No 2º dia on-line do IX Programa de Formação dos Professores do Consórcio STHEM Brasil, Myrna L. Álvarez Castillo, líder de experiências de ensino no Centro de Desenvolvimento Docente e Inovação Educacional (CEDDIE) do Instituto Tecnológico de Monterrey, explicou as diferenças entre a cultura de avaliação e a cultura de teste.
“A cultura da avaliação considera tanto o processo como o produto da aprendizagem, assume diversidade de formas, não padronizadas e interligadas com as práticas de ensino; envolve a autoavaliação do estudante em diálogo com o professor; emprega variedade de tarefas de avaliação próximas de situações da vida real; adquire caráter investigativo e enfatiza a autorreflexão dos estudantes sobre as próprias aprendizagens. Já a cultura do teste, considera o produto ou o desempenho final; caracteriza-se, principalmente, pelo uso de verificações, exames e testes voltados para o passado; o uso se dá de forma autoritária, pelo professor e/ou pela instituição; emprega reprodução de tarefas descontextualizadas que simplificam a realidade; adquire caráter classificativo; responsabiliza o estudante por seu resultado e valoriza a descrição quantitativa.”
Segundo a especialista, “na cultura da avaliação, avaliar o aluno por suas competências envolve um processo composto por quatro elementos: 1. Entrega ou evidências; 2. Instrumento de avaliação; 3. Retorno/Feedback e 4. Reflexão metacognitiva”.
- As evidências são performances ou produtos que permitem demonstrar de forma mensurável a aprendizagem alcançada pelo aluno.
- Instrumentos de avaliação são os meios ou recursos para avaliar as evidências. Vários instrumentos são utilizados na abordagem de competências, como rubrica, checklist, guia de observação, entre outros.
- Feedback é o processo pelo qual os alunos obtêm informações sobre suas atividades. Desta forma, eles podem contrastar semelhanças e diferenças entre os padrões esperados e as qualidades de seu trabalho em si, para que ele possa gerar um trabalho aprimorado, aplicando os comentários de seu professor.
- Reflexão cognitiva é o processo que o estudante vai implementar para refletir sobre suas conquistas, o que ele não teve ou faltou no momento da avaliação, e identificar o que ainda precisa ser feito, e o professor pode melhorar o processo de aprendizagem.
A especialista detalhou também a importância dos instrumentos de avaliação. “São os meios ou recursos para avaliar a evidência, e devem conter informações suficientes para fornecer um feedback completo ao aluno, de forma a permitir que ele identifique seus pontos fortes e áreas de melhoria por meio da reflexão metacognitiva”.
Em seguida, Myrna Álvarez citou exemplos:
Checklist – É uma lista sistemática, sequencial e organizada de aspectos a serem avaliados do aluno, junto aos quais é indicado por meio de sinal e pontuação se a conduta, habilidade, atitude ou aspecto é alcançado ou não (presença/ausência).
Guia de observação – É uma lista de indicadores que permitem observar aspectos relacionados ao processo de aprendizagem. Os indicadores são escritos como declarações ou perguntas que devem ser associadas a ações observáveis para determinar se elas ocorrem, com que frequência ou com que frequência.
Rubrica – É uma matriz que contém critérios ou indicadores de avaliação. Esses critérios podem ter um peso na avaliação e um grau (de quantitativo a qualitativo) na qualidade destes critérios.
Por fim Myrna Álvarez aplicou com os docentes exercícios práticos de como usar os instrumentos de avaliação e concluiu que “todos os elementos do processo de avaliação de competências são importantes e cumprem uma função que permitirá uma avaliação abrangente, e o design adequado do instrumento é fundamental para complementar esse processo”.