“Compartilhando experiências de usos de recursos TIC no processo de ensino e aprendizagem em tempos de Covid-19” foi o primeiro episódio da série de quatro webinares a que o Semesp, o STHEM Brasil e a METARED deram início nessa segunda-feira (22), com a participação de cerca de 200 pessoas,e que teve mediação do professor da Faculdade de Tecnologia da Unicamp e coordenador do Grupo Gestor de Tecnologias Educacionais – GGTE/Unicamp, Prof. Marco Antonio Garcia de Carvalho.

O webinar contou com apresentações do Prof. Ademario Andrade Tavares, membro da Assessoria de Tecnologias Educacionais e Coordenador de Desenho Instrucional da Equipe Multidisciplinar do Centro Universitário Tabosa de Almeida (Asces-Unita), de Caruaru, Pernambuco,  e da Drª Lícia Vasconcelos Carvalho da Silva, coordenadora de ensino da mesma universidade, além da Profª. Janete Aparecida Pereira Melo (Foto), especialista em Tecnologias da Informação, Comunicação, Gestão de Equipes e-Learning, Gerência de Polos, Diretoria de Desenvolvimento Institucional e Grupo de Estudos em Inovações Educacionais da Universidade de Uberaba (Uniube).

Localizada em uma região estratégica no interior do Nordeste, a Asces-Unita possui 3.500 alunos, 3 campi, 23 cursos presenciais e de graduação e 39 de pós-graduação, com um total de 170 docentes e 200 técnicos e funcionários administrativos. “Nossa primeira meta foi implantar as TICs na graduação em 2014, bem antes da pandemia. Na segunda fase implantamos o ensino on-line até 2015 com o uso do Google for Education e o classroom, e gradualmente passamos a aumentar nossa base de cursos on-line. Esse caminho facilitou o processo quando chegou a Covid-19, porque lá atrás definimos o nosso modelo de ensino, os recursos e ferramentas educacionais a serem usadas e investimos na formação docente, discente e dos nossos gestores, com uma autoavaliação institucional”, contou a Drª Lícia Vasconcellos.

Segundo a gestora, quando a pandemia chegou a universidade dividiu suas respostas em três momentos: inicial, atual e planejada. “Como a maioria dos estudantes são do entorno de Caruaru e preferem estar presencialmente na universidade, quando a pandemia chegou no momento inicial, a partir de 16 de março, as aulas presenciais foram suspensas, no dia 18 começamos a formação docente on-line e no dia 23 já demos início às aulas remotas em cerca de 700 disciplinas”, disse. No momento atual, segundo a Drª Lícia, e final do semestre letivo, “vamos começar a divulgar os protocolos de retorno para agosto de 2020 e iniciamos a migração de conexão e serviços RNP, além de agora em junho iniciarmos novo ciclo de formação de docentes”. A fase planejada iniciará em 3 de agosto e irá até 1º de dezembro, quando pretendemos implantar um sistema híbrido de ensino pensando em 2021”, detalhou.

Para o Prof. Ademario Andrade Tavares, responsável pela TI da Asces-Unita, “as ações da fase inicial foram fazer uso da plataforma Google for Education e a ferramenta classroom para professores e alunos, onde houve a capacitação dos professores e o enturmamento dos alunos. A comunicação foi fundamental nesse momento, não deixamos ninguém para trás, inclusive os professores mais velhos e demos todo o suporte técnico”, explicou. Na fase atual, o centro universitário está fazendo a migração para o Moodle. “O Moodle nos oferece uma capacidade de processamento e armazenamento melhor que o Google for Education e os professores podem fazer uso das Metodologias Ativas com ferramentas digitais e, assim, podemos implementar modelos mais híbridos, com um planejamento de presencialidade e definição das avaliações”, detalhou Tavares. Na fase de planejamento, a universidade vai seguir um modelo professor-tutor, com produção de conteúdo próprio, contextualizado regionalmente, fazer pesquisas para monitorar a resposta da comunidade, dos docentes e discentes ao novo modelo de ensino e criar uma presencialidade programada e seletiva, de acordo com os protocolos que serão divulgados agora em junho”, finalizou.

O sucesso da Asces-Unita, segundo os educadores, foi o “tempo todo comunicar, capacitar os professores os colocando no lugar do aluno para testar plataforma e ferramentas, e fazer uma adesão paulatina de todos com coerência, diplomacia e resiliência”.

Já o case da Universidade de Uberaba, que tem 39 cursos presenciais com cerca de 9.500 alunos, e 42 cursos EAD com 14.300 alunos, além de 680 professores, a cultura do ensino remoto existe há muito tempo em seus 72 anos de história. “No entanto, percebemos quando a pandemia chegou que os nossos alunos nativos digitais nem sempre têm competências digitais”, disse a Profª Janete Melo. Assim como a Asces-Unita, a Uniube também tem muitos alunos que estudam no entorno de Uberaba e, segundo a Profª Janete, “percebemos que os alunos estavam com medo e angustiados quando a pandemia chegou”.

O que ajudou a universidade superar o momento de crise foi a comunicação, o serviço de atendimento e os comitês criados – Estratégico, Multidisciplinar de EAD e de Crise – para lidar com situações mais específicas. “Fizemos em 40 dias adequações tecnológicas e rearranjos. A TI trabalhou dia e noite, professores tanto do presencial quanto do EAD foram capacitados, alunos comunicados e atendidos, e produzimos 12 mil aulas síncronas”, lembrou a Profª Janete.

Agora, com a Portaria 544 do MEC, que trata da substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a situação de pandemia, a Uniube pretende “analisar todo o material produzido, melhorar seus processos e desenvolver estratégias para que os alunos tenham maior percepção de valor, e que todo o trabalho feito, pensando sempre na qualidade oferecida, faça com que haja a renovação das matrículas”, concluiu.

Por fim, o Prof. Marco de Carvalho convidou os participantes para os próximos webinares nos dias 29/6, 06/07 e 13/07, e a participar do Grupo de Tecnologias Educacionais da METARED neste link .