de Saúde tem índices de suicídio muito grandes, e começamos a trabalhar com eles. Identificamos ansiedade para lidar com a família durante a pandemia e inserimos atividades de acolhimento, chamando os veteranos para falar sobre os aspectos positivos e negativos da instituição. Touxemos psicopedagogos e médicos para falar sobre aprendizado continuado, além de fazer uma reunião com os pais para se envolverem no processo de aprendizagem das metodologias ativas de seus filhos”. O feed back dos alunos foi muito positivo, segundo Mariana Hermann, e os professores já falam que estão desenvolvendo os alunos e criando vínculos.

Por fim, o professor de Física Vinício Martini, do Colégio Eniac de Guarulhos, mostrou um case propondo uma nova abordagem do ensino da Física. “Com a pandemia está bem difícil manter os alunos engajados. Estamos trazendo ferramentas que possibilitem um ensino mais diversificado e para trazer uma materialidade melhor para a Física, ensinando os alunos a analisar gráficos e dados por meio de aula teórica, vídeos e softwares”, explicou. O feedback dos alunos, segundo o professor, “é muito bom, a aprendizagem da Física é divertida e, quando conseguem entender o tema, sentem-se realizados”, concluiu.