O segundo dia da 1ª Jornada da Trabalhabilidade contou com a palestra de apresentação dos resultados da pesquisa realizada pela Educa Insights sobre o futuro da educação e o desenvolvimento das competências para o século 21, com participação do diretor da Plataforma A/Educa Insights, Gustavo Hoffmann.

Gustavo Hoffmann iniciou contando um pouco sobre sua atuação, voltada a aprender novos formatos de aula ao redor do mundo, e explicou que não há dúvidas de que o que funciona bem fora do Brasil não funcionará da mesma forma no país, já que existem diversas diferenças.

O palestrante apresentou alguns dados sobre o futuro do trabalho e sobre a automação dos postos de trabalho. Segundo ele, 30 milhões de empregos serão substituídos no Brasil até 2026 (54%) e 60% das atuais atividades de trabalho já são tecnicamente automatizáveis. Mas, por outro lado, os dados mostram que 85% dos trabalhos que existirão em 2030 ainda não foram inventados.

Para o diretor da Educa Insights as instituições de ensino superior precisam buscar cada vez mais formas de trazer para a sala de aula competências para a vida, “sobretudo ensinar aos alunos uma competência que é uma das mais importantes, que é aprender a aprender”.

“Quando a gente olha para as competências do século 21, uma coisa que se pode perceber é que elas estão cada vez menos técnicas e mais socioemocionais, é muito importante a capacidade de resolução de conflitos, pensamento crítico, criatividade e capacidade de negociação”, afirmou.

Ao apresentar a pesquisa da Educa Insights, Gustavo Hoffmann explicou que o estudo abrangeu todo o país, todas as modalidades de ensino e incluiu tanto universidades públicas quanto privadas, e que além disso foram considerados três públicos: os egressos, gestores acadêmicos e líderes e gestores empresariais.

“Existe um grande abismo entre a percepção da academia e o mundo real, enquanto 45% dos egressos acreditam que foram bem preparados pelo ensino superior, apenas 31% dos líderes e gestores empresariais acreditam nisso”, disse o palestrante ao apresentar os resultados mais relevantes da pesquisa. Ao abordar as competências, a pesquisa levantou que 61% dos egressos entendem que a faculdade foca mais nas hard skills, e que essa percepção é a mesma para 57% dos gestores acadêmicos e 60% dos gestores empresariais.

Ainda de acordo com a pesquisa, 72% dos recém-formados fariam alterações no currículo acadêmico para melhor adequação ao mercado de trabalho. De acordo com Hoffmann, o caminho para resetar o modelo educacional é a combinação entre ensino híbrido, sala de aula invertida, menos ensino e mais aprendizagem, currículo por competências e projetos, tecnologia como meio catalisador e novos processos de avaliação. “A gente deveria cada vez mais incorporar ao nosso currículo as competências que o mercado está demandando em tempo real, trazer o mundo real para dentro da academia”.

Por fim, ele ressaltou que as empresas não apenas estão preparadas para uma formação menos técnica e mais voltada para as soft skills, como têm exigido isso.