Nesta quarta-feira (17), após a abertura do primeiro dia do seminário “O Admirável Mundo Novo – na vanguarda de uma sociedade em mudança”, organizado pelo Consórcio STHEM Brasil, Semesp, Laspau/Havard, Universidade de Coimbra, Instituto Tecnológico de Monterrey e Universidade do Estado do Arizona (ASU), o editor do Times Higher Education (THE), Phil Baty, apresentou a palestra “Redefinindo a excelência no ensino superior global: um admirável mundo novo de métricas”.

Phil Baty, que é responsável pela mais importante série de rankings globais de universidades, feita pela revista desde 2004, apresentou  os principais aspectos das análises e pesquisas com universidades mundiais realizadas pela publicação. Segundo o pesquisador, “os rankings são produzidos para ajudar as universidades a compreender sua posição no mercado e sua missão de ajudar os alunos a encontrar e acessar a universidade mais adequada às suas habilidades e aspirações. E também para ajudar o ensino superior a entregar pesquisa e inovação para um ensino transformador”.

Em sua palestra, Phil Baty fez um alerta: “Se a missão e os objetivos das instituições de ensino são diferentes, as métricas precisam ser diferentes. E o fortalecimento do setor da educação é construído exatamente com a diversidade internacional e as diversas dimensões regionais. Por essa razão não devemos colocar todas as IES nas mesmas métricas”.

Ele também apresentou um novo ranking global voltado para a sustentabilidade, baseado nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). “Em função da pandemia, pegamos 3 objetivos mais praticadas pelas IES e fizemos uma combinação com os 17 ODS, para mostrar como as IES podem ser positivas, por exemplo, na relação da vacinação, do voluntariado, dos profissionais de educação medirem as fake news, entre outros dados, e consideramos itens como pesquisa, administração, ensino e alcance da divulgação”, contou.

Segundo Phil Baty, “o novo ranking é uma ferramenta estratégica para mostrar aos governos o comportamento das IES com relação à sustentabilidade, para influenciar a criação de políticas públicas. E já são 1.240 IES participantes (de 6 continentes e 98 países e regiões), onde os resultados são compartilhados entre elas, e que as incentivam a multiplicar cada vez mais às boas práticas”.

Entre os principais resultados do ranking, Phil Baty apontou Ásia, Europa, América do Sul e América do Norte em metas de participação de ODS como saúde e bem estar (3), educação (4), igualdade de gênero (5) e trabalho e inovação (10). Já na América Latina o aumento foi nos ODS de pobreza (1), fome (2), saúde e bem estar (3), trabalho decente e correto (8) e paz e justiça (16).

No Top 10 de 2021, segundo Phil Baty, estão universidades menos tradicionais como a de Manchester (Reino Unido), Sidney (Austrália), Queens (Canadá), entre outras. Já no Top 600 das instituições com performances mais importantes estão universidades do Brasil, com a USP, instituição que lidera no ODS de crescimento e emprego (8), do México, em ODS como saúde e bem estar (3) e ações para mudanças climáticas (13), e de Portugal, com a Universidade de Coimbra, que lidera em energia limpa (7) e paz e justiça (16).

“Todas essas instituições querem que o mundo seja melhor e esse ranking representa, de fato, o admirável mundo novo que pode ser tornar um mundo cada ver melhor”, finalizou.