Nessa quarta-feira (7), com apoio do Consórcio STHEM Brasil, a Workalove iniciou os dois dias da 1ª Jornada da Trabalhabilidade. O primeiro tema do encontro on-line, na plataforma YouTube, foi “Por que o futuro da educação é integrado ao mundo do trabalho?”.

A palestra contou com Fernanda Verdolin, CEO, founder da Workalove, educadora, empreendedora, coautora do livro “A disrupção do Marketing para as instituições de ensino (2020)” e cocriadora da Metodologia de Sucesso do Estudante, e também com  Elzí Campos, psicóloga, PhD em educação de carreira, Mestre em competências, e co-founder e diretora de pesquisa e aprendizagem na mesma empresa.

Fernanda Verdolin explicou como a Edtech Workalove montou o maior ecossistema de trabalhabilidade e carreiras do mundo. “São mais de 50 instituições de ensino, mais de 10 mil empresas e meio milhão de estudantes impactados que escolheram a educação para fazer a transformação de suas vidas e que são apoiadas pelas nossas tecnologias para fazer a tão sonhada mobilidade social”.

A educadora, que teve o privilégio de crescer em um ambiente familiar de educadoras, foi estimulada a ser quem quisesse ser, de bailarina a atriz de teatro, passando por formação em educadora, em tecnologias e marketing, e chegou a empreendedora. Agora pretende investir em startups. “Eu sempre fui totalmente inconformada com o sistema educacional tradicional”.

Para contextualizar o tema da palestra, Fernanda citou o case da estudante Amanda, que não teve a mesma oportunidade que ela de um autoconhecimento, passar por processos de coaching de carreira, desenvolvimento de competências comportamentais, variadas capacitações técnicas como forma de fortalecer o seu perfil e ajudar a criar novos arranjos profissionais. “Amanda, como milhares de estudantes em nosso país, com muito esforço foi a primeira da família a ingressar e concluir o ensino superior em sistemas de informação, foi destaque em raciocínio lógico e arquitetura de banco de dados, mas isso não foi suficiente para melhorar a sua realidade. Após um ano de formada, ela trabalha hoje como motorista de aplicativo”.

Para a empreendedora, “a estudante não conseguiu progredir em sua carreira porque ela tinha em mente que era preciso conseguir um emprego em uma organização que permitisse crescer em passos previamente definidos e que mobilizariam apenas algumas das competências técnicas e especialidades. Mas essa visão de mundo fez muito sentido para a época dos nossos pais”.

Segundo Elzí Campos, para ampliar a visão de mundo de Amanda é necessário “romper com o ideal da empregabilidade para enxergar um novo paradigma, onde todo o seu potencial humano e sua ação criativa seja ativada, com uma educação emancipadora, que a oriente para descoberta de outras possibilidades de atuação profissional e formas de desenvolvimento pessoal”.

A solução é o maior desafio como educadores, para a diretora de pesquisa da Workalove, “está na revisão colaborativa dos desafios da chegada dos novos tempos para a trabalhabilidade. Infelizmente o sistema educacional vigente ainda reflete muito da lógica do tempo em que foi criado. E por isso uma enorme semelhança com a fábrica, com horário de saída e entrada e um aprendizado baseado em tarefas repetitivas, desempenho de forma linear e sequencial. Mas isso não se sustenta mais, não podemos manter uma lógica do século 18 para profissionais do século 20, em pleno século 21”.

Fernanda Verdolin mostrou dados de uma pesquisa que detectou um recorde histórico do desemprego entre os jovens, um aumento da subutilização da força de trabalho, o crescimento das vagas de emprego não preenchidas e um custo alto da resistência das IES em mudanças, como aumento em média de 30% nos custos de captação de alunos no ensino superior e 20% de evasão antes da pandemia. A solução, segundo ela, é mudar a visão dos gestores educacionais e construir um ambiente de educação onde os futuros egressos “respondam aos desafios do mercado de trabalho, e a Workalove tem esse diferencial”.

Segundo a educadora, a solução é “a instituição criar um ambiente digital, com uma nova perspectiva pedagógica de carreira para o aluno, integrada ao mundo do trabalho, fazendo uma modernização e flexibilização curricular, onde o aluno possa criar seu currículo baseado em sua personalidade, valores, comportamentos e competências, com  um plano de carreira e mentoria, e possa fazer por meio da instituição onde estuda, a conexão com empresas  que vão possibilitar  estágios, o primeiro emprego, vagas para trainees, jovens aprendizes, além de participação em cursos e eventos específicos para acelerar a carreira dos estudantes”, finalizou.