O presidente do Consórcio STHEM Brasil e coordenador de redes de cooperação do Semesp, Fábio Reis, participou nesta segunda, 13, do seminário “Diálogos sobre Cooperação Internacional entre Brasil e Portugal”, evento que aconteceu presencialmente na sede do Semesp, em São Paulo, e apresentou oportunidades reais para que IES dos dois países recebam estudantes e professores para compartilhar experiências e trocar conhecimentos. Segundo Fabio Reis “o acordo de cooperação acadêmica entre Brasil e Portugal facilitará a discussão de políticas públicas para o setor do ensino superior”.

Na oportunidade foi formalizada a assinatura do acordo de cooperação entre o Semesp e a Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado (APESP). O acordo foi estabelecido em dezembro de 2022 com o objetivo de estreitar os laços entre as entidades construindo um plano de atividades em conjunto para beneficiar as instituições de ensino superior privado dos dois países.

A presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, disse que “o acordo tem como objetivo instigar as redes de cooperação a estimular o diálogo de inovação entre Brasil e Portugal”, e acrescentou que  “as entidades são muito atuantes e dialogam com os governos, por essa razão se espera que o acordo gere bons frutos em relação às políticas públicas e ajude as instituições de ensino superior a repensar práticas e se tornarem mais flexíveis”.

O presidente da APESP, António Almeida-Dias, acrescentou que “apesar das diferenças de dimensões entre os dois países, há algo que aproxima o Brasil  de Portugal. Temos uma grande responsabilidade para com as IES e acredito que esse é um passo importante e ambicioso para aproximar o Brasil, inclusive da União Europeia. Esperamos que esse acordo promova a mobilidade entre alunos e professores”.

Cooperação, inovação e mobilidade

Após a assinatura do acordo de cooperação, Fábio Reis participou do seminário Diálogos sobre Cooperação Internacional entre Brasil e Portugal. O presidente do STEM Brasil intermediou um debate sobre “Cooperação acadêmica: inovação pedagógica e mobilidade de professores e estudantes”, que contou com a participação de José João, presidente da Egas Moniz e de Miguel Copeto, secretário Executivo da Apesp.

Miguel Copeto destacou que a cooperação é fundamental para a evolução das IES em um mundo que vive atualmente a era da digitalização da economia e do conhecimento. “As IES precisam estar juntas nesse momento para que elas tenham um espaço no futuro”, decretou ele apontando três efeitos desse processo de digitalização. “Existe a questão da transformação, da multiplicação do conhecimento e da agilidade que as IES privadas têm para potencializar a cooperação internacional”, complementou.

José João citou uma série de desafios que o ensino superior está enfrentando, como o envelhecimento da população em Portugal, por exemplo, o que tem afetado as IES com a possibilidade da falta de estudantes. “Precisamos de jovens com formação eficaz para que a inovação aconteça e a falta de jovens é um desafio”, explicou. “As IES precisam estar juntas trocando experiências para superar esse desafio, e a mobilidade estudantil pode ser uma solução para essa questão”.

Fábio Reis encerrou o debate apontando que o acordo entre o STHEM Brasil/Semesp e a APESP tem uma perspectiva institucional importante ao facilitar a discussão de políticas públicas entre o Brasil e Portugal para uma maior valorização do ensino superior privado. “O acordo de cooperação vai nos ajudar a trabalhar de forma conjunta dialogando com as grandes instituições para fortalecer nosso setor aos construirmos projetos que beneficiem nossos associados”. Segundo Reis, “uma primeira iniciativa concreta de cooperação entre as entidades é a criação de uma plataforma de apresentação e encontro que facilite o acesso e o estabelecimento de conexões entre as IES dos dois países”, concluiu.

Caminhos para a internacionalização

Em seguida, o seminário apresentou o debate “Caminhos para a internacionalização: oportunidades e desafios para realizar a mobilidade”, que contou com a participação do presidente da APESP, António Manuel de Almeida-Dias; do presidente da European Union Private Higher Education, João Redondo; e da diretora da FAUBAI, Renne Zicman.

António Manuel de Almeida-Dias declarou que Portugal elegeu a internacionalização como prioridade em virtude do problema demográfico enfrentado pelo país. “Não podemos ignorar a necessidade da questão da internacionalização, especialmente o setor privado, mesmo este sendo focado na economia e no mercado de trabalho”, disse. “Precisamos então superar desafios como a barreira da língua e tratar da questão juntamente com os governos para criar canais de mobilidade”.

João Redondo ressaltou que a internacionalização não se restringe apenas à mobilidade de estudantes. “A mobilidade estudantil é apenas o nível inicial da internacionalização, que passa ainda pela mobilidade do docentes e dirigentes, implicando em mudanças de currículo, criação de projetos acadêmicos em conjunto entre IES, por exemplo” e acrescentou que “um terceiro nível da internacionalização são os programas gêmeos de uma IES em diferentes países, com parcerias com importação e exportação de programas educativos. As IES precisam entender também o que elas pretendem com a internacionalização”.

A diretora da Associação Brasileira de Educação Internacional (FAUBAI), Renne Zicman, concordou com a fala de Redondo reforçando que “a internacionalização não precisa se restringir à questão da mobilidade estudantil. As IES precisam entender que a internacionalização é uma dimensão transversal que impacto ensino, pesquisa e extensão”, avaliou. “É um tema complexo que precisa superar, inicialmente, a lógica da competição entre as IES, que devem adotar uma lógica de cooperação. Falta no Brasil, por exemplo, uma estratégica cara do ponto de vista nacional no Brasil”, finalizou.